O posto de gasolina

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 Estou sentada em uns pneus empilhados e a acima de mim está o teto do posto de gasolina do meu Pai, estamos no meio do nada, numa estrada que fica de frente para uma floresta, mas ela é um pouco distante da rua e o meu Pai diz que esse lugar é muito movimentado e por isso resolveu abrir um posto aqui, junto de uma loja de conveniência e eu tenho que trabalhar com ele até no turno da noite e isso me lembra da vez que ele me deixou sozinha aqui e foi resolver um serviço na cidade próxima daqui e todo carro que chegava parecia ser alguém suspeito querendo algo, eu realmente não gosto de ficar sozinha de noite num lugar assim, mas ele disse que não faria mais isso e assim espero.

Pai: Emily saia de cima dos pneus e venha me ajudar.

Emily: Eu já sei você quer que eu reponha o estoque, eu já estou indo, eu só não gosto muito desse lugar.

Pai: É a nossa renda para sobreviver, então não temos muita escolha e temos sorte do lugar ser movimentado por pessoas que viajam bastante.

Emily: É, mas eu preferia estar com a Mãe, aproposito você sabe quando ela volta?

Pai: Já conversamos sobre isso e sua Mãe não vai voltar, ela preferiu nos abandonar e viajar pelo mundo.

Emily: Eu queria ter ido com ela, pelo menos não estaria aqui.

Pai: Tudo bem garota sonhadora, faça oque achar melhor, eu vou voltar para o balcão.

Eu não queria ser chata com ele, mas a Mamãe deve ter tido um motivo para ter ido embora além de querer viajar, mas por que ela não me levou junto? Fico pensando se eu seria um estorvo para ela ou algo do tipo, bom é melhor eu voltar para o trabalho, pelo menos ainda tenho o meu Pai e ele cuida bem de mim.

Entrando na loja eu notei que estava bem movimentada mesmo, então eu fui lá para trás pegar os produtos para repor as prateleiras e percebi que não ia demorar muito para o meu Pai ter que ir à cidade comprar mais coisas e provavelmente eu terei que ficar sozinha aqui. Ele poderia me levar para casa já que prometeu que não faria mais isso.

Moça: Olá, você trabalha aqui garotinha?

Emily: Dona, eu tenho 17 anos, não me chame de garotinha e aproposito trabalho sim, oque a senhora quer?

Moça: Ah, me desculpe.

Emily: Só fala oque a senhora deseja, por favor.

Moça: Ah, eu estou procurando por esse produto, já tem dias que eu vim aqui e não tinha, então achei que vindo hoje eu poderia encontra-lo.

Ela estava querendo uma garrafa de vinho, uma que eu nem conhecia, mas imagino o porquê dela querer já que estamos perto das festas de fim de ano, semana que vem já é natal então deve ser por isso o motivo dessas viagens todas. Bom é melhor eu ir pegar o vinho dela antes que ela pergunte de novo se chegou.

Emily: Eu vou procurar para a senhora, não se preocupe.

Moça: Obrigada garotinha.

Eu realmente não gostei dela, mas fazer oque, cliente é cliente e meu Pai me esganaria se soubesse que eu tratei mal um cliente, o lema do posto é "o cliente satisfeito é a nossa felicidade", mas tem uns que me tiram do sério e principalmente os caminhoneiros com cheiro de álcool que tentam dar em cima de mim, eu não consigo trata-los bem de jeito nenhum, eu fico com vontade de meter um chute em suas partes baixas isso sim.

Eu fui andando até o deposito de novo e encontrei a garrafa de vinho que a mulher havia pedido e quando vi o preço que aquilo custava eu fiquei realmente surpresa, quase passava dos 30 dólares, deve ser um vinho muito bom para essa senhora querer tanto ele, bom eu não tenho nada haver com isso, meu trabalho é vender e organizar as prateleiras.

O Vale dos pesadelos - Em revisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora