XVIII-Logo você Lauren

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                                                   "Faça o que tem que ser feito!"

Pensei que seria fácil me livrar dela, mas, nem no dia do meu casamento meus pensamentos em relação a ela e a tudo que nos aconteceu me deixou em paz. Pelo contrário, doía cada palavra que eu havia dito a ela naquela visita rápida de uma tarde de quarta-feira ao presídio em que eu tentei explicar o inexplicável.

Não, eu tinha certeza que naquela noite mágica eu não tinha feito promessas a ela, porque sabia que apesar do que sentíamos uma pela outra, a realidade entre nós me obrigava a ter discernimento dentro daquela situação inusitada. Ela estava me pedindo em namoro!?

Tínhamos virado adolescentes de novo na primeira descoberta do amor fantasioso e desmedido.

Mas, meus olhos me traíram em inúmeras promessas mudas de amor, paixão, companheirismo, tolerância e respeito. Ela entendeu o que se deixava de dizer nas entrelinhas e depois daquele breve momento de dúvidas, nós nos demos de novo num momento de enlevo apaixonado.

Eu sabia que não podia traí-la com promessas vãs, mas, meu egoísmo não a deixava ir de todo, porque até eu, no fundo, tinha esperanças de ficarmos juntas de alguma forma, mesmo que fosse de um jeito inadequado. Antes de assinar o compromisso de casamento, diante daquelas pessoas que pareciam estar mais felizes do que eu, pensei em nós novamente e em como tudo acabou tão rápido quanto começou.

- Não!!!

A cadeira onde ela estava sentada voou longe, enquanto ela socou a mesa me olhando com aquele ódio tão conhecido que eu havia visto em seus olhos na delegacia.

- Por favor, se acalma Camila. – Levantei também tentando manter o controle da situação.

- Você não presta! Como você pôde me iludir desse jeito, hein!?

Tentei chegar mais perto, mas, ela me evitava como se estivesse fugindo da pior pessoa do mundo.

- Escuta Camz...

- Não... me chama... assim! Você não tem esse direito.

- Mas, afinal,o que foi que te fiz??? – Estourei de vez.

- Você... - Ela sorriu em deboche como se estivesse tendo um ataque histérico - ...me enganou, me usou como todo mundo faz. Logo você Lauren... – Sua voz saía entrecortada por pequenos soluços represados – Eu confiei em você como nunca confiei em ninguém e já estava tudo armado na sua cabeça desde aquele dia não é?

Tentei abrir a boca, mas, não consegui emitir nenhum som. Talvez inconscientemente fosse verdade. Talvez eu a tivesse usado como todo mundo e agora tivesse enjoado da brincadeira.

- Por isso me trouxeram para essa sala. Você já tinha planejado tudo antecipadamente e como sabia do jeito que eu ia reagir, pediu pros seus "amiguinhos" me trazerem pra cá, pra não ter de passar vergonha em público. Pra ninguém saber que a grande executiva e filhinha de papai rico e influente tinha um caso com uma piranha de quinta categoria. Eu bem que servi aos seus propósitos pervertidos quando você quis, agora, tá me virando as costas.

- Você não vai entender agora, mas, no futuro você vai me agradecer.

- Pelo que? Por ter feito me sentir rejeitada, inadequada? A última pessoa no mundo com quem você se envolveria perante a sociedade!?

- Eu não vou entrar nessa com você Camila! Não posso explicar o que você não consegue entender.

- Então tenta... por favor... – Pela primeira vez ela se aproximou de mim e enroscou seu dedo mindinho no meu polegar e puxou de leve, como se quisesse me acariciar e não tivesse coragem. – Porque cê tá fazendo isso comigo? Tem que ter um motivo. Eu sei que tá a fim de mim - Ela levantou o meu queixo delicadamente e me encarou profundamente - Seus olhos... me dizem!

STRIPPER "Camren" Onde histórias criam vida. Descubra agora