[1] tormento

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ALERTA: o capítulo contém cenas de violência sexual, física e psicológica. 

⚠ NÃO HÁ ROMANTIZAÇÃO DE NENHUMA VIOLÊNCIA! 


Aquela noite, talvez fosse só mais uma em que eu desejaria sumir da face da terra e não voltar nunca mais, o pretexto me parecia justificável. Meu pai organizou uma pequena social com seus amigos, recheada de bebidas e consequentemente, homens bêbados.

Retendo meu receio e desespero em três pesadelos:

Bebidas alcoólicas, amigos do meu último e mais violento temor, meu pai embriagado.

Ele era hediondo estando consciente e tornava-se uma escória alterado.

Aparentemente um homem normal, Sr. Chin trabalhava em um escritório de contabilidade e aos olhos de muitos, era visto como um homem gentil e forte, que criava o filho como pai solteiro depois que a esposa lhe abandonou com um recém-nascido nos braços. Mas eu, o conhecia verdadeiramente e sei que a imagem que ele tanto apresentava, era ilusória.

Nós nunca sabemos a real face de alguém, sem conhecê-la de fato.

Senhor Chin era o meu progenitor, porém para ele, eu não era nada além de um corpo que lhe fez perder dinheiro em sustância e um verdadeiro saco de pancadas. Meu pai nunca demonstrou afeto por mim, eu tentava me convencer de que ele somente não liberava suas emoções a mim, porém após um tempo, parei de me enganar.

Recordo-me superficialmente de quando virei alvo de seu descarrego destrutivo, mas lembro-me detalhadamente da primeira vez em que fui espancado.

Após a tortura, fiquei deveras ferido enquanto ele agia normalmente — o que não era considerado normal para um pai. Na época me deprimi, sobretudo agora, considero uma angustiante rotina.

Assim descobri suas emoções em relação a mim, o mais absolutamente nada. O mínimo que ele poderia sentir por mim, talvez fosse ódio.

Eu, visivelmente era o estereótipo de excluído. Não fazia relações de amizade, possuía adversidades em socializar e os outros não se aproximavam de mim.

Para um garoto de dezessete anos, eu era magro. Me alimentava o suficiente para sobreviver, pois o dinheiro que recebia para mantimentos era limitado, logo a remessa de comida era escassa. Talvez este fosse um dos porquês eu não era capaz de defender-me dos ataques do meu pai, ele parecia tão forte comparado a mim.

Aquela noite... na esperança de evitá-lo, me refugiei no meu quarto.

Fingi dormir, apenas fitando a fraca iluminação que provinha da janela.

Tentei confundir a minha ansiedade, repetindo o mantra de que nada aconteceria durante a noite, mas ela não era ludibriada facilmente.

Senti que a qualquer momento meu pai entraria pela porta.

E assim ele fez...

Escutei a maçaneta de metal chocar-se audivelmente contra a parede. Os passos pesados se aproximavam perigosamente de mim.

— Jimin? — disse ele, era possível identificar a embriaguez em seu tom carregado. — Caralho, te chamei três vezes e precisei subir até aqui só para te acordar, está surdo, é?

Sentei-me no colchão rapidamente, com o coração acelerado e mãos transpirando em nervosismo. A face cínica dele me assustava.

— Desculpa, eu estava dormindo — falei mantendo a voz baixa, igualmente a cabeça.

Abuso | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora