II: Por do sol de Shouto

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  Acordei cedo para observar um dos momentos do dia que Izuku mais achava bonitos, estes eram o nascer e o por do sol. Que de fato eram magníficos, eu os olhava como se fossem, não sei bem explicar, mas quando os via do telhado sempre sentia que ele estava ali ao meu lado, olhando aquele belo momento, eu até chagava a imaginar seus olhos brilhando ainda mais como sempre faziam nas manhãs e nos fins de tarde, a luz alaranjada indo de encontro com seu rosto, e encarando a enorme estrela surgindo, ou desaparecendo, deixando aquele céu cada vez mais bonito.

  Me lembro bem de quando eu era menor-antes de conhecê-lo-, eu fazia questão de acordar tarde e dormir bem cedo só pra não ver esse momento do dia, pois me lembravam as chamas flamejantes daquele ser asqueroso que tenho que chamar de pai, consequentemente, eu me lembrava das minhas. Mas no momento em que você disse que era uma cor linda, que aquele poder era meu, o meu ver mudou, tanto que vermelho e laranja virou uma das minhas cores favoritas, claro que o verde nunca perdera seu posto.

  Eu achava que minhas memórias sobre o nascer do sol tinham mudado completamente, porém, depois de um tempo atrás, o nascer do sol tinha um lado um tanto sombrio. Pois o sol nascia quando você disse que me amava, e também foi quando você fechou aqueles seus olhos lindos e brilhantes do verde mais vivo.

  Agora, eu estou aqui, na janela do seu quarto, encarando o nascer do sol pela janela, enquanto sinto minhas bochechas molharem com as lágrimas frias e ao mesmo tempo, quentes.

  Esfreguei o rosto tentando esquecer, porém um flash percorreu em minha mente. Aquele dia.

  Me lembro de ver você fechando os olhos depois daquelas palavras, e quando eu finalmente percebi o que de fato tinha acontecido-o que tinha me atingido como um taco de baseball-, minhas lágrimas haviam engrossado enquanto eu berrava, eu estava triste, e ao mesmo tempo irritado, por que, você pergunta? Pois além dele ter me deixado-egoísmo a mil, perdão-, os heróis e os canalhas da Liga dos Vilões não paravam de lutar entre si, eles não têm vergonha na cara? Deveriam pelo menos fazer um minuto de silêncio, pois meu rei, ao mesmo tempo príncipe, meu anjo, meu querido Izuku estava fechando os olhos, e eu temia que era pra sempre.

  Me recordo de ter feito uma enorme geleira prendendo todos os presentes, exceto Izuku, Dabi e Himiko. Peguei Izuku nos braços e sai dali, eu não me preocupava se os que estavam lá morressem pelo gelo, afinal, o ser desprezível estava lá.

  Quando chegamos, levei Izuku até o quarto, e mesmo não acreditando que ele estava morto, aproximei meu ouvido de seu peito lhe abraçando, mas seu coração ainda batia, de maneira fraca, mas batia. Tua respiração era lenta. E aqueles batimentos e respiração fraca me deixaram com esperança.

  Me virei após as memórias, e vi o seu peito descer e subir quase que imperceptivelmente, seus lábios estavam rachados e entreabertos, seus olhos fechados, o cabelo balançava pelo vendo vindo da janela, parecia que estava no mais calmo dos sonhos.

  Imagino se ele sonha com o nascer e o por do sol.

Os beep's de uma bomba interna  [DEKU VILÃO] [TODODEKU] Onde histórias criam vida. Descubra agora