CAPÍTULO 5

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EU CAMINHAVA PELAS ruas de Londres, o dia estava um pouco nublado, mas tão perfeito para mim.
Um lindo arcos-íris pairava sobre o céu azul cizento.
As pessoas caminhavam vagarosamente -Não na pressa do cotidiano e empurrando os outros- andavam lentamente, apreciando o degradê de cores no céu.

Eu não sabia bem o que fazia , mas continuei andando, até chegar em frente à uma loja que me pareceu familiar; na porta de vidro havia uma placa cuja estava escrito em letras garrafais "ABERTO".
Mas eu não ia entrar.
Senti como se aguardasse algo ou alguém do lado de fora.
uma mão pousou em meu ombro e me virei como reflexo. Um Christopher sorridente apareceu para mim, ele tinha uma luz branca atrás de si, que moldurava seu corpo e minha visão  como uma aura. Ele parecia um anjo.
Então a luz se intensificou e irradiou através dele, cobrindo sua pele e alastrando-se por seu rosto, cobrindo seu sorriso e tão logo seu corpo todo.
E então não houve nada, ele desaparecera por completo.
Meu anjo se fora.
Tão rápido como aparecera, sumira.
Gotas de chuva pingaram em meu rosto, chamando minha atenção para o céu.
O sol, que se escondia entre as nuvens gélidas, quase não era perceptível e ele se punha, foi sumindo e sumindo, até se fundir com as próprias nuvens.
O céu escureceu e a chuva ganhou intensidade.
Caindo sobre mim, lavando minha alma.

Despertei com um clarão na visão, pisquei algumas vezes para estabilizar a visão turva. Minha vista estava focada agora, mas eu não via christopher -Como era de se esperar- apenas a imagem da minha janela irradiando a luz do sol.

Fora tudo uma peça do meu subconsciente.

Olhei ao redor do meu quarto e ele ainda parecia o céu, do jeito que eu me lembrava quando criança.

E provavelmente Christopher deveria ser meu anjo particular do meu céu particular! -Pensei.

Sorri de minha imaginação fértil enquanto me levantava da cama e me espreguiçava.
Eu realmente tinha tido uma ótima noite de sono,
Talvez a melhor em anos.

Sentido-me completamente com a bateria recarregada, minha mãe adentrou meu quarto sorridente e trazia o meu café da manhã consigo.
Também sorri ao vê-la.

-Bom dia, filha. trouxe seu café.

Ela colocou a bandeja em cima da minha cama e se sentou na mesma.
Lhe olhei, agradecida.

-Oh, mãe, não precisava. -Falei já desejando sonho que estava na bandeja.

Mamãe simplesmente fazia os melhores sonhos que eu já provara.

-Fazia tempo que eu não tinha ninguém para mimar. -Ela murmurou, os olhos num brilho triste.

Voltei a me sentar na cama e agarrei o sonho, dando-lhe mordidas nada generosas e fechando os olhos para saboreá-lo. Estava divino.
Sabor de infância.

-Meu Deus, mãe! Isso aqui está MA-RA-VI-LHO-SO ! -Praticamente gritei.

O sonho havia acabado e eu queria muito lamber os dedos.

-Obrigada, filha.

-A senhora tem que me passar a receita.-Pisquei para ela, que riu.

-Claro. -Concordou.

Ela olhou para as mãos e depois sustentou meu olhar.

-Dulce...?

Peguei a xícara de café e dei um longo gole, olhando para ela de soslaio

-Sim...?-Balbuciei, me preparando mentalmente para as perguntas definitivamente inevitáveis.

-Por onde esteve durante todo esse tempo? -Ela refez a pergunta da véspera, me olhando com os olhos marejados.

Do Outro Lado Da Chuva | VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora