40 dias

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Os meus olhos miravam, para lá do vidro da minha janela, o cessar do Inverno. As folhas já começavam a nascer por entre os gomos das árvores e já se viam possas de água pousadas sobre a relva e sobre os passeios tortos.

Na minha aparelhagem o John Bon jovi dava assas à sua voz, que cantava o "we weren't born to follow", com uma genica, que seria extremamente cativante, se não fosse, claro está, o facto de eu estar no modo de tristeza, com a cabeça encostada à janela e o nariz içado para cima no vidro.

Uma semana tinha-se passado, desde que Jamie saiu da minha vida e até agora apenas os meus pensamentos têm sido a minha companhia, já que Nate mostrava-se mais interessado em atormentar as pessoas – como costuma normalmente fazer - e Scott e Cassandra passavam os dias de mãos dadas e a abraçar-se, como o casal meloso, que são. Às vezes, os meus próprios amigos enervam-me – e estou a servos honestos. Grande parte deles reage como se nada se tivesse passado e continua o seu quotidiano normal, sem sequer mostrar uma pontinha de mágoa, de tristeza, ou até mesmo de deceção. Porém sou capaz de os compreender, a Jamie pode ter parado, mas a vida não o fez. A vida continua em frente, como uma carruagem que não espera pelos atrasados e que é miseravelmente pontual.

O meu pai e a minha mãe há algum tempo que deixaram de discutir um com outro sobre mim, um pouco porque eu voltei a jantar com eles e porque, apesar de continuar em estado depressivo, mostrava-me mais ativo em frente do meu pai, que queria apenas que eu me comportasse como um "homem".

Ultimamente, quem tem sido a minha principal fonte de autoestima é a própria Izumi, que também apesar de continuar irada, com a rapariga dos cabelos pretos, por ter-se ido embora sem aviso prévio, fazia-se passar por forte  e dava-me sempre os melhores concelhos de sempre.

Até agora li dois capítulos do Untill the end e a história é medianamente boa, um pouco lamechas demais para mim, porém até se lê bem. Só que acho que a autora do livro devia ter tomado antidepressivos, enquanto a escrevia, já que a cada capitulo ela usa a palavra miserável e depressiva, pelo menos umas dez vezes. Eu fiquei na parte em que a mulher diz ao marido que preparava, para ele, uma surpresa de aniversário de casamento. E não pude deixar de pensar em todos os spoilers, que já sabia. Não devia ter deixado a Jamie contar-me a história!

Uma das coisas que comecei a fazer todas as noites foi: passar as trezentas páginas de livro da Mrs. Glosse e ler aquela tão polémica citação preferida da fangirl: "Encaro a escuridão de frente, mais uma vez, para sempre."

Gostava que a Jamie pudesse atender o telemóvel, ou pelo menos liga-lo para ler as mensagens escritas, que eu já lhe enviei. Finalmente, eu compreendia o que é morrer psicologicamente, porque era assim que eu estava. Porque eu estava morto, sem o estar verdadeiramente.

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Este capitulo escrevi-o com todo o meu amor. Espero que tenham gostado. :D

VOtem e comentem! PLEASE!

Final countdown: 7 capitulos.

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