FAMÍLIA

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Olivier era um guia de viagens maravilhoso, ele me mostrou tudo que eu queria ver em Glasgow e ao contrário do que eu pensava, não foi constrangedor ficar ao lado dele depois que soube do seu interesse por mim, ele agiu de forma muito normal, foi como se a conversa nunca tivesse existido.

Viajamos de volta para o Brasil, para o grande alívio da minha mãe. Eu tinha uma sensação de vazio, algo não foi preenchido na minha viagem, nada relacionado ao amor, ao coração, mas sim a minha investigação. Queria ter descoberto mais coisas sobre o Enrique, queria ter conseguido entrar naquela sede britânica dos purificados, queria ter provado algo, queria trazer paz de algum jeito para a minha família, mas nada aconteceu de concreto...

Ainda do avião, antes de decolarmos, eu enviei um e-mail para Breno, deixei claro para ele que sabia que Enrique fazia parte da sua seita e que se ele não falasse comigo, eu iria fazer um grande artigo com as provas que eu já tinha, mesmo que ele não fosse preso, ele seria ao menos muito investigado, esperava que essa intimidação fizesse com que ele aceitasse uma nova entrevista.

— Você acha que essa técnica de intimidação vai funcionar?

— Eu não sei, Olivier, mas o Breno quer algo comigo, ou ele não teria deixado que eu entrasse em seu sítio na primeira vez.

— Você acha que ele tem algum interesse físico em você?

Fiquei com o olhar concentrado e pensativo, aquilo já havia sim passado pela minha mente, mas era uma ideia tão grotesca e sem sentindo.

— Breno não parecesse ser o tipo de pessoa que busca pessoas por desejo físico, ele deve me ver talvez como uma vítima em potencial, sei lá.

— Não fala besteira, eu jamais deixaria que ele lhe machucasse — protetor, essa era uma nova característica do Olivier e me lembrava tanto o Pedro...

— Agradeço, mas eu sou grandinha, não se preocupe, se ele me vê como uma vítima, podemos usar isso ao nosso favor.

— Como?

— Sendo a isca, eu sempre quis me infiltrar na seita, quem sabe eu não consigo.

— Cuidado, Ambriose, nem sempre vale a pena se arriscar por uma estória, por mais tentadora que ela seja.

— Nos arriscar não é o que fazemos todos os dias? Nós somos jornalistas investigativos.

— Todo jornalista é investigativo...

— Você entendeu o que eu quis dizer, nós corremos atrás das notícias mais cabulosas, mais complexas, isso inclui riscos, viagens, é isso que eu amo nessa profissão.

— Nunca achei que você procurasse tanto por adrenalina, Ambriose, na próxima vez vamos em um parque de diversões então.

— Bobo...

Dos teus lírios Onde histórias criam vida. Descubra agora