Nas semanas seguintes fora Tae que não falara mais comigo, me evitava à qualquer custo, bastava eu chegar no mesmo local que ele saia sem esconder sua irritação. Por vezes, eu notava seu olhar sobre mim, e nenhum deles eram bons, eram, de mágoa?
Mas por que ele se sentiria assim? Era tão errado eu gostar dele?
Meu maior medo era de ele ter nojo de mim e eu temia que isso já estivesse acontecendo.
Estava tudo uma merda até a festa de formatura chegar. Eu não estava com a menor vontade de ver jovens bêbados e drogados se pegando ao som de músicas ruins, mas Seokjin, um dos colegas mais próximos de mim, insistira para que eu fosse, então resolvi que daria uma passada na festa, já que minha viagem para Seoul seria na tarde do dia seguinte, pois eu havia passado na minha tão almejada faculdade, agora talvez nem mais tão almejada assim, logo eu pretendia voltar para casa cedo para terminar de organizar o que faltava.
Pensei também na possibilidade de me despedir de Tae mesmo que talvez ele não quisesse fazer o mesmo, afinal eu não queria fazer uma viagem dessas sem me despedir de quem costumava ser meu melhor amigo por quase a vida inteira. Eu precisava falar com ele direito pelo menos uma última vez.
A festa estava como tinha que estar, com jovens se esfregando uns nos outros e uma fumaça de cheiro estranho o qual eu não conseguia distinguir a nicotina da sativa, até Denise vir até à mim, aos prantos, seu rosto tinha rastros pretos, devido a maquiagem dos olhos escorrida em sua pele.
— Alguém viu o Tae? Eu não consigo achá-lo! — disse em meio aos soluços.
— Calma Denise, o que aconteceu? — tentei acalmar a garota que não parava de chorar.
— Tava tudo bem, Jimin — soluçou. — até ele ver algo no celular. Ele começou a ficar estranho... disse para mim que "não conseguia mais fazer isso", depois sumiu. Ele não estava no estado normal. Temo que algo aconteça com ele!
Meu coração apertou em meu peito, assim como minha garganta, não me permitindo respirar direito. Eu estava demasiadamente preocupado.
Hoseok ficara de procurar em todos os cantos da festa e Jin tentava acalmar Denise enquanto eu engatava o carro emprestado da minha mãe para procurá-lo. A cidade não era tão grande, então havia grandes chances de eu encontrá-lo na rua.
Quando estava mal, Taehyung não costumava ir pra casa pois geralmente lá era o lugar de onde provinha tudo. Então, lembrei-me de um local que ele mencionou há muito tempo atrás, quando ainda éramos crianças e ele morava com a mãe - um terraço de uma casa abandonada, uma das casas mais altas da cidade, que ficava numa região deserta.
Arrisquei dele estar lá, o que se confirmou quando vi sua silhueta sentada no parapeito do último pavimento, olhando para o chão com efemeridade.
— Taeh! — gritei, correndo em sua direção, o abraçando e jogando seu corpo sob o meu, o puxando para trás, fazendo-nos cair no chão propositalmente.
— Jimin? O que tá fazendo? — indagou com sobrancelhas franzidas e o rosto próximo ao meu.
— Eu não vou soltar. — fechei os olhos. — Você pode me odiar, mas eu não vou deixar você fazer isso. — falei o apertando ainda mais forte em meus braços.
— O que está pensando? Eu não ia me matar!
— Não?
— Não Jimin. — riu fraco. Dito isso o soltei, extremamente sem graça, ele voltou a sentar onde estava e eu, bom, sentei ao seu lado.
— A minha mãe... — falou sem desviar o olhar para frente, enquanto eu o esperava terminar de falar. — ela morreu.
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dear best friend ➹ vmin
FanfictionA descoberta da sexualidade, a dificuldade em contar isso para as pessoas as quais se ama e uma paixão platônica pelo melhor amigo. Tudo isso com uma pitada de juventude, imprevisibilidade, drama, um velho diário e um ursinho de pelúcia chamado Chim...