Londres, Inglaterra
Janeiro de 2013.D U L C E M A R I A
EU PODIA TER PREVISTO que uma coisa dessas podia acontecer.
Quando Anahi me convidou para um dia no shopping, achei que fosse apenas para termos um dia das garotas como costumávamos ter; fazes as unhas, o cabelo, comprar roupas casuais, enfim.
Só que eu comecei a desconfiar quando ela nos empurrou -Christian, Maite e eu- para dentro de uma loja de vestidos de gala.
Seu pretexto era de que eu precisava estar na moda, assim como ela e o resto do mundo.
Eu confesso, eu não sou a pessoa mais despojada e vaidosa que conheço, mas a minha moda é estar confortável sempre. Exceto quando se trata de botas de cano alto.O resultado foi que saímos com lindos vestidos importados da França e um smoking que Christian insistiu em trazer para "ocasiões especiais".
A verdade é que passei o tempo todo tentando convencer Anahi de que os vestidos eram muito mais baratos na França e podíamos ter incomendado sem muita burocracia.
E o que aconteceu foi que saí de lá com o cartão de crédito estourado. Tudo bem. É apenas uma das consequências de ser amiga de Anahi.Outra consequência é você chegar em casa e deparar-se com uma festa de boas-vindas.
-Poxa, Dul, é só uma festinha! -Exclama Anahí, enquanto eu finjo estar emburrada.
-É, não nos deu trabalho algum! -Concorda Christian.
-É, claro que não.
Falo, e logo em seguida olho em volta. Festinha pode ser considerado eufemismo.
Em nada se parecia com minha casa, logo quando eu chegara. A sala agora estava cheia, alegre, repleta de rostos familiares.
Meus pais deviam estar amando isso. Eu estava amando isso, apesar da falsa carranca. Era assim que me lembrava daqui, do tumulto, das risadas, dos belos vestidos e paletós.Sorri aos meus amigos.
-Obrigada, de verdade.-Agradeci.
Senti as lágrimas nos olhos, mas elas não vieram antes de Anahí enlaçar seus braços em meus ombros, em um forte abraço. Um segundo depois, senti os braços fortes e pesados de Christian, depois os delicados braços de Maite. Mais três peças foram encaixadas dentro de mim. Você entende? Como um complicado quebra-cabeças se formando.
O momento durou pouco, foi interrompido quando alguém cutucou minhas costas. Me virei, relutante em quebrar o abraço, mas sentindo familiaridade naquele gesto.
Oscilei.
O que vejo no instante em que me viro, é o contrário do agradável.
-Olá, Dulce.
-Natália.
Tento não pensar em nada.
Deixe o passado no passado.Ajo por impulso e a abraço, sem saber ao certo o que fazer com os braços. Sinto que ela hesita um pouco, e depois se afasta.
-Você sabe que nunca fui muito de abraços, Dulce.
-Ah, sim. -Murmuro.
Seu olhar frio me desconcerta.
Vejo que ela tem mágoa, e não entendo bem o porquê.
Mas de minha parte, ela não vai receber nada do que está me dando. Vou fazer a coisa certa, o resto é o resto.-Este é Alfonso, meu noivo.
É só quando ela fala que eu percebo a presença masculina ao seu lado.
Ele é alto, forte e tem cabelos negros e olhos verdes reluzentes. Ela disse noivo?
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Do Outro Lado Da Chuva | VONDY
FanfictionDulce Maria e Christopher Uckermann mantinham um romance em segredo, até ele ser obrigado pelos pais de ambos a se casar com a irmã mais velha de Dulce, para poder realizar seu sonho de comandar a impresa da familia. Desde então, Dulce tem vivido um...