Como ele tem coragem de falar isso pra mim? Fiquei completamente atônito, meu corpo ficou paralisado, e eu sem saber o que responder.
Só quando senti o sofá se afundar do outro lado que me recordei; Taemin estava lá, mas o mesmo nem pareceu ter tido seu sono afetado, dormia feito pedra.
— Acho melhor irmos dormir. — falei pegando o controle da tv e desligando-a. Taehyung nada dissera, apenas assentiu, frustrado.
✿ 彡
— Hum, isso está cheirando bem Minie. — disse Taemin enquanto eu fazia panquecas. Ele me abraçou por trás e me deu um selar na bochecha. Fiquei meio estático devido Taehyung estar bem ali sentado no balcão, observando tudo, o que me deixou meio incomodado por ele ver isso, porém eu não deveria, afinal Taemin era meu noivo, certo? E foi de Taehyung a ideia de jirico de ficar em minha casa. — Estou indo para a empresa, até de noite, amor. Tchau Tae.
— Não vai nem comer uma panqueca? — perguntei.
— Não. — respondeu, pegando uma maçã da fruteira e mordendo-a. — Senão irei me atrasar. — disse indo rapidamente em direção à porta e fechando-a em seguida.
Voltei minha atenção para a frigideira em minha frente.
— Quer ajuda? — soou a voz grave de Taehyung.
— Hã? E desde quando você sabe cozinhar?
— Muitas coisas mudaram ao longo desses anos pelo visto — retrucara levemente ofendido, eu apenas consegui rir.
— Tudo bem então. — deixei o caminho livre para que ele tomasse conta da frigideira. E assim ele o fez.
— Voilà! — ele falou retirando um tempo depois a panqueca torta da frigideira. Eu não aguentei e comecei a rir. — Okay, ela está meio feia mas deve estar boa. — concluiu esboçando seu sorriso quadrado.
✿ 彡
Taehyung
Quando Jimin riu comigo, me senti vivo de novo. Era possível alguém sentir tanta falta de um sorriso como eu sentia do de Jimin? Creio que não. Só sei que minhas bochechas congelaram no lugar de tanto que eu sorria por conversar consigo e vê-lo rir.
No começo foi meio estranho, quando sentamos, um silêncio constrangedor pairou sob nós, mas se tem uma coisa que aprendi é que, entre eu e Jimin, não importa quanto tempo fiquemos afastados, nossa conexão será a mesma.
Logo puxei assunto e ele começou a se soltar. Contou da faculdade, do emprego, da família, de como era a vida na cidade grande... ele também me perguntou sobre minha vida, descobriu sobre meu trabalho de fotógrafo, e me perguntou sobre minhas viagens, que eu fiz questão de falar sobre todas, e de como eu queria ir para todos aqueles lugares consigo. O vi corar.
Chegamos no assunto vida amorosa, e eu fui sincero quando disse que nunca mais me interessei por alguém de verdade, seu olhar para mim era como se dissesse o mesmo.
— Como vocês se conheceram? — indaguei mesmo que uma sensação horrível me preenchesse.
— Na faculdade. O departamento de administração era do lado do de letras, ele foi minha única companhia durante o curso, eu não consegui fazer muitos amigos, sabe?
— Mesma mania da época de escola, Chim? — exibi um riso para si e ele deu-me um tapinha no peito. Estava "aborrecido" daquele jeito fofo. Eu poderia morrer só de ver aquela carinha.
— Mas na escola eu tinha você, era diferente.
— E na faculdade o Taemin...
— Mas nunca foi a mesma coisa. — ele dissera e meu coração congelou feito estalagmite. — Q-Quero dizer, você era meu melhor amigo...
Às vezes eu me perguntava se Jimin não tivesse se mudado, se estaríamos juntos. Talvez não, talvez ele ter partido me fizera amadurecer, e ter a certeza de que ele era a única pessoa que eu quero.
— E você... — pigarreei. — gosta dele de verdade? — eu precisava saber.
— G-Gosto, ué. — não senti muita confiança em sua voz. Não sei porquê mas, desde que cheguei ali Jimin parecia meio alheio a Taemin, nem pareciam um casal de apaixonados que iriam se casar, e isso me dava esperança.
— Tudo bem. — bufei meio irritado. Ou estava mais para triste? Talvez um pouco dos dois. — Vou lavar a louça. — me retirei da mesa levando os pratos comigo até a pia.
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dear best friend ➹ vmin
FanfictionA descoberta da sexualidade, a dificuldade em contar isso para as pessoas as quais se ama e uma paixão platônica pelo melhor amigo. Tudo isso com uma pitada de juventude, imprevisibilidade, drama, um velho diário e um ursinho de pelúcia chamado Chim...