[16] "socorro"

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Jungkook

A poucos meses atrás, meus desígnios de vida eram, de certa forma simples. Eu planejava herdar o negócio dos meus pais, tornar-me rico e, quem sabe, casar com uma mulher por quem eu tivesse sentimentos.

Viver pacatamente era o que eu queria há alguns meses.

E mesmo sentindo uma forte sensação de melancolia, era o que eu pensava que desejava para o meu futuro

Contudo, agora eu sabia que isso não aconteceria. Ainda bem.

Antigamente, era um pouco desesperador me imaginar fora das expectativas de futuro que criei, mas no presente momento, seria desesperador me imaginar vivendo dentro dessas perspectivas.

Mudei de ideia sobre muitas coisas.

Todos os acontecimentos, felizes ou não, fizeram-me o que sou.

Às vezes, tragédias ocorrem conosco ou com pessoas que amamos. Todos, sem exceção alguma, estamos fadados a sofrermos por maus acontecimentos na vida.

Ninguém foge de sofrer, mas isso não quer dizer que não somos capazes de superar esses momentos.

Eu sei disso, pois tenho a prova viva ao meu lado. A evidência de alguém que suportou anos de violência e humilhações, mas agora, luta para superar isso e viver da melhor forma possível.

— Kookie? Você acordou? — Com tantas reflexões beirando a minha mente, eu não estava dormindo, mas a voz calma de Jimin proferindo meu apelido, fez-me rolar na cama e virar o rosto em sua direção.

Seus olhos me encaravam, carinhosos.

— Bom dia, Ji — respondi, entorpecido de boas sensações. Logo acariciei a bochecha fofa de Jimin. — Você acordou faz tempo? — Sentei na cama e ele repetiu o movimento, assim pude selar seus lábios suavemente.

Não importava quantas vezes eu tivesse a oportunidade de beijar Jimin, em todas eu sentia meu coração disparar e tudo ao meu redor simplesmente parar.

Quando demonstro meus sentimentos para a pessoa que gosto, as sensações são maravilhosas. Eu esperava que de fato, Jimin também gostasse.

— Sim, já desci e fiquei conversando com sua mãe. Tomamos uma vitamina e colocamos o papo em dia. — Ele sorriu, parecendo bem.

Eu sabia que minha mãe amava a companhia de Jimin. O tempo em que ele ficou repousando aqui após tudo que aconteceu, serviu para aproximá-lo de toda minha família, tanto que considerávamos o baixinho como parte dela.

— Hum... ela falou algo de mim? — Se eles tiverem conversado a respeito da minha pessoa, espero que não tenha sido nada constrangedor...

Uma risadinha escapou dos lábios de Jimin e senti minhas bochechas corarem. O que será que minha mãe contou-lhe?

— Não se preocupe, ela não falou nada vergonhoso. — Fico confortado com a resposta e suspiro aliviado.

Ufa!

— Ainda bem. — Moramos juntos por um bom tempo, mas ainda assim, eu me sentia constrangido de fazer algumas coisas tolas perto de Jimin.

Sempre queremos mostrar a melhor versão nossa para a pessoa que gostamos, acho que isso é normal.

— Então agora, o que acha de ficarmos tirando um cochilo ao invés de ir para a aula? — perguntei, puxando Jimin em meus braços. Ainda estávamos de pijama.

A preguiça me tomava. Eu não queria levantar daquela cama.

— É tentador, mas eu tenho aquele trabalho para apresentar hoje, esqueceu? — murmurou emburrado, porque ele detestava apresentações de trabalhos.

Abuso | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora