Pandora
─ Vamos lá senhorita Hernandez. Hora de encarar a vida universitária novamente. ─ comemorei tentando imbuir Moira de algum entusiasmo ao lhe ajudar a sair do carro.
O fim de semana fora infernal. Dylan não conseguiu dar o espaço que ela precisava para digerir a situação e causou um tumulto no prédio que acabou por piorar ainda mais o estado emocional da namorada, e, para não a deixar sozinha ou impedir outra investida do rapaz, Adam e eu deixamos de lado os acontecimentos recentes sobre nossa relação doentia para nos revezar na vigília, mas sempre que ficávamos sozinhos ou precisávamos nos falar ao telefone, uma tristeza pairava no ar.
Ele me feriu ao ir para a cama com Kasey enquanto eu estava mal e, em retribuição, manchei o que talvez fosse nossa lembrança mais verdadeira. Éramos, no fim, um festival sádico de revides e estava cansada de ter que cuidar das feridas que se reabriam a cada encontro. Adam havia me pedido para deixá-lo ir e era o certo a fazer. Pandora e Adam não nasceram para ficar juntos.
─ É sério que terei escolta agora? ─ Moira questionou antes de bufar quando me viu acenar afirmativamente. ─ Você sabe que não sou uma criança, não é? Que posso cuidar de mim mesma?
─ Estou ciente, porém, você agora está portando uma carga valiosa e, portanto, temos que redobrar a atenção. O pingo de gente aqui precisa de toda a proteção possível.
Moira me olhou emocionada quando levei a mão à sua barriga e esfreguei com carinho. Desde a confusão de sábado aqueles olhares estavam cada vez mais constantes e me faziam sentir que havia algo maior por trás.
─ Eu não sei o que faria sem você. ─ ela confessou me abraçando toda chorosa.
─ Não deixe Adam ouvi-la, okay? Ele faria um drama. ─ brinquei retribuindo o gesto carinhoso.
─ Ele também é importante, obviamente, mas com você sinto que posso falar sobre tudo o que está acontecendo sem esperar um julgamento.
Eu me sentia da mesma forma. Conversar com Moira era fácil, até mais do que foi com Lianne. Ela simplesmente ouvia e buscava compreender. Foi assim quando lhe contei sobre Keeran e as merdas que andei fazendo.
─ Eu não sei como as coisas serão daqui para frente, mas quero tê-la por perto. Tyler e eu queremos.
─ Então temos um jovem mancebo no casulo? ─ questionei arqueando a sobrancelha em surpresa e Moira sorriu tímida.
─ Não fiz exames e nem nada do tipo, mas tenho a intuição de que é um menino por ser tão ativo que chega a me deixar insone. De acordo com os livros que ando lendo, meninas são mais calmas em seus movimentos fetais.
─ Você prefere saber antes ou no parto? ─ perguntei enquanto caminhávamos.
─ Sabe como sou ansiosa e por mim já teria feito o exame de sangue que aponta o sexo, mas...
Eu presumi o que ela iria dizer.
Havia me informado sobre as consultas pré-natais e sabia que o atendimento pelo seguro de saúde que Moira possuía cobria apenas os exames padrões do protocolo da gestante. Uma ultrassonografia mais moderna ou uma sexagem fetal ultrapassavam os valores permitidos.
─ Suas consultas estão agendadas em qual clínica? ─ questionei tentando lembrar se eu poderia conseguir um horário com a médica de Esmery. Ela era a melhor gineco-obstetra de São Francisco e sua agenda, disputadíssima, porém sabia que, para um Harris sempre haveria horário disponível.
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PANDORA ||Livro 2||
RomanceÉ NECESSÁRIO A LEITURA DO VOLUME I: SETE MINUTOS NO CÉU. Eve enfim conquistou seu objetivo. Adam é apenas a sombra do homem que um dia fora, assim como ele fizera com Lianne. Tudo ocorrera como o planejado: ele perdera tudo o que mais amava. Lianne...