Capítulo 2

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Tudo que você tem é o seu fogo
E o lugar que você precisa alcançar
Nunca dome seus demônios
Mas sempre os mantenha em uma coleira
Quando eu era um homem eu pensei que isso tinha acabado
Bem, eu conhecia a perfeita dor do amor
Mas minha paz sempre dependeu
De todas as cinzas no meu despertar
Arsonist's lullabye - Hozier

Alaric Black

O nome da família era Korolenko, eles eram acusados de lavagem de dinheiro, homicídios, tráfico de drogas e a pior parte, tráfico de pessoas.

Foram meses aguardando o melhor momento para pegar o chefe da família, dias insones, colegas de profissão mortos em combate e quando tudo estava se encaminhando para a maior prisão já vista nos Estados Unidos, eis que o poderoso chefão é dado como morto e o seu filho assume os negócios da família.

Frederico no alto dos seus 30 anos era tão escorregadio quanto uma lesma e tão odiável quanto. Seguir os seus passos e montar um dossiê que o colocasse dentro do olho do furacão não foi fácil, mas a determinação de toda a equipe fizera com que ele fosse encontrado em vários esquemas tão sujos quanto a sua alma, ao que tudo indicava ele era um lunático e tinha uma queda muito grande pelo tráfico de pessoas, hoje o nosso infiltrado tinha conseguido uma informação valiosa, ele estava fechando mais uma "carga" — apelido carinhoso que ele dava para as pessoas que ele iria traficar — e, segundo nossas informações quem estava negociando com ele era o dono da boate na qual ele era cliente assíduo.

O trabalho do nosso infiltrado era garantir que ele não colocasse as mãos na pessoa "comprada."

O objetivo da missão era entrar, declarar voz de prisão para o russo e seus compassas e sair sem nenhum dano colateral, mas a situação que se desenrolava a minha frente era outra.

— Parem de atirar, porra. — gritei. — Ele fugiu? Onde estava a equipe designada ao final da rua? Ninguém viu nada? Meses estudando esse caso para isso? QUE BANDO DE AMADORES VOCÊS SÃO. — chutei a primeira coisa que eu encontrei na minha frente, o que acabou por ser uma lixeira velha.

— Black, tire a mente da bunda e venha aqui, acho que ela está em choque. — disse o tenente Collen.

A menina que o Frederico tinha feito de refém estava no chão em posição fetal e até onde eu conseguia ouvir ela estava sussurrando algo.

— Ei, está tudo bem —falei baixo. — A ambulância já está chegando, vamos acompanhar você ao hospital.

Como não obtive uma resposta cheguei um pouco mais próximo e pude ouvir o que ela sussurrava.

—A culpa não foi minha mamãe, estou com fome, me deixa comer só um pouquinho, prometo que vou me comportar... — a voz baixa e sofrida da menina repetia incansavelmente.

— Psiii, vamos cuidar de você, está me ouvindo? — ao que tudo indicava ela estava tendo um ataque de pânico.

— Cara, a ambulância chegou, deixe eles fazerem o trabalho deles e vamos nos preocupar com a repercussão dá operação. —falou um muito puto Collen.

— Eu ainda não acredito que ele conseguiu fugir, quem ficou responsável pela saída do beco? É inacreditável que ele passou correndo por vários agentes disfarçados e ninguém o parou. — Collen só fez levantar a sobrancelha e deu de ombros, o bastardo estava pensando a mesma coisa que eu, alguém estava jogando dos dois lados e quando eu o pegasse não iria sobrar nada dele para contar história.

(...)

— Black, vamos precisar ir para o hospital pegar o depoimento com a senhorita Adrasteia e o idiota também desapareceu como fumaça. — Dessa vez quem levantou a sobrancelha fui eu, idiotas tinham aos montes aqui, ele iria precisar ser mais especifico. — O Garvis, é desse idiota que eu estou falando. — ele concluiu.

Incomparável Nix (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora