O Uivo na floresta

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  Desde aquele dia estranho sobre a cobra que vimos no rio as coisas tem sido bem tranquilas e não a vimos mais desde então, ninguém falava mais sobre monstros na floresta também, o que era bom, estava tudo tranquilo e eu conseguia interagir melhor com a Giullia, porém percebi que a sua memória estava muito fraca, não é como se ela tivesse a perdido, mas é algo próximo disso, ela se esquece das coisas com facilidade, isso me deixa preocupado.

Recentemente eu comprei um espelho, ele era um pouco estranho, eu o comprei de um vendedor que passava próximo de uma estrada que fica próximo daquele túnel onde eu vi o monstro no Halloween, eu comprei, mas não sei se confio muito nele, existem poucas coisas que trazem para cá já que vivemos num vilarejo isolado, mas tem uma cidade perto e a Giullia e eu vivemos um pouco mais afastados do vilarejo, bom agora é uma boa hora para ir pescar para comermos algo.

Steven: Eu estou indo pescar algo para comermos, quer vir junto?

Giullia: Não, eu estou bem, mas tome cuidado, eu tenho ouvido um barulho estranho durante a noite, parecia ser o uivo de um lobo.

Steven: Ah estamos numa floresta e é normal ter lobos por aqui, eu tomarei cuidado não se preocupe.

Giullia: Mesmo assim parecia diferente.

Steven: A propósito quando eu voltar eu quero saber se você se lembrou de onde você veio.

Giullia: Ah tudo bem, eu te conto sim, pode deixar se eu me lembrar de algo.

Steven: Tenho minhas dúvidas que você possa ser da cidade, bom eu vou indo e se tudo der certo eu vou caçar um javali com meu machado.

Giullia: Tudo bem, cuidado para não se machucar ou perder um membro.

Steven: Vou tomar cuidado, eu já disse, tchau.

Giullia: Até.

Eu saí da cabana e estou um pouco agradecido à pessoa que me trouxe esse machado, ele tem ajudado bastante a conseguir comida e sim existem javalis nessa floresta, não sei da onde vieram, mas eu encontro muitos deles e ultimamente encontrei vários machucados também, com feridas de mordidas e bem brutais, talvez tenha sido um lobo ou outro animal carnívoro, mas a Giullia está certa, talvez haja algo de estranho por aqui.

Quando chego próximo ao rio eu jogo a vara para poder pescar algo, recentemente umas pedras que ficavam próximas do rio se quebraram fazendo uma cachoeira maior, antes a água descia escorrendo e agora se ouve o barulho enorme de uma cachoeira jorrando água para dentro do rio, é um barulho muito gostoso de ouvir e se um dia eu criar coragem eu tento nadar para baixo dela para poder tomar banho de baixo da cachoeira, mas por enquanto ficarei pescando apenas.

Eu me toquei que do outro lado do rio havia uma pessoa, mas eu não estava conseguindo enxergar direito, parecia ser um homem pelado e ele estava bebendo água, eu fiquei em dúvida se chamava sua atenção ou não, pode ser algum louco que foi expulso do vilarejo ou talvez uma pessoa que se perdeu na estrada e acabou entrando na floresta, eu gostaria de ajuda-lo, mas quero evitar problemas.

Ele percebeu que eu estava o olhando e me encarou por um tempo, eu evitei ficar olhando para ele, só que ele não tirava os olhos de mim, mesmo após o peixe ser fisgado pela vara e eu conseguir pega-lo, ele continuava me encarando, isso estava me deixando incomodado, ele sorriu mostrando os dentes e eles pareciam maiores que de um homem normal.

Seu olhar era assustador, parecia que estava pronto para me atacar, eu só sei que peguei o peixe e me levantei e saí andando de perto do rio, ele continuou lá me olhando de longe, mas em nenhum momento resolveu me seguir, isso foi assustador.

Fiquei andando pela floresta até chegar na cabana e não conseguia parar de olhar para trás para ver se ele realmente estava lá, mas no fim quando cheguei á cabana eu fiquei mais aliviado, notei que a Giullia estava tocando o seu violão como sempre e estava olhando para o espelho como se estivesse encarando seu próprio reflexo, parecia estar fazendo umas caretas também.

O Vale dos pesadelos - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora