Just Another Problem - Parte 2

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    Os quatro não podiam imaginar que a resposta dela seria tão certa e firme como aquela. Winn sequer ficaria de pé com todas aquelas fraturas, muito menos conseguiria arrancar o tubo de soro em sua veia direita sem se importar em levar a agulha junto e estancar o sangramento da perfuração de acesso com um dos curativos que tirou de seu braço esquerdo. Apenas as poucas horas de sangue que viu fizeram sua pressão baixar e a moleza surgir para dizer "Oi".

    - Lexa, está sendo inconsequente. – Danvers alertou.

    - Pelo contrário, Alex. – A morena rebateu enquanto puxava a fita de seu punho direito para se livrar das ataduras. – Estou sendo muito consequente.

    - Se deixando sem tratamento com um tumor desse tamanho no cérebro? – Apontou para a imagem na mão de Winn com um bufar, a mulher sequer se deu o trabalho de observar a nova descoberta e manteve o foco nas ataduras. Soltando a fita da mão esquerda com facilidade.

    - Comandante, negar o procedimento é uma sentença de morte. – O mesmo neurologista loiro da sala se fez ouvir. – Esse tumor está afetando consideravelmente seu Córtex Pré-Frontal e se aquilo na sua nuca tiver o mesmo comportamento duas áreas extremamente importantes do seu cérebro serão perdidas.

    - Comportamento social, gerenciamento de emoções. Sua personalidade, sua motivação concentração e atenção! Organização de informações e aplicações! Memória de trabalho e muscular! – Fez questão de listar cada item com a esperança de que assim ela mudasse de ideia. – Sem falar no Tronco encefálico. Funções motoras involuntárias como respiração, digestão, ritmo cardíaco e até mesmo a pressão arterial vão simplesmente deixar de existir.

    - Essas capacidades já estão sendo afetadas, mas vai ficar muito pior se não começarmos o tratamento agora. - Alex engoliu em seco enquanto a mulher se livrava das últimas voltas no punho esquerdo para atirar as duas pequenas bolas de tecido sobre a cama.

    - Espera, isso já estava assim antes? – O loiro encarou o exame nas mãos de Winn com sobrancelhas arqueadas. Seu parceiro pareceu confuso com o comentário e se aproximou em curiosidade para descobrir do que aquilo se tratava.

    - Está vendo isso? – O homem apontou para a estranha colonização. Observar a imagem de um outro ângulo lhe fazendo perceber um comportamento que mudaria tudo.

    - O que foi? – Winn questionou nervosamente. – O que descobriram?

    Nenhum dos dois amigos disse uma palavra, apenas observaram a imagem antes de se entreolharem e a Comandante logo em seguida. Alex trocou o peso entre os pés, não gostando daquela estranha expressão dos médicos.

    - Nós... Nós não podemos opera-la. – O moreno informou, Alex sequer piscava. O rosto tão gelado quanto o coração em sua garganta. – O tumor está localizado exatamente no centro do Polígono de Wills. A estrutura de artérias que fornecem sangue oxigenado para todo o cérebro.

    - É chamado desse jeito por ser um círculo formado de quatro pares de artérias, mais uma em sua extremidade menor. – O outro se colocou a explicar quando ninguém entendeu o comunicado. – É fácil de resolver quando o problema acontecesse em apenas um de seus pares, por ter esse formato o fluxo sanguíneo não sofreria uma queda. Suprindo a necessidade do cérebro encontrando uma outra rota entre as várias. Mas...

    - Mas? – Foi Lexa quem perguntou agora. O loiro umedeceu os lábios.

    - No seu caso o Polígono de Wills está sendo usado pelo tumor para espalhar a colonização para todo o cérebro. – Explicou. Winn observou a morena virar em direção ao balcão com olhos na parede. – Por se tratar de um polígono ainda funcional, quando iniciarmos uma operação em uma das artérias as restantes continuaram o processo assim que o procedimento for realizado.

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