XL- Obrigada pelo seu tempo

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                                                     O tempo é o dono da razão.



Fiquei por longos segundos tentando tomar censo do que estava acontecendo. Minha cabeça pesava um pouco e minha boca estava seca. Camila se aproximou devagar e como que não acreditando no que via quis averiguar mais de perto abrindo as cortinas que deixavam o quarto à meia luz. Eu comecei a me lembrar de alguns flashes enquanto cobria minha vista irritada do clarão do luar que agora banhava todo o quarto com sua luz prateada.

- Você... C-como você pôde!? – Disse baixo, sacudindo a cabeça de um lado pro outro.

Eu não disse nada. Afinal, o que se poderia dizer numa situação tão conflitante como essa? Fui atacada por um mutismo fora de hora.

- Camila...

- Cala a boca! – Ordenou, colocando  o dedo nos lábios, irada.

Ashley se mexeu, mas envolta num sono muito pesado, não acordou de cara. Levantei da cama nua e tateei os lençóis, procurando minha calcinha, pra coisa não ficar mais humilhante do que já estava.

- Depois a vadia sou eu! – Bateu no peito com raiva.
– Olha pra você... – Apontou pra minha nudez e meus cabelos desalinhados.

- Você não tem o direito de apontar meus erros, não fui que eu sumi por meses.

- E por isso você deita e rola com a primeira vagabunda que se oferece pra você!??

- Ashley não é nenhuma vagabunda!

Ela jogou-me o buquê de rosas, eu desviei e acabou pegando em Ashley, que com o impacto acordou assustada e quando notou Camila no quarto, arregalou os olhos e se cobriu cheia de pudores.

- Vocês se merecem... – Riu zombeteira.

- O que está acontecendo? – Perguntou uma Ashley confusa e ainda sonolenta.

- Tá acontecendo que você finalmente conseguiu o que queria sua piranha inglesa!

Vi uma lágrima rolar pelo seu rosto. Solitária, sentida, dolorida. Olhou-me desnorteada e podia ousar dizer que um pouco de nojo em suas expressões.

- Ela é toda sua...

Abaixou-se e pegou minha calcinha nas mãos a admirando. Sorriu amargo.

- Sua calcinha! – Jogou-me. – Era a minha preferida... em você.

Agora suas lágrimas vieram abundantes. Virou as costas e saiu em silêncio.

Eu vesti minha calcinha e desci desabalada pela escada atrás de Camila.

- Camila. Por favor, me escuta!

- Pra que? – Virou-se.

- Deixa eu explicar...

- Explicar!? – Debochou – O que? Eu vi! Não foi ninguém que me contou porque se tivessem feito isso eu não creditaria em uma única palavra do que diriam. Sabe porque!? Porque eu confiava em você! – Gritou quase histérica.

- Eu te procurei por tanto tempo... Você fugiu de mim e agora volta cheia de direitos como se nada tivesse acontecido!? Quem você pensa que é pra me acusar de ter cometido um erro se você também cometeu?

- Eu!?

- É, você! Se estivesse ao meu lado isso não teria acontecido! Mas onde você esteve por três meses, que não poderia ter se lembrado de mandar uma única notícia!?

- Você está me dizendo que transou com ela por vingança!? Tá de sacanagem comigo!?

- Eu sou humana. Não nego minha culpa e assumo de cabeça erguida, mas isso não te dá o direito de entrar em minha casa no meio da noite e me acusar de coisas que você nunca entenderia.

STRIPPER "Camren" Onde histórias criam vida. Descubra agora