Capítulo Dezenove

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Dois meses se passaram, e nem sinal de Roberts, ele tinha o dom de desaparecer do mapa, não que estivesse esperando que ele viesse atrás de mim ou algo do tipo, mas sei lá uma mensagem talvez com um pequeno informativo "Estou vivo,é, puto contigo" tá podem me xingar dizendo que sou uma egoísta e sem coração. Mas o problema era que estava me acostumando a ter aquele estranho e grosseiro ao meu lado.

Mordi a ponta da caneta enquanto tentava mais uma vez ler aquele relatório do comercial de batom que estava fazendo o maior sucesso ao redor do mundo, sabia que tinha acertado colocando aquela modelo como nossa garota propaganda. George entrou na minha sala colocando outra pilha de pastas na minha frente.

— Você tem visita.

— Quem?

— Um tal de Bryan Smith.

Meu coração congelou no exato momento, levantei os olhos encarando meu assistente.

— Posso deixá-lo entrar?

Um exato segundo pensei em não aceitar, em pedir para mandá-lo embora, mas cansei de fugir dos meus problemas, cansei de fugir de mim mesma.

— Pode sim.

George me analisou então apenas se virou avisando para Bryan entrar. Ele entrou com sua súbita arrogância, me levantei para comprimentando, mas algo em seu semblante tinha mudado, ele não era mais o Bryan que tinha deixado no Brasil, e sim um completo desconhecido.

Bryan nunca foi tão bonito, seus cabelos castanhos claros e os olhos em um tom escuro, ele havia emagrecido mais do que já era, e com total certeza Roberts era mais alto que ele, mais bonito, mais elegante e agradável, mais tudo, céus estava comparando meu ex namorando com meu ex amante. Realmente não estava bem.

— Kate... uau.. gatinha você está incrível.

— Olá Bryan, sente-se.

Ele se senta na cadeira a minha frente, com um sorriso debochado no rosto, os olhos analisavam a minha sala e por logo pousava em mim analisando todo o meu corpo. Nojo.

— Até que enfim eles reconheçam seu potencial.

— O que você quer Bryan?

— Você gatinha... — ele dizia com a maior cara de pau — sei que pisei na bola com você, mas eu mudei, juro que mudei gatinha, volta pra mim?

Saber quando a pessoa está mentindo e quanto ela não foca em seus olhos, mas sim nos seus seios ou talvez no caso dele na nova promoção que tinha ganhado ao me mudar para Nova York. Bryan era um investidor falido que não tinha onde cair morto, ele se mudou para meu apartamento com dois meses de namoro, desde então vivia a vida que sonhava, uma mulher o bancado. Sim, eu o banquei, banquei suas roupas caras, sapatos caros, jantares e festas, é claro, seu novo negócio. Fui a trouxa que muitos diziam, mas só quando descobri que meu dinheiro ia para as amantes que caiu a ficha de tão idiota eu fui em viver com um homem que nem ao menos fazia o jantar para quando eu chegasse.

— Você me traiu, me usou, usou meu dinheiro é me fez sentir várias vezes a culpada pelo fracasso do nosso namoro — dizia com a raiva crescente — você me chantageou, usou meu sentimento por você contra mim e ainda assim eu o aceitei. Você foi o pior ser da face da terra além de sempre me colocar para baixo quando não fazia o que queria, agora me vem com a maior cara lavada me pedi para voltar? Quem você pensa que sou, Bryan?

— Ah qual é, Kate! — ele não se sentia nem um pouco surpreso com meu desabafo — Sou o único que vai querer você com a sua insegurança, com seu ciúme ridículo e a sua falta de conhecimento sexual

Aquilo sim foi a gota para mim.

— Você acha que sou o que ?

Ele me olhou de cima a baixo.

— Tá melhorzinha do que no dia que terminamos, você engordou?

— SAIA! — gritei — Você é um monstro.

Neste exato momento como se estivesse ouvindo atrás da porta, aposto que estava, George entra na sala com dois seguranças mandando levar Bryan para fora, o cretino ainda teve a cara de pau de se virar para mim.

— Você vai se arrepender Kate!

Por fim eles o levam para fora da minha sala, me viro para meu assistente tremendo, George coloca um copo de água nas minhas mãos. Meus ombros caíram, e como se um peso fosse tirado dos meus ombros, e um alívio em meu peito fosse tomado por uma incrível satisfação de colocar tudo para fora.

— Kate...

— Vou sair.

Deixando minhas coisas no escritório tomei o rumo da saída, em meio a toda aquela confusão não conseguia respirar, precisava de ar, de muito ar. Tomei o rumo ao Central Park aquela altura não me importava mais para onde ir, só queria fugir de tudo e todos.

O tempo começou a fechar e uma tempestade começou a cair, olhei para o céu imaginando como aquilo poderia ser tão maravilhoso, minha mãe sempre dizia que a chuva lavava a alma, e que se tudo estivesse ruim nada que um bom banho de chuva para resolver. Parei próximo a ponta sentindo os pingos acertaram minha pele molhando todo meu corpo, com um suave sorriso levantei o rosto deixando que aquela chuva lavasse minha alma e levasse todo aquele sentimento embora. Meu corpo se arrepiou e meu coração disparou, abaixei a cabeça então vi um homem parado na outra ponta da ponte, ele estava com um terno preto, seus olhos encontraram os meus. Roberts, ele estava com as mãos dentro dos bolsos da calça.

Não sei por que, mas uma urgência se fez presente e meus pés começaram a se mover em direção a ele e ele a minha, quando percebi estava correndo em sua direção, nossos corpos colidiram e um beijo se fez presente naquele momento, foi como se tudo agora estivesse certo, e em seu lugar, foi como se finalmente estivesse reconhecendo Roberts como meu. Meu Roberts.

Deliver yourself of pleasure - Sequência de Ensina-MeOnde histórias criam vida. Descubra agora