Uma criatura anormal

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  Eu vi algo estranho andando próximo dos trilhos de trem que não são usados a muito tempo e acredito que aquilo se parecia um pouco com um humano. Eu estou escrevendo nesse caderno para registrar minhas observações diárias, eu moro em um vagão de um trem que está abandonado nessa floresta a um tempo já e nunca vi alguém andando por aqui e por causa disso que vim para cá, por pura tranquilidade e por poder viver em paz, mas eu estou com muita curiosidade em relação a isso, mesmo sendo tarde da noite, eu vou pegar minha câmera e ir tirar umas fotos da floresta, vamos ver se encontro essa pessoa de novo.

Larguei a caneta e peguei uma lanterna junto de minha câmera e saí andando pelos trilhos, eu estou com um pouco de medo, mas quero garantir que ninguém vá me incomodar enquanto eu viver por aqui.

Fiquei caminhando e tirando fotos para onde eu apontava a lanterna e não havia nada de anormal mesmo, então pensei que não deveria ficar tirando foto atoa. Escutei um uivo vindo de dentro da floresta e achei melhor voltar, amanhã de manhã eu procuro melhor pela pessoa.

Eu voltei correndo pelos trilhos e quase caí no chão, eu ouvi um barulho de passos logo atrás de mim, mas quando me virei não havia ninguém, isso me deixou muito incomodado e eu comecei a correr mais rápido, só quero sair daqui o quanto antes.

Chegando no meu vagão eu entrei e tranquei a porta e fui me deitar no banco, se eu encontrar a pessoa que fez isso amanhã, eu juro que vou fazê-la sair daqui o quanto antes, esse lugar é tão tranquilo e do nada aparece alguém para me assustar, porcaria.

Na manhã seguinte quando acordei já me levantei e fui saí do vagão, preciso encontrar algo para comer e aproveitar para encontrar a pessoa que estava me assustando ontem, espero que ela tenha noção e vá embora o quanto antes.

O problema é que quando eu saí uma forte neblina se formou e não dava para ver muita coisa, eu continuei andando assim mesmo, eu estou com meu facão na cintura e não entendo porque não saí com ele ontem, bom eu vou tomar cuidado para não me machucar agora.

Risos vindos da minha frente, mas ainda assim não conseguia ver nada, eu andei mais um pouco e os risos ficavam mais altos e percebi que eram de uma garota, seria a pessoa que tentou me assustar ontem? Eu espero que ela não tenha nenhum problema e eu consiga resolver tudo sem ter que machucá-la.

Pessoa: Garota, está tudo bem?

Garota: Estou sim, não sabia que havia mais alguém por aqui.

Pessoa: De onde você veio? Foi você quem me assustou ontem à noite?

Garota: Eu estou perdida sabe, eu vivia com uma pessoa numa cabana próximo de um rio, mas depois de um acidente com lobos, nós nos separamos.

Pessoa: Lobos, sei, e qual seria o seu nome? Eu posso tentar ajudá-la.

Ela ficou calada, mas eu conseguia vê-la melhor agora, ela estava sentanda no trilho com um ursinho em seu colo, ela tinha um cabelo cumprido preto, parecia não corta-lo a um tempo já e seus olhos eram bem escuros, tão escuros como a noite e ela estava usando um vestido branco um pouco rasgado, eu cogitei em acreditar nessa história dos lobos e achei que não teria problema em sentar do seu lado.

Pessoa: Eu sou Marco, eu moro aqui por escolha por ser mais tranquilo.

Garota: Entendo, meu amigo dizia o mesmo, mas me desculpe, Marco, mas eu não direi meu nome, apenas me chame de Lua.

Marco: Lua? Por quê?

Lua: Só gosto desse apelido, está com fome?

Marco: Sim, estou, eu estava indo procurar algo para comer e procurando pela pessoa de ontem a noite e me lembro de ter ouvido uns uivos também.

O Vale dos pesadelos - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora