Let Me Be - Parte 1

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Aquela não era a primeira vez que a pequena Lexa era atirada na parede, quebrava alguns ossos e usada como saco de pancadas sem nenhum motivo que não fosse respirar. Cada vez que seu mais novo companheiro de cela apenas a olhava, com seu rosto sorridente de sempre ela sabia que tinha se preparar para apanhar. Acendendo cada pequena fagulha de ódio e desejo por violência que fazia parte de quem ele realmente era.

Pernas, mãos, dedos, unhas. Qualquer coisa rígida o suficiente para ser partida no meio, cada pequeno pedaço de pele que pudesse receber um golpe e ser marcado pelo hematoma roxo esverdeado no dia seguinte. Apenas uma semana que ele havia chegado naquela cela e Lexa já havia quebrado mais ossos do que em todo o resto da sua vida.

Vinson é o tipo de companhia tóxica que afeta e apodrece qualquer um ao seu redor com algumas palavras, mas não com a garota. Não, ele via algo diferente nela, algo que nunca havia encontrado em nenhum antes. Algo que se escondia atrás de seu medo, da sua fraqueza e que Titus queria explorar com a pequena ajuda de seu conhecido.

Os planos que os dois tinham para Lexa não eram os mesmos. Enquanto Titus queria usa-la, Vinson queria liberta-la das barreiras impostas por seu temor, mas ambos queriam que ela atingisse seu verdadeiro potencial. E a única maneira que lhe enxergavam alcançando aquele objetivo era através do sentimento que vinha se acumulando em seu peito todo aquele tempo. Entre chutes, ossos partidos ao meio, cicatrizes, torturas e experiências.

Fúria.

- OLHE PARA MIM QUANDO EU ESTIVER FALANDO COM VOCÊ! - Ela tinha apenas dezessete, mas era mais intensa do que o homem de trinta sentando sobre a cadeira de madeira. Chorando em seu pânico enquanto Lexa lhe agarrava o queixo.

A agulha em sua mão direita era do tamanho de seu dedo indicador. O metal ponte-agudo e esguio sequer tremeu quando fez seu caminho pela carne da bochecha direita do torturado. Ele gritava em dor, sentindo mais um entre os vários furos de seu rosto ser adicionado a coleção com um sorriso nos lábios da garota. A sensação horrível do metal se fincando em sua gengiva e mantendo a lateral direita da boca presa contra os dentes, o joelho direito perfurado por uma bala de revólver e aberto por um bisturi sujo. A pele caída para ambos os lados e grampeada em sua própria carne. Os dedos de Lexa sujos em sangue vindo do corpo de sua ultima vítima, jogado ao chão a esquerda enquanto Vinson mordia a carne de seu pescoço como a um pedaço de hambúrguer, o som da carne fresca sendo puxada entre seus dentes.

O homem gritou em seu desespero e Lexa bufou, dando dois passos para trás e dando espaço apenas para que um dos médicos que assistia a tudo como a um pesadelo na vida real injetasse a terceira dose avermelhada no pescoço do homem, sem se importa se o causaria um ataque cardíaco como o primeiro do grupo de cinco. Capturados do lado de fora do manicômio com câmeras e microfones prontos para serem instalados.

A respiração do homem acelerou mais uma vez, os dedos tremeram como se levasse um choque e os pés molhados se afundaram no balde de água abaixo dos pés descalços. Lexa não limpou as mãos para agarrar a garrafa de álcool puro sobre a cadeira nos fundos do ambiente, destampou o frasco e o colocou sobre a ferida. O homem choramingou em desespero, ela sorriu. Queria lhe ouvir implorar antes de despejar o álcool sobre a carne, o intruso gritou mais uma vez e tudo o que a jovem morena fez foi mover o braço suavemente. Deixando que o liquido lhe banhasse todo corpo.

Vinson sentiu o cheiro de gasolina e levantou a cabeça para fora do pescoço de seu petisco. Dentes tomados por carne e sangue vermelho escorrendo de seu lábios, misturado a saliva por sua saborosa refeição e respingando ao chão. Ele suspirou, sabendo que não teria sua carne mal passada como gostava e se aproximou de Lexa arrastando o homem morto pela gola camiseta vermelh sangue que antes costumava ser branca limpa.

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