Prosa e Visita Animal

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— Maluco do hotel? — Bo murmura e pega Tales do colo da amiga, o abraçando com medo de que algo que poderia ter acontecido. — Então vocês conhecem este homem?

Keid abre sua mochila, pega uma corda e a usa para amarrar o homem na pilastra divisória da sala. Assim que ele termina de dar o último nó, a porta é aberta e Chantal entra acompanhada por Elton, expressões de rancor e impiedade os acompanha.

— E aí? Ainda estão vivos? — Elton murmura encarando à todos, depois se aproxima do homem amarrado na pilastra e coloca o dedo embaixo do nariz, para sentir a respiração. — Quem é esse?

Saiuni, Keid e Bo se entreolham e a loira nega sutilmente com a cabeça, deixando claro que não é para contarem sobre o reconhecimento.

— Não sabemos, Elton. — Saiuni murmura por fim.

— Ele fez alguma coisa com vocês, querida? — Chantal questiona pegando o neto confuso no colo e Bo nega dando um pequeno sorriso.

— Tá legal, tudo muito legal e interessante mas vamos pegar esse cara e ir embora! — Keid murmura trincando os dentes. — Se lembram da última vez em que um corpo foi encontrado aqui pelos pais de Bo, né?

— Verdade… — Elton murmura saudoso e pensativo. — Não foi muito agradável ter que lidar com dois mafiosos.

Keid desamarra o homem e então Chantal, Elton e o filho se despedem de Bo e seguem para o carro e logo para sua casa.

— Mana, me conta isso direito, sente aqui. — Bo murmura ainda surpresa.

Voltando da cozinha cinco minutos depois é o que Saiuni escuta da amiga, então olha para trás e verifica que Tales ainda está comendo cereal para depois correr para amiga e contar toda a história.

— Então ele se chama Dinesh? — No fim Bo a questiona, Saiuni sorri e acena. — Aí, Sah! Vamos combinar que feio ele não é, e, perigoso também não.

— Como você pode ter tanta certeza? Investigou a vida dele? — Saiuni pergunta comendo amêndoas, Bo tenta disfarçar e Saiuni abre um sorriso imenso e dá um tapinha na coxa da amiga. — Sua safada! Foi o que você fez! Me conta!

— Ah para, eu não ia deixar um delinquente entrar nas casas dos meus pais e quebrar toda essa relíquia da minha mãe, — Bo se explica e beberica seu suco de acerola, olhando em volta e pela vidraça vê o afilhado jogar comida pro pato no lago. — e também tem o Tales né? Ele é meu afilhado, quase tive um treco por pensar que deixei ele correr perigo.

— Tudo bem mana, — Saiuni suspira e aperta a mão da amiga em conforto. — agora me conta o que achou sobre Dinesh. — A loira murmura empolgada.

— Descobri que ele é Australiano! — Bo diz sorrindo.

— Beleza, e o que mais?

— Só isso! —  A morena murmurou.
— Por incrível que pareça o meu computador deu pau e a pesquisa/infiltração não se concluiu.

— O quê?! — Saiuni berra dando um pulo e ficando de pé. — Tem algo, muito, errado por aqui. O seu notebook é um dos últimos a ser lançados lá na Coréia, como que ele ia pifar assim, do nada?!

— O que foi? Está querendo dizer que o cara danificou meu notebook? — Bo questiona e começa a rir da desconfiança da amiga. — Para de ser louca, senta aí vai.

— Manaa, — Saiuni cantarola. — como você pode me dizer que ele é confiável se nem a infiltração foi realizada. Onde ele estava quando você começou a mexer no notebook?

— Bom, Tales e eu estávamos procurando um filme para assistir quando ele chegou. — Bo explica refazendo seus passos com a amiga. — Então eu meio que deixei ele sentado aí, nesse sofá de três lugares e sentei aqui na poltrona. — As duas voltam a se sentar e a asiática continua. — Lhe expliquei que ia desligar as abas abertas e desligar o aparelho; aproveitei para focar a câmera bem no rosto dele, foi quando a pesquisa começou e dois minutos depois a tela ficou preta e não quis ligar de novo.

Saiuni se levanta, tira as almofadas do sofá e começa a apalpá-las até que enfim encontra, sobre os olhos atentos de Bo, um pequeno dispositivo parecido com um imã de geladeira.

— Vejamos se eu não estava certa. — Bo fica surpresa e encara a tela do aparelho. Nada acontece até que saiuni joga o dispositivo no chão e pisa em cima até ouvir um “trac”. O aparelho começa a se reiniciar e volta da onde parou, na pesquisa. — E como eu esperava, muito clássico por sinal, um imã prejudicial à aparelhos acerca de um raio de cinco metros.

— Como assim? Estou claramente chocada e nem sou ovo! — Bo reclama e Saiuni revira os olhos.

— Credo, Bo! Que piadinha besta essa hein! — Saiuni murmura rindo. — Pior que essa, só a do elefante dentro de um galinheiro!

— Mamãe! Mãe! Mamãe! — As duas param de falar e olham para a entrada da sala, onde Tales corria enquanto gritava.

— Pare de correr, Tales! — Saiuni repreende — Sabe muito bem que não pode forçar o pé, depois você não consegue dormir de tanta dor.

Tales ignora Saiuni e quando enfim chega perto de sua mãe, se apoia em suas pernas para sentar no chão entre as mulheres e puxando o ar com força explica sua correria.

— Mãe, eu atabei de ver um matato! — O garoto aponta para o lago onde se encontra seu pato, um Pato-do-Mato que tinha ganho há um ano em seu aniversário e o nomeado de Dente.

— Macaco?! Aonde? — Bo pergunta e vai até a vidraça do chão ao teto e vê o primata comer os pedacinhos de pães que Tales deixou para trás. — De novo esse bicho?!

— Você o conhece? — Saiuni pergunta parando ao seu lado com Tales em seu colo. — Não gosta de macacos? — Saiuni volta a questionar quando vê a amiga fechar as mãos em punhos.

— Deste macaco, eu não gosto! — A morena exclama.

— Porte? — Tales pergunta com os olhos arregalados.

— Porque ele está fazendo da minha vida um completo inferno! — Bo exclama travando o maxilar.

— Para de ser dramática, Bo! — Saiuni murmura e coloca Tales no chão antes de abrir a porta e sair em direção ao primata.

— Se eu fosse você, não faria o que está preste a fazer! —  A asiática murmura fechando a porta e pegando o afilhado no colo.

Saiuni abana a mão em descaso e continua seus passos até o macaco, que quando a nota, junta as migalhas de pão e amassa em suas patas dianteiras, olha de novo para a mulher e mostra os dentes pontudos e amarelos enquanto rosna. Saiuni para à uns cinco passos do primata, que parece sentir a desconfiança da loira e se prepara para o ataque.

— Eu te avisei! — Bo grita por detrás do vidro, Saiuni a encara de olhos arregalados.

— Torre mamãe! — Tales grita agitando os braços quando o macaco corre em direção a sua mãe. — Bem rápido!

Saiuni se vê quase que encurralada pelo animal selvagem, então sem muito raciocinar prende a respiração e pula dentro do lago, assustando de supetão Dente, que nadava tranquilamente no lago que lhe designaram como casa.

Assim que submerge, a loira se acostuma com os sons que escuta. De um lado as risadas de sua amiga e filho é o que a atrai de primeira, em seguida o grasno violento de Dente para com o macaco que pula nervoso na borda, é a segunda coisa que ela escuta. Dente tenta defender seu espaço toda vez que o primata tenta invadir, até que o mesmo cansa de discutir com o pato e volta para dentro da floresta encarando Bo e Saiuni com olhares revoltos.

Bo coloca Tales no chão e os dois saem para o quintal rindo de Saiuni que caminha até eles, completamente ensopada e dividindo o mesmo sentimento de revolta, para com o macaco, com sua amiga!

🤜🏾💣💣💣🤛🏾
Oiee gente!!

Desculpem a demora, mas o wattpad está complicado ultimamente!😣

Hoje mesmo eu volto com mais um capítulo!

Beijocas❣💋

Colecionadores de VidasOnde histórias criam vida. Descubra agora