123 dias

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Os fins-de-semana a meio de um período escolar costumam ser uma seca. Existem sempre matérias, para serem estudadas, relatórios ou apresentações para serem preparados, e trabalhos para serem feitos. E era exatamente uma dessas razões, que tinha impedido Jamie de vir passar a tarde comigo e Scott, na casa deste último.

- A minha sorte foi o grupo. - Confessou Scott. - Senão tinha o mesmo problema que a Jamie! É que as gajas, que estão com ela no relatório, estão apenas a usá-la, porque ela é esperta.

Nós, os dois, estávamos a jogar Gran Theft Auto V. Não era o meu jogo preferido, muito honestamente, a minha preferência diz respeito a jogos sobre revoluções ou sobre terras distantes e fantasiosas, onde temos de batalhar e lutar contra monstros maus. Enfim...

O que eu gostava mais de fazer, naquele jogo, era fingir que arrebanhava prostitutas por trás e depois matava-as e roubava a esmola que as mesmas tinham no bolso. Pode parecer-vos um pouco sádicas e controversas as minhas ações neste jogo, mas quando estamos a jogar algo que incentiva à criminalidade, isso tudo que tu fazes deixa de interessar muito.

O meu amigo estava sentado sobre a cadeira que rodava, e que estava junta à porta do seu quarto, e falava sobre Caroline e Gissele, também conhecidas como as raparigas do grupo da minha miúda e que a tinham deixado pendurada a fazer tudo sozinha. Eu fingia que ouvia aquilo que este me dizia, e para ser sincero, eu até que ouvia as palavras do meu amigo só que a informação contida em cada frase, apenas passava pelos meus dois ouvidos a uma velocidade tão rápida que eu nem me mostrava interessado em compreender a sua mensagem. Eu estava demasiado concentrado a fornicar prostitutas, para ouvir tais caprichos.

-Jason. - Chamou o baixista visivelmente irritado. - Estás a ouvir-me?

- YEAAAAHHH! - Gritei de alegria ao matar a prostituta. Talvez eu não o estivesse a ouvir, como vos disse que estava. – Ham, disseste alguma coisa?

- Obviamente, não me ouvias.

- Que menina. - Disse com sarcasmo. - Eu já tenho uma namorada, não preciso de ti a chatear-me a cabeça por não te estar a ouvir.

- Oh! Jason, por amor à... - E foi então que o meu amigo foi interrompido por um som, familiar para mim,  e que chamou a nossa atenção. Aquela música horrenda e alta provinha do computador do meu melhor amigo.

- Tens o Skype ligado? - Perguntei.

- SIM. - Respondeu ele dirigindo-se para o computador.

Sabem o meu amigo tem este computador super pré-histórico, que demora cerca de um minuto para ligar. Então, segundo Scott para se manter atualizado, o meu amigo liga o computador assim que acorda, e como consequência o skype do mesmo também se ligava automaticamente. Acreditem em mim, mesmo estando na escola afastado cerca de dois quilómetros do computador, vocês vão encontrar o Master_Of_Puppets online.

- É a Izumi. - Informou ele.

O som irritante do computador dissipou-se e a voz da Izumi penetrou naquele quarto pequeno.

- Olá Scott-san!

- Olá Izumi. - Disse o meu amigo.

- Saudações! - Meti-me eu na conversa.

- O Jason está aí? - Perguntou ela claramente surpreendida.

- Sim, ele aparentemente não tem casa. - Disse Scott com uma boa dose de ironia na voz.

- Muito engraçado, meu.- Informei e o baixista fez uma vénia.

- Hmm... - Começou Izumi como se estivesse envergonhada. - Então eu falo contigo mais tarde... Quando estiveres mais... Mais livre, não quero estragar o ambiente.

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