Interlocuções Familiar

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Keid atravessa a porta da cozinha sendo seguido por Saiuni que ainda revoltada e mexida, bate a porta e estremesse o vidro da mesma.

— Quebre essa porta e eu quebro sua cara! — Chantal exclama semicerrando os olhos, e segue até a porta abrindo e checando para ver se há estragos. — Esta porta é uma relíquia russa, consegui em um leilão internacional de quatorze dias, para vir uma palhaça e descontar seu estresse nela.

— Eu pensei que a porta relíquia fosse a da sala. — Keid murmura com a cabeça dentro da geladeira.

— Mas é, elas são pares! — Chantal explica e olha em volta. — Cadê Saiuni? Estava aqui neste instante!

— Ela está incomodada com algo da cidade. — Keid explica brevemente segurando um copo cheio de leite gelado, segue para o armário e começa abrir os potes. — Cadê as bolachas do Tales?

— Vai tomar café direito! — Chantal murmurou pegando o copo de sua mão. — Seu pai e Tales estão tomando café na sala.

— Qual o assunto de hoje? — Keid pergunta rindo. Desde que Tales começou a falar, Elton o interroga semanalmente para saber como o garoto fez para conquistar seu cachorro.

— Adivinha? — A mulher fala num tom cansado.

— Boris?!

— O próprio!

— Elton nunca vai desistir!

Os dois seguem até a sala de jantar e então Keid se serve e caminha até a sala de estar, onde Tales e Elton conversam calorosamente.

— … vovô! O Boris te me estolheu

— Alguma coisa você deu à ele! — Elton esbraveja — Foi comida não é?

— A minha mãe falou te os tachorros não podem tomer o que tomemos. — Tales explica e morde um pedaço de pão, mas então se lembra de algo e arregala os olhos. — Vovô, o senhor vai na minha apresentação da estola?

— Por que eu deveria? — Elton diz num misto de curiosidade e indiferença.

— Porte vai ser dia dos pais e a professora disse te um avô é tomo um pai.

Tales ergue o prato com uvas roxas e oferece ao avô, a única fruta que ele não gosta mas sabe que Elton gosta. O homem também ergue seu prato e oferece um iorgute, os dois concordam em trocar e assim é feito.

Keid continua parado no batente da porta, Chantal já sumiu.

— Voltando ao assunto, por que você não pede ao Keid para ir? — Elton questiona enquanto come as uvas.

— Porte o tio Keid é tio, vovô! — O garoto exclama como se fosse óbvio, e Elton revira os olhos.

— E o que isso tem haver, Tales? Ele também é homem!

— Minha professora disse te um avô é tomo pai, e não tio! — Elton abre a boca pra discordar e explicar que dá na mesma, mas a criança é mais rápida e continua. — E tomo a mamãe disse te o meu papai viajou e perdeu o celular, não dá pra tonvidar ele.

Elton paralisa, agora, sem palavras, por que Saiuni disse para o menino que o pai dele tinha viajado? Assim não vai ficará ainda mais complicado? Por que não contar que o pai faleceu? Respirando fundo e enfim olhando ao redor, Elton avista Keid comendo em silêncio.

— Keid! Venha cá, o garoto quer lhe dizer uma coisa. — Elton praticamente pula do sofá, sente sua calça sendo puxada e olha pra baixo.

— Não vovô! É com você mesmo!

— O quê?! — Elton grita colocando a mão no ouvido e olhando em direção ao segundo andar, então se volta e encara Tales. — Olha lá sua mãe te chamando!

— Eu não ouvi a Saiuni chamar… — Keid começa a falar e é cortado pelo olhar mortal do pai. — Vish! É verdade, corre lá Tales!

— Ele não pode correr seu quadrado! — Elton esbraveja.

Keid dá de ombros e senta na poltrona do outro lado da sala, com seu prato em mãos. Então vê o exato momento que Elton faz um bico de revolta, quando Boris entra para ajudar Tales a subir as escadas.

— Mais tarde a gente tonversa, vovô. — Tales murmura tentando sorrir e esconder a dor.

— Não conte com isso! — Elton murmura antes de pegar as louças e sair da sala o mais rápido possível; não entendia como aquele garoto conseguia mudar de assunto e ainda o colocar em situações embaraçosas, contudo tinha que concordar que Tales tinha um talento interessante e que no futuro ele pretendia usar!

Keid suspira frustado com a reclusa de seu pai e então deixa o prato de lado e segue até o sobrinho, parado no segundo degrau.

— Venha cá campeão! — Murmura tirando Boris de perto e pegando o garoto no colo. — Sua mãe não está te chamando, mas ela deve estar querendo sua companhia.  

— Por te a mamãe quer minha tompanhia? — Tales pergunta quando estão no meio da escada.

— Porque ela não quis falar comigo, no caminho de volta pra casa. — Keid suspira preocupado com o humor e emoções da irmã.

— Onde vocês foram, tio? — O garoto torna a questionar e antes que Keid possa responder, outra pergunta chega. — A mamãe está triste não é?

Keid para no topo da escada e espera Boris sair do caminho para colocar Tales no chão.

— Desce Boris! — Exclama quando o cachorro para um degrau atrás dele, o cão rosna em resposta e senta perto de Tales. — As vezes, Elton tem razão em falar que você está mal acostumado!

— Deixa o Boris, tio! — Tales defende e afaga os pelos do animal.

— Se você ficar protegendo ele de tudo, Tales, — Keid começa a falar e sorri para os dois. — então ele não irá obedecer a mais nenhuma ordem e depois de um tempo, nem mesmo a sua. Entendeu? — O homem recebe um aceno de cabeça como resposta e então volta a falar. — Agora me explica, por que você acredita que sua mãe está triste?

— Porte a mamãe dormiu comido, ué! — Explica fazendo bico, Keid o encara ainda sem entender e a criança suspira. — Toda vez te a mamãe dorme comido, é porte ela está muito triste ou com muita raiva! — Fazendo gestos e mexendo os braços freneticamente, Tales explica deixando Keid surpreso.

— Desde quando ela faz isso? — Pergunta confuso e interessado.

— Desde sempre, tio! — Tales murmura balançando a cabeça, depois se estica e beija a bochecha de Keid. — Tchau tio Keid, eu vou ir ver a minha mamãe!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Oiie meus amigos!
Tudo Bom?

Boom, não sei se na cidade de vocês está chovendo, mas, aqui está e nada melhor que ler num dia chuvoso! 💜

Me contém o que acharam e até mais ver!🤗👋🏾

Beijocas!💋

Colecionadores de VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora