Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Quando as cortinas se fecharem
Vai ser pela última vez
Quando as luzes se apagarem
Todos os pecadores vão rastejar
Então eles cavaram a sua sepultura
E o baile de máscaras
Chegará anunciando
A bagunça que você fez
Não quero decepcionar você
Mas meu destino é o inferno
Embora tudo isso seja para você
Não quero esconder a verdade
Não importa o que criamos
Ainda somos feitos de ganância
Este é o meu fim
Demons - Imagine DragonsQuem você foi ontem?
Quem você é hoje?
Quem você será amanhã?
São essas perguntas que eu me faço diariamente, é como um ritual ou um terrível toc do qual não consigo largar, acordar sem saber o que você vai encontrar é um dos meus maiores tormentos, é terrível não ter a certeza de onde estou ou do que eu fiz no dia anterior, saio dos meus devaneios com alguém batendo na porta do quarto abafado que chamam de camarim.
– Nix? Você é a próxima e fique atenta porque o Frederico veio hoje e sentou bem próximo ao palco.
Da mesma forma como a minha mensageira chegou ela se foi, silenciosa. – suspiro.
Frederico é um cliente assíduo da boate na qual trabalho e, se não fosse toda a negritude que o envolve eu diria que ele era só mais um homem procurando uma diversão suja.
Viro para o espelho e confiro meu reflexo uma última vez antes de ir extravasar os meus sentimentos na dança, é no pole dance que eu posso ser agressiva, posso fechar os olhos e não ficar com medo de que ela vá aparecer.
As luzes estão escuras dando um ar decadente ao lugar, desligo todos os meus pensamentos, agora somos só eu e o pole dance como um casal de amantes em sintonia, sincronia e entrega total.
Ouço meu coração batendo em meus ouvidos e a cada movimento eu sinto os olhos dele cravados em mim, a adrenalina corre de maneira violenta no meu sangue.
Luzes piscando... sussurros... gemidos.
A coreografia acaba e o meu folego também.
Me encaminho para o camarim para trocar de roupa e ir para casa, hoje não quero o dinheiro extra das danças privadas, quero chegar em casa e dormir por um dia inteiro de preferência.
Após trocar o figurino da dança – se é que podemos chamar um minúsculo top, fio dental e meias de figurino – vou em direção a saída.
No caminho eu paro quando me deparo com Jack, um cliente chiclete que só sabe reclamar da esposa durante os minutos que danço pra ele.
Resolvo sair pela porta dos fundos já que quase ninguém usa essa saída por causa da contramão que é ir ao estacionamento e ponto de ônibus.
Abro a porta concentrada no meu celular, vou pedir pizza pelo aplicativo e assim quando eu chegar não irei esperar tanto pela entrega. Antes de virar a esquina eu ouço um estalo, paro abruptamente e levanto a cabeça para entender a cena a minha frente.
Vejo dois homens de pé e um outro de joelhos, não consigo identificar quem são porque a escuridão é muito grande e eu sinceramente agradeço muito esse fato, como ainda não fui notada eu tento dar meia volta e alcançar a porta até que eu piso em algo que faz barulho. Em qualquer outro momento esse pequeno som não iria ser ouvido, mas com o silencio do ambiente e a tensão do meu corpo eu acabo soltando um gemido abafado que infelizmente pra mim, é escutado.
Os dois homens que estão de pé se viram na minha direção e o meu coração perde uma ou duas batidas seguidas. Ofego. Frederico e seu fiel "escudeiro" estão me olhando como se eu tivesse matado o gato deles.
– Então pessoal – falo com a voz tremula – eu não vi nada, juro! Estou voltando, acabei saindo pelo local errado, podem continuar com a reunião de vocês. – viro e começo andar muito rápido em direção a porta.
O problema é que não tenho tempo de chegar a entrada, ela é aberta e de lá saem várias pessoas de uma única vez. Parece surreal demais, loucura até, e de loucura eu entendo bem.
– Policia, todo mundo parado agora!
Meu braço é puxado de modo brusco e sou laçada por mãos fortes.
– Calma aí, se vocês derem mais um passo eu vou estourar os miolos da morena aqui, tenho certeza que ninguém vai querer esse rostinho explodindo em todas as direções. – minha respiração começa a ficar difícil e eu sinto que irei desmaiar a qualquer momento, não senhor, de novo não.
Um policial se coloca na frente de todos os outros e o que eu posso ver é que ele claramente é louco.
– Final da linha para você Frederico, deixe a menina vim até nós para não acrescentar sequestro a sua vasta lista de crimes. – já posso sentir todos os familiares sintomas do surto rastejando sobre o meu corpo.
– Deixar minha deusa Nix com você, Alaric? Acho que não, eu passo. Essa gracinha vai me dar o que tanto me negou até hoje. – ele puxa meu rosto em direção ao seu e lambe toda a lateral. – Huum, tão gostosa, doce como eu sempre soube que seria.
Sempre que pensava sobre a forma como eu iria morrer, eu nunca imaginei que seria assassinada em um beco fétido e pior ainda, por um lunático.
– Frederico, eu prefiro perder uma civil do que deixar você escapar, a coisa boa é que se você atirar na prostituta eu vou ter o direito de atirar na sua cabeça e ter o prazer de ver todos os seus miolos espalhados. – mas que merda esse cara tá falando? Olho para o seu rosto e vejo que ele não tá blefando, pqp, ele vai me deixar morrer? Começo a tremer e minha cabeça começa a doer muito, já sei o que muito em breve vai acontecer e não gosto nada disso.
– Haha, logo você, Alaric? Vai deixar uma civil morrer? Esquece que assim como você me conhece eu o conheço também? Sei o quanto a morte te afeta, então vamos parando de jogar, meu tempo é escasso. Vamos gracinha, vamos andar de costas até a saída – sussurrando no meu ouvido ele completa de modo que só eu o escute – vou adorar me enfiar entre suas pernas, hoje vou conseguir de você o que tanto me negou, minha paciência acabou.
Começamos a dar passos pra trás, fixei meus olhos nos do policial que tinha conversado com o Frederico e mesmo com toda a escuridão que nos cercava eu podia jurar que vi ele apontando sutilmente com a cabeça para o chão, se eu estava enganada eu não queria pensar do que iria acarretar esse meu gesto, em um único impulso eu me joguei de forma sentada no chão, após isso eu eu ouvi os disparos e vi quando o parceiro do Frederico foi baleado no seu lugar, ele caiu muito perto de onde eu estava, não senhor, de novo não. Minha visão começou a escurecer e minha cabeça com certeza iria estourar, foi então que eu apaguei.
Eita!! É muita informação!!! Hahaha
O início tem que ser assim, aqui as coisas começam tensas e talvez – olha o talvez – elas fiquem mais calmas.Gostou? Vote!
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Deixe seu amor! ❤
Próximo capítulo vai vim durante a semana!
Até logo!
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Incomparável Nix (EM PAUSA)
RomanceEle é o certo. Ela é o sinônimo de errado. Ele gosta da calmaria. Ela é a tempestade. Ele vive a lei. Ela nasceu para quebrá-las. Ele tem fé em Deus. Ela acredita em Deuses. Ele a faz querer pela primeira vez viver uma paixão avassaladora. Ela despe...