O Destino (Concluído)

Caminho certo

Gitana Nara na imagem

Último capítulo

Leonardo

A vida inteira fiz coisas erradas pensando agir certo, era condicionado a fazer o que queria sem pensar que poderia prejudicar as pessoas ao meu redor me afastando pude refletir com mais clareza nas minhas ações durante toda vida, foi muito bom ficar longe enquanto procuro minha filha.

Soube pelos registros da época que ela foi adotada por uma mãe solteira que vivia no bairro de Guadalupe onde Escarlate morreu também descobri que a menina é cega não há dúvidas que é minha caçula, me lembro bem do sonho que Escarlate apareceu pra mim. Sei que vou encontrar minha filha mesmo que demore mas não vou desistir.

– Não roubei nada, está me acusando porque sou cigana.

Passava na frente de um sacolão e vi a cena de uma mulher sendo agarrada pelo braço por um homem.

– Foi você, sua cigana imunda mas não se preocupe com o corpo que tem pode levar as frutas que quiser mas não vai sair de graça!

A mulher tentava se soltar das garras do homem mas não conseguia, isso não é da minha conta sei disso mas algo em mim pede para ajudar essa mulher.

– Me solta, seu idiota. Já falei que não roubei nada!

– Roubou sim mas sei de uma forma de pagar o que deve, venha!

Segurei a mão solta dela e de maneira rápida dei um soco no rosto do homem que segurava a mulher antes.

– Deixe essa mulher em paz!

– Cuida da sua vida, essa imunda roubou meu sacolão.

Percebi um volume no avental do homem parecendo frutas, tenho certeza que este homem está mentindo.

– O que ela roubou?

– Algumas maçãs, esse povo cigano adora roubar, todo mundo sabe disso!

A mulher não parecia uma ladra pelo contrário.

– São as mesmas maçãs que estão no seu bolso? Não tem vergonha de acusar alguém de algo tão sério?

Puxei o avental dele vendo as maçãs caindo no chão, a cigana começou a rir da mentira dele.

– Tenho dinheiro para comprar, nunca roubei na vida, esse porco nojento estava olhando pra mim com cara de tarado.

A mulher cuspiu no chão em direção do homem que só não avançou nela porque entrei na frente dele.

– Se fosse você não tentaria nada senão quiser apanhar aqui!

O homem percebeu que não estava brincando e entrou no sacolão trancando o estabelecimento.

– Moço, muito obrigada se não fosse o senhor nem sei o que teria acontecido comigo, as pessoas tem preconceito com o meu povo e muitos usam isso para fazer maldades!

– Não precisa agradecer!

Ela tem um sorriso tão bonito, um olhar brilhante e uma pele morena que fiquei tentado a sentir sob a minha, sei que preciso focar na minha missão de encontrar minha filha mas é inevitável não admirar essa bela mulher em minha frente.

– Qual é o seu nome?

– Nara e o seu?

Imaginei que ela iria ficar arredia por não ser cigano mas ela parecia bem comunicativa.