Capítulo Oito

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Terminando de fechar minha mala para o noivado de Ray, alcancei o telefone para alugar um carro que me levasse até a casa de campo. Já não usava mais a tipoia apenas uma faixa ortopédica sobre o pulso, mas ainda estava com a bota o que significava nada de salto. Quando estava indo para discar a campainha tocou, e antes que pudesse corre para atendê-la, Roberts abriu a porta colocando apenas a cabeça sobre a fresta da porta, com um sorriso divertido ele chamou.

— Kate! Está vestida?

Andei até a porta com passos lentos, encarando aqueles olhos verdes e travessos. Roberts sorriu abrindo mais a porta, ele estava tão casual com uma calça jeans surrada e um tênis marrom e um suéter verde musgo e uma jaqueta de couro marrom surrada, seus cabelos bagunçados.

— O que está fazendo aqui? — parei próximo a poltrona apoiando.

— Bom — ele retirou o celular lendo algo — "Robs, você está encarregado de trazer Kate até a casa de campo, se algo lhe acontecer considere-se um homem morto! PS: Se ela se negar amarre ela e jogue no porta malas. Ray"

— Sério isso? — fiz uma careta — Odeio esse estilo protetor de Ray.

— Bom, só estou comprindo com suas ordens — ele sorriu revendo aquela covinha linda — Bom, onde estão suas malas?

— No quarto, mas não precisa eu... — Roberts fez um sinal para que eu parasse, ele foi até meu quarto pegando minhas malas e a bolsa de mão. — Eu não entendo por que de tanta roupa, e apenas um final de semana.

— Nunca se sabe quando o tempo vai mudar — segui Roberts até a porta fechando, travando e seguindo até o elevador.

— Bom, está fazendo calor e com certeza continuará fazendo calor.

Sorri apertando o térreo. Descemos em silêncio, comecei a imaginar como seria essa viagem, eu e Roberts, sozinhos em um carro na estrada não que eu não estivesse com medo, mas Roberts mexe comigo de uma forma totalmente diferente, em um minuto ele é todo divertido e amável e segundos consegue se transformar em um homem nervoso e clado. O que me assustava um pouco.

Meia hora depois estávamos saindo da cidade, pegando a estrada OneRepublic cantava em um volume baixo. Me recostei no banco sentindo o vento bate em meus cabelos. Em todo momento Roberts ficou concentrado na estrada, ele não puxou nenhum assunto e não comentou sobre o tempo, usando um óculos estilo aviador o deixava ainda mais irresistível.

— Como está seu irmão?

Roberts se virou para mim.

— Desculpe?

— Seu irmão, como está com a questão do casamento?

— Bom, Bruce está lidando muito bem afinal — ele pigarreou — Ele ama muito a Ray.

— Deve ter se sentindo aliviado quando ela enfim aceitou o pedido. Roberts deu uma risadinha trocando de mão no volante se ajeitando no assento.

— Ela ainda não aceitou — ele me olhou — Mas quem sabe esse final de semana.

Sorrio, realmente esse jogo de pular fora da Ray já não estava dando mais certo. Voltei meu olhar para estrada, está nesse carro me fazia me senti tão bem quanto a muito tempo não me sentia, nos últimos dias não tínhamos conversamos depois daquela cena com Jacob.

— Você está tão calada. Algo está lhe incomodado?

— Não, por que?

— Nada. — ele voltou a ficar calado novamente — Olha Kate, desculpe pelo episódio com o medicuzinho galã.

— Você está com ciúmes dele — soltei uma risadinha.

— Não estou.

— Está sim Robs, você fica vermelho toda vez que fala nele.

Ele apertou o volante com força mordendo o lábio inferior. Soltei uma risada observando sua raiva, só que me faltava agora.

Três horas de viagem e finalmente chegamos a casa de campo da família Evans, passando por um portão de grades com o brasão da família Evans, o lugar era de tirar o fôlego; em estilo inglês, de paredes de preta rústica e bastante verde, até parece que tinha saído de um conto de fadas com algumas trepadeiras próximas as enormes janela de vidro, entrada compunha de um enorme jardim com variedades de plantas e flores duas árvores lindas, algumas estátuas como decoração e um lindo lago próximo com um chafariz e uma caminho que dava para uma casinha no meio dele. Quando Roberts parou o carro próximo a entrada dois enormes Goldens vieram correndo até nós latindo, congelei enquanto os dois pulava em cima de Roberts que ria acariciando.

— Pode descer Kate, elas são dóceis.

— Melhor não, na última vez que ouvir isso levei dois pontos nos lábios.

— Sério? onde? — ele se aproximou da janela do carro parando próximo, cheguei mais perto levantando o lábio superior mostrando a parte interna onde tinha a cicatriz dos pontos. — Ai deve ter sido doloroso.

— Muito.

— Vou pedir para mantê-las longe, tá bem?

Sorri, observando os cachorros seguirem Roberts até a parte de trás do carro. Uma mulher muito bonita de longos cabelos castanhos avermelhados e uma pele branca vinha em nossa direção, ela usava uma calça jeans azul surrada e uma suéter cinza acompanhada de uma outra mulher mais jovem, deveria ter mais ou menos uns vinte dois anos, seus cabelos pretos estavam presos em um rabo de cavalo bagunçado e ela usava jeans e pulôver de gola rolê azul, presumi ser sua mãe e irmã.

— Santo Deus Robs! Você sempre causando problemas. — ela gritou indo até ele.

— O que fiz dessa vez? — resmungou colocando as malas no chão. — Cadê o Bruce para me ajudar?

— Ele está tentando te ligar tem meia hora — ela retrucou, então eles entrarem em uma discussão calorosa quando vi a moça vindo até mim.

— Oi, você deve ser a Kate. — ela me estendeu a mão — Sou Amy.

— Kate, você é muito bonita. — ela sorriu.

— Obrigada — ela sorriu sem graça.— Quer ajuda para descer?

— Não obrigada — abri a porta descendo um pouco desajeitadamente — Eles são sempre assim?

— Sempre — ela riu — mas se amam loucamente, mamãe diz que Robs e sua versão masculina.

Sorri observando os dois, se pareciam tanto até no jeito de falar, logo a mulher percebeu minha presença e veio até mim com um sorriso amável.

— Olá, Sou Donna mãe desse bastardo.

Tive que segurar uma risada.

— Sou Kate Hall, madrinha da Ray, sua amiga e assistente.

— Espero que ganhe por hora extra.

— Quem me dera.

— É brasileira também, incrível.

Sorri, ela ajudou Roberts com as malas e logo seu pai o tão imponente Johnson Evans apareceu na porta, engoli seco já imaginando "esse será um longo final de semana"  

Deliver yourself of pleasure - Sequência de Ensina-MeOnde histórias criam vida. Descubra agora