This Is Goodbye

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        Ela estava com medo

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    Ela estava com medo. Com medo de tudo ao seu redor, com medo de que mesmo que desse seu melhor para fazer as coisas darem certo não fosse o suficiente. Que no final das contas tudo tenha sido em vão e que só tivesse sido posta nesse mundo para decepcionar aqueles que ama.

    Por que tinha de ser ela? Por que não podia ser qualquer outro em todo o mundo? Além de não merecer uma grande honra como aquela ela sentia que não era tão forte quanto deveria ser. Matou centenas de pessoas de maneiras terríveis e agora era chamada para guiar um grande e enérgico exército para um futuro melhor, mas como ela poderia fazê-lo sem achar que ela mesma pertencia ao seu horroroso passado?

    Ela não era digna daquilo. Não era digna da frente de batalha e muito menos do comando.

    - Anya, eu sei que eu menti-

    - Mentiu? – Ela lhe interrompeu com um tom amargo. O sorriso era debochado e magoado ao mesmo tempo, o rosto não estava mais tão pálido ou suado como antes, mas com toda certeza era ainda mais descontente.

    Ela ainda vestia o odiado roupão do hospital. Seu modelo era diferente do que Lexa usava ao acordar, tinha seus cordões e aberturas na lateral esquerda como o de Waverly no quarto alguns metros à esquerda. Mesmo que a morena grunhisse de dor sempre que os apertasse ou simplesmente se movesse ela não ficava parada um segundo sequer, escondendo as ataduras e curativos como se negasse a própria fraqueza.

    Echo observava a tudo atentamente do lado de fora, não podia imaginar que uma discussão como aquela seria possível entre as duas e se sentia mal por não fazer nada a respeito. Sabia que aquela longa e produtiva fraternidade havia chegado ao fim, e um longe de ser amigável.

    - Você não só mentiu, Lexa, mas também me enganou por anos! – A ferida exclamou, não se importava em romper os pontos de seu abdômen se aquilo lhe desse a chance de tirar o ódio acumulado de seu peito. – Não faz ideia de como foi te esperar por três meses naquela maldita cela, observando os corpos passarem com medo de que eu fosse ver o seu rosto! – Lexa abaixou a cabeça e esfregou os nós dos dedos.

    Anya mal podia reconhece-la, sequer podia pensar que ambas teriam essa conversa quando Lexa obviamente estava lhe evitando. A viu passar por diversas vezes no corredor, e em uma delas completamente fora de si. Seu coração estava dividido entre a preocupação de seu amor fraternal e a dor da traição.

    - Parece que eu sequer te conheço... – Murmurou. – Desde que voltou do isolamento você é uma pessoa completamente diferente. E não venha me dizer que nos conhecíamos a pouco tempo antes disso, mesmo que seja verdade eu sei muito bem como ler as pessoas... Assim como você.

    Lexa assentiu com culpa borbulhante, ardendo na garganta. Engoliu em seco e se manteve quieta por longos minutos, Anya esperava que ela negasse ou que ao menos a desse uma explicação, mas nada aconteceu. Aquele silêncio apenas confirmando suas suspeitas de que a mais nova não havia feito nada daquilo por ser forçada a fazer, mas porque teve a oportunidade. Porque simplesmente quis.

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