Descoberta?

16 7 12
                                    

Saiuni encara desesperada a cara de choro que Tales está fazendo.

— Solta! Solta ele! — Saiuni começa sussurrando e vai aumentando seu tom de voz. Sua mão vai automaticamente apertando a coxa recém suturada. Tales encara o homem assustado e a raiva de Saiuni parece querer se sobressair, ver seu filho nas mãos daquele homem acordava seus piores pesadelos. — Solta ele, Dinesh! Solta o meu filho, agora!

Dinesh fecha os olhos, respira profundamente e o solta vendo o garoto caminhar com dificuldade para o banheiro. Seus olhos se viram e encontram os raivosos e desconfiados olhos azuis de Saiuni.

— Desculpe… — Sussurrou desconcertado, sentia raiva por ter se exposto, mas, sentia, acima de tudo, muito mais… Saudades! — Eu só… Desculpe!

Saiuni franziu as sobrancelhas, que cara mais estranho! Quando o conheceu ele se mostrava uma pessoa… Forte? Segura de si, certeza do que vinha fazer por ali, contudo naquele momento Saiuni só via conflitos internos, fragilidade! Ela só pode sentir pena! Depois de alguns minutos, Tales retornou com uma caixa preta, uma muito maior do que sua mãe lhe explicou, voltava com dificuldades trazendo o objeto. Saiuni levantou assim que viu Tales cambaleando, seguiu até o filho e pegou a caixa de suas mãos, explicando que não era aquela e iria lhe mostrar. Dinesh só sabia observar o afeto, atenção e carinho entre mãe e filho, seu plano estava ruindo diante de seus olhos e ele não sabia como evitar!

— Amor, vou terminar de ajudar o moço e já vamos sair, beleza? — Saiuni murmurava voltando com Tales do banheiro. — Tem certeza que eles ainda estão no escritório do vovô? — O garoto acena pela segunda vez. — Vai pegando sua mochila, querido.

— Posso dar tomida pro Boris? — Tales pergunta agora mais calmo e evitando olhar para a cama da mãe, onde se encontrava o homem que tanto lhe chocou.

— Não!

— Porte não? — Tales faz bico e cruza os braços como costuma ver sua mãe fazendo.

— Filho, são quatro cachorros! — Tales descruza os braços e olha confuso e interessado para a explicação de sua mãe. — O que significa, primeiro, que é muita comida e você sabe que não aguenta! Segundo você não alcança a tramela do canil, e, por último, um empurrãozinho que seja de qualquer um dos brutamontes, você vai cair se machucar, se sujar, vai chorar e vamos nos atrasar!

— Ser peteno é muito ruim! — O garoto reclamou em resmungos enquanto se retirava do quarto.

Saiuni suspirou e seguiu com a sutura em um homem completamente aéreo. Por fim, ela levantou e avisou Dinesh que o esperaria na entrada da casa, sem demoras pois queria sair antes do fim da reunião do andar de cima.

Cinco minutos depois, Dinesh descia as escadas olhando tudo e todos os detalhes da grande, rica e nobre casa, as câmeras de vigilância não escaparam de sua visão e quando atravessava a sala ele se deparou com uma foto acima da lareira, um retrato dos cinco na entrada da casa sorrindo como uma família de comercial de margarina, seus olhos automaticamente se prenderam nos olhos azuis da criança de aparentemente, um ano de idade, queria provar a si mesmo que estava errado e que poderia largar tudo e ir embora naquele instante, mas, sua visão não lhe traía e ele reconhecia muito bem aqueles olhos!

A porta da sala se abre e Dinesh se vira vendo Saiuni entrar e encará-lo.

— Nossa! Aí está você! — Exclamou a loira revirando os olhos e batendo as mãos no quadril. — Vamos logo Dinesh! Temos um longo caminho pela frente e você está me atrasando!

O homem acenou e começou a segui-la quando ela estancou no lugar e se virou para questioná-lo.

— Por que está tão aéreo? — Saiuni não queria, só que sua voz saiu em tom de preocupação. — Bom, eu não te conheço à muito tempo, mas, até outra hora você tinha uma resposta pra tudo e agora parece tão… Distante? — Ela não tinha certeza se aquela palavra era adequada.

Dinesh sorriu, queria dizer que foi forçado mas ele sabia que tinha sido espontâneo.

— Distante, Lôra?! Você me quer bem perto? — Ele brincou e após alguns segundos Saiuni também sorriu , porém, ela esperou Dinesh passar por ela e segura sua mão o impedindo de continuar. — O que foi? — Ele pergunta quando não vê mais o sorriso em seu rosto.

— Eu sei quem você é! E também sei que você quer se vingar, mas, não acredito que você vá fazer algum mal a ele não é? — O sorriso de ambos já não existe mais, Dinesh solta sua mão do aperto da mulher e suspira.

— Eu nunca faria mal ao meu filho, assim como você nunca fez! — Dinesh solta entredentes. — Tales, como vocês o chamam, vai voltar comigo!

Saiuni tenta se controlar, controlar o impulso agressivo que existe em seu sangue mas seu emocional é quem domina a situação daquele momento.

— Tales é mais meu filho que seu! Eu o salvei um dia e não será agora e nem tão cedo, enquanto estiver viva, que alguém levará ele pra longe! — Após jogar o que sente pra fora, ela respira fundo e ergue o olhar para os olhos azuis que Tales herdou. — Vamos fazer um trato?

Dinesh escuta a proposta em silêncio e após sentir-se satisfeito com o que lhe é dito, ele aperta a mão de Saiuni e juntos seguem para o automóvel.

— Mãe? — Tales chama da cadeirinha assim que adentraram o carro. Saiuni se virou sorrindo mas sua boca se fechou assim que encarou o filho desconfortável.

— O que foi querido? — Saiuni questiona franzindo a testa.

— Por que ele tem que ir junto?

— Porque o vovô não quer ele aqui em casa… — Saiuni explica e se estica no banco pra sussurrar. — Nós dois vamos ficar responsáveis do Dinesh, beleza? — Tales pensa por alguns longos segundos  e então balança a cabeça concordando, ele gostava de ajudar acima de todos os seus temores. — Então diga olá, que de agora em diante nós o ajudamos para ele nós ajudar no futuro, tá bom?

— Olá! — O garotinho diz com um sorriso enorme emoldurando seu pequeno rosto.

Dinesh estava tenso, se sentia encurralado por todos naquele lugar, mas, quando estava somente aqueles dois… Principalmente ele, o garotinho com olhos expressivos, Dinesh se sentia em paz! Então, automaticamente sua boca se abriu em um sorriso tão grande quanto de Tales.

— Olá, Tales! — Sua mão cobre a pequena mão estendida da criança. — Acredito que seremos grandes amigos!

E muito mais que isso, filho!

🏾💣💣💣🤛🏾
Olá!!

Mais um capítulo bombástico para vocês!!

Dinesh foi descoberto e Saiuni não está nada feliz com essa revelação, o que acham sobre isto?

O que estão achando? Contem tudo aí, beleza?

Beijocas e até a próxima!!

Colecionadores de VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora