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Pandora



─ Eve, abra os olhos.

A voz suave de Adam me despertou para encontrar o olhar verde repleto de amor e felicidade enquanto sua boca desenhava um belo sorriso.

─ Ei. ─ o cumprimentei levando a mão a sua mandíbula para acariciar a barba malfeita.

─ Ei, amor. ─ ele devolveu, claramente emocionado, virando o rosto para beijar minha mão.

─ Por que está tão triste, Adam? O que aconteceu?

─ Você esteve fora por um longo tempo. ─ ele falou fazendo-me franzir a testa em confusão.Tanto que pensei que nunca mais fosse voltar para mim.

─ Me desculpe.

─ Tudo bem, anjo. ─ ele tentou me tranquilizar. ─ Ninguém está irritado com você. A culpa foi dela.

Dela? Sobre quem ele falava?

─ Adam, eu não compreendo...

Uma batida forte soou próxima a nós fazendo com que Adam olhasse aflito por cima do ombro antes de voltar a mim, apavorado.

─ Ela está próxima, não temos muito tempo. ─ ele me ajudou a levantar e eu tentei me situar no ambiente. A surpresa me fez congelar por alguns segundos quando reconheci o cômodo como o quarto que possuía em minha casa em Nova York quando tinha oito anos.

O que estamos fazendo aqui? ─ questionei, absorvendo incrédula cada detalhe do lugar.

Estava tudo igual. Minhas bonecas, meus brinquedos e até mesmo, senhorita Caroline, a gatinha de pelúcia que Lianne me dera de Natal. Tudo exatamente como era antes da separação.

Adam me olhou curioso ainda com sua mão na minha.

Você não lembra? Estamos em uma missão de resgate.

Olhei novamente em volta a fim de certificar que tudo realmente pertencia à garotinha que um dia havia sido, antes de o barulho de segundos atrás ecoar próximo à porta.

Venha, Eve. Ela vai nos alcançar se não nos apressarmos. Adam pediu, aflito, puxando-me para o armário.

Não havia saída por ali e eu tentei lhe dizer, mas assim que as portas foram abertas, uma luz forte nublou a minha visão e, quando voltei à nitidez, percebi que a paisagem havia mudado e que me encontrava sozinha em uma praia, cuja areia branca e refinada se assomava a um mar límpido para criar uma paisagem de tirar o fôlego.

Sei que deveria estar com medo, mas a paz que aquele lugar emanava através do barulho relaxante das ondas, transmitia ao meu coração, uma serenidade e confiança que nunca havia sentido.

Um sorriso brotou em meus lábios assim que ouvi a risada de Adam vindo por minhas costas e virei para me certificará que não era fruto da minha imaginação, mas ele estava ali e não estava sozinho.

Correndo à sua volta, havia uma linda menina de cabelos negros e sorriso luminoso enquanto duas crianças ruivas sentadas logo mais à frente, enchiam baldinhos de areia com muito entusiasmo.

Meu peito apertou quando Adam agarrou a menina pela cintura e a rodopiou algumas vezes arrancando-lhe risos de felicidade. Ela tinha seus olhos e sua aparência, o que deixava o quadro ainda mais perfeito.

Ela era dele e eu poderia observá-los a vida inteira.

─ Ela chegou! a garotinha comemorou, apontando em minha direção ainda nos braços de Adam e atraindo a atenção das outras três cabeças que passaram a me encarar. Um sorriso se desenhou em seus lábios assim que Adam a pôs no chão e caminhou para buscar os dois bebês.

PANDORA ||Livro 2||Onde histórias criam vida. Descubra agora