STRIPPER "Camren"

XXVII-Sim ou nunca mais ?

Hallow
Não revisei 😬
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"Quando a cabeça não pensa, o corpo padece."

Acordei com um gosto amargo na boca. Ainda me sentia meio zonza. Minha cabeça latejava e a luz fraca que vinha da janela me irritava a vista. Tentei colocar a mão de frente aos meus olhos pra tampar a claridade, quando percebi que estava amarrada à cama com uma agulha pendurada em minha mão direita.

"O que é isso? Eu estou no soro!?"
Olhei ao redor para me certificar de onde estava e percebi que o barulhinho insistente que martelava em minha cabeça, vinha de uma máquina cheia de fios, ligada ao meu peito.

Sobressaltei-me e num impulso tentei me levantar da cama. Não consegui me mover, percebi que meu tórax estava todo enfaixado. Gemi de dor pelas pontadas que recebi no ombro direito. Acho que foi alto, porque imediatamente senti uma mão forte segurar meus braços e dizer pra me acalmar, depois o mesmo vulto que saiu do quarto voltou acompanhado de uma enfermeira.

- O que ela tem? Porque está gemendo tanto? – A voz parecia ansiosa e parecia ser de alguém conhecido. Mesmo em certo transe, percebi se tratar da voz de...

"Keaton!"
- Calma senhor! Peço que aguarde lá fora enquanto eu examino a paciente.

- Mas...

- Por favor, senhor! Preciso examiná-la antes de chamar o médico. – A enfermeira disse de forma severa.

- Está bem... Calma Lauren! Vai ficar tudo bem. – Disse passando a mão em meus cabelos. Depois, se encaminhou até a porta me lançando um último olhar.

Enquanto a enfermeira checava meus sinais vitais e trocava meu soro eu tive forças pra perguntar onde estava.

- Você está no hospital.

- Por quê? O que aconteceu? Eu... Cadê Camila???

- Shiii, calma! Você sofreu um acidente, mas agora está bem. Relaxe. Eu vou chamar o médico e ele vai explicar tudo o que aconteceu.

Dez minutos depois um senhor alto de cabelos grisalhos entrou na sala com um sorriso largo nos lábios.

- E então, como se sente a paciente mais linda e mais teimosa desse hospital?? – Falou em tom de mofa enquanto punha uma luz forte sobre meus olhos.

- Preciso de explicações doutor.

- Esqueci-me de dizer que é impaciente também. – Sorriu – Bem, vamos lá. A senhorita está no Hospital Nélson de Sá em Petrópolis e chegou aqui inconsciente. Perdeu muito sangue devido aos dois tiros que levou um...

- Tiros??? – Tentei me levantar de novo pra me acomodar e senti as fisgadas de dor. – Aii... Deus!!!

- Não tente se mexer. É pior... – Chamou a enfermeira e alguns segundos depois percebi esta me aplicando uma injeção na veia.

- Como dói!!! Porque dói tanto??– Gemi e arqueei no leito.

- Vai passar. Pedi que lhe aplicasse morfina. Como estava lhe dizendo, você levou dois tiros e passou por uma cirurgia delicada para extração da bala na coxa esquerda e no ombro direito. A bala do seu ombro ficou alojada em sua omoplata exatamente num lugar de difícil acesso. Tenho que dizer que a senhorita teve sorte por não ter atravessado o seu pulmão. Se fosse um pouco mais abaixo...

- Eu vou andar doutor? – Disse tentando inutilmente mexer a perna.

- Calma. Em ambos os casos as balas esfacelaram a região ao redor. Conseguimos extrair a da sua perna, mas não a da sua omoplata, que achamos melhor não retirá-la, pois poderia prejudicar os seus movimentos futuramente e...