Colecionadores de Vidas

Retornança, Ameaça

Alguns dias depois…

A mesa de madeira estremece, os vidros repousados à mesa tilintam, as travessas com comida e o gelo na jarra de suco fazem estardalhaço, quando a mão em punho de Elton atinge a madeira maciça.

— Keid! — Esbraveja o mais velho entredentes.

— Quebre minhas coisas e eu quebro a sua cara, Elton Hensley! — Chantal exclama logo em seguida. Sua preocupação, sempre, estava direcionado à seus bens caríssimos e únicos!

— Não me interrompa, Chantal! — Elton acaba de falar e vê um garfo passar rente sua orelha esquerda e cair logo atrás de sua cadeira. — Mulher? Está louca?

— Volte a me mandar calar a boca, só mais uma vez...! — Sussurra Chantal do outro lado da mesa, na outra ponta do móvel. Ameaçadoramente ela semicerra os olhos e trava a boca depois de falar. — Na minha casa, vou repetir para que sua cabeça cheia de verme entenda, na minha casa! Quem. Manda. Sou. Eu! — A mulher ergue uma taça com vinho e beberica. — Hora do jantar, quero silêncio agora!

— Essa casa também é minha!

— Hora do jantar, silêncio agora! — A mulher murmura fria e pausadamente.

Elton se prepara para rebater e voltar a discutir, mas Saiuni entra na sala de jantar acompanhada de Tales e então Keid murmura:

— Criança no recinto.

— Já era para esse garoto estar dormindo. — O homem resmunga observando Saiuni acomodá-lo ao seu lado.

Saiuni faz uma cara de deboche e murmura irônicamente:

— Se está com sono, pode ir se deitar, papai!

Keid revira os olhos e se prepara para levantar, Chantal ergue a mão e o encara.

— Sente-se Keid! — O homem resmunga e senta-se olhando a irmã receosa do outro lado da mesa.

— Bom, como sabemos o tempo se esgotou e uma nova missão chegou. — Elton murmura esta mesma frase pela segunda vez, Keid abre a boca para reclamar novamente e é impedido por Saiuni.

— Precisamos, mesmo, falar disso agora? — A loira olha para o pai e logo em seguida fixa seus olhos no da mãe. — Não quero, você sabe quem, por perto, mãe!

— Certo, — Chantal concorda e se volta para o marido. — Elton, querido, você deve estar surdo, não é mesmo?

Elton se prepara para responder e é interrompido pelo neto.

— Porque está todo mundo falando estranho, de novo?

— Não é nada querido, coma sua comida porque já está tarde e você precisa dormir. — Saiuni exclama quase que com medo; medo que Tales descubra que sua família elimina pessoas criminosas deste plano, por comando de seu avô Elton que encontra prazer em seus atos. — Quer suco?

Tales sorri, concorda com a cabeça e puxa um assunto onde todos voltam a conversar civilizadamente; o garoto tem esse dom, o dom de conseguir aplacar as brigas sem nem mesmo saber o porque da briga. O coração de Tales é grande o suficiente, para carregar todo o amor de sua família no peito.

Mais tarde, Saiuni é novamente a última a entrar  o cômodo, desta vez sem filho e com a cara fechada por saber que o motivo daquela reunião seria trazer mais mortes, e, nem em um milhões de anos aquilo um dia iria agradá-la.

A mulher se move pelo escritório do pai, no último andar, até chegar no sofá em que acomoda sua mãe e seu irmão, antes de sentar ela bagunça o cabelo arrumadinho de Keid. Depois de sentada, ela repara na pose de madame de sua mãe e balança a cabeça inconformada.

— Finalmente Saiuni! — Elton esbraveja e Saiuni o encara, reparando em sua pose de chefe alfa, com o quadril na lateral da mesa de madeira e os braços cruzados no peitoral, sua cabeça volta a se mover em negação, família de loucos!

— Não me perturba, Elton! — Saiuni murmura fazendo cara de tédio e abana a mão em direção ao pai com deboche. — Começa aí, a ladainha nossa de todo dia!

Keid solta uma risada e os irmãos batem a mão em cumplicidade. Chantal abre um meio sorriso bipolar, e pede para os filhos se calarem e o marido continuar.

— O alvo podre deste mês, é um prefeito de uma cidade interiorana. — Elton explica e começa a entregar pastas com os respectivos afazeres. Saiuni resmunga para si mesma, Keid revira os olhos mais uma vez e Chantal sorri. — Preciso que você encontre um lugar afastado para ele ir e desative câmeras e alarmes, Saiuni.

— Só isso? Não vou precisar matar ninguém? — Saiuni começa a comemorar e Elton a impede.

— Por hora, ainda não. — Saiuni faz uma comemoração rápida e volta a se acomodar para ler o dossiê. — Keid preciso…

— Por que você sempre fala, preciso? Você não vai morrer se não pedir, pai! — Saiuni pergunta de repente o interrompendo. Elton se vira para a filha com raiva e esbraveja.

— Pelo que vejo, você está querendo fazer mais coisas não é, Saiuni?

— Ata desculpa aí, ó chefe alfa! — Saiuni zomba e se levanta para procurar um livro na grande estante no canto da sala. — Pode prosseguir, ó majestade!

— Garota desaforada! — Elton exclama e volta se para os outros dois. — Keid, você irá cuidar da esposa.

— Como assim, cuidar? — Keid pergunta levantando a cabeça do dossiê da ruiva em suas mãos. — Vou matar ou não?

— Se ela não te matar antes. — Elton murmura com descaso. Keid entorta a cabeça e olha o outro dossiê nas mãos de Chantal.

— Por que eu tenho que ficar com a esposa assassina e a mãe com vice-prefeito? — Keid dispara revoltado. — Pode trocar! Não vou matar mulher nenhuma, não vai fazer como fez com a Saiuni antes!

— Ei! Estou aqui e ouvindo! — Saiuni reclama do outro lado da sala.

— Foi mal Sah, mas é a verdade. — Keid levanta e para no meio da sala, encarando seu pai. — Elton, só porque eu te disse a verdade na sua cara, não significa que você irá me punir.

— Claro que significa! — Elton ri debochadamente bem na cara de Keid. — Já estou punindo e você continuará sendo punido! Sabe que comigo o andar da carruagem é diferente! Mas você e sua irmã, insiste em me pirraça, ganham nada mais que o merecido!

— Você é mesmo um louco! Qualquer dia, eu irei firmemente em uma delegacia e acabarei com essa sua farra! — Keid esbraveja. — Você é um louco psicopata! Internação para você é pouco!

— Pois é, eu sou um louco psicopata que mata criminosos, posso ir para um manicômio e fugir mais tarde. Mas e você? — Saiuni e Chantal já estão em volta dos dois que irradiam tensão e ódio. — Não passa de um bundão! Você é cúmplice e já matou muitos, quem sabe até mais que eu. Quer ir me denunciar? Vai! Mas vá sabendo que você cairá e cairá muito mais fundo, filhinho!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Oiie genteee!!!

O capítulo de hoje é repleto de ameaças! É bomba atrás de bomba e os irmãos só se afundam mais! 😥

Tão odiando o Elton um pouquinho mais, a cada capítulo? 🤣 Só digo que vai piorar! Ele não melhora!

E a postura de Chantal para com as brigas dos três?

Me contém e perguntem aí nos comentários! Capítulo reservado para questionamentos!😘

Até a próxima, beijocas!💋