Intuição

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 Às 13h, o Castelo ainda não estava em seu estado normal

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Às 13h, o Castelo ainda não estava em seu estado normal. Não tinha encontrado metade da família Real ainda. Mesmo que contra minha vontade, tive que deixar Emma e Hope no quarto e sair para trabalhar.

   A marinha estava a definição de caos. Muitos homens tinham sumido, alguns tinham fugido por covardia. Com raiva, comecei um novo treinamento.

   Entretanto, os homens restantes estavam exaustos. Eu estava forçando algo impossível. Suspirando, os deixei descansar e fui tratar de questões diplomáticas com Regina e David. Pelo menos os dois continuavam acordados e dispostos a resolverem aquilo o mais rápido possível - mesmo que estivéssemos os três na base de cafeína pura.

[...]

    Emma

   Às 9h, Hope, Lucy e Neal retomaram suas aulas com uma professora na biblioteca do Palácio. Com Killian na Marinha, minha mãe trabalhando em discursos para a população e meu pai com Regina nas discussões políticas, não me sobrou muito o que fazer. Tentei até participar da limpeza, mas minha ajuda foi dispensada.

   Insatisfeita, caminhei até o Salão das Mulheres. Consistia em um dos maiores cômodos, com algumas televisões de som desligado, prateleiras de livros e a maior variedade de sofás. Nosso refúgio naquela imensidão.

   Peguei o romance que estava lendo, presente da minha mãe: um romance clássico da Jane Austen que levou meu nome. Admito que o livro encadernado em couro com "Emma" escrito em dourado na capa é lindo.

   Mesmo lendo aquela doçura de livro, onde cada personagem me leva para um mundo incrível e tranquilo, não consegui me acalmar. Meu coração ainda batia de um jeito estranho.

   Como se meu coração tivesse sido um presságio, as portas do salão abriram. Estava deitada em um dos sofás, mas logo sentei para ver quem estava chegando. Minha postura relaxou ao ver Annie, a professora, segurando a mão de Hope.

   - Annie? Hope? Tudo bem? Ainda é cedo.

   - Emma, perdão por ter entrado assim na sala.

   Ela ainda é uma das únicas que convenci largar as formalidades e me tratar pelo nome.

   - Sem problemas, Ann. O que houve?

   - A Hope não estava muito atenta durante a aula e começou a chorar quando começamos a falar dos animais do mar. Ela pediu para ficar com o pai ou você.

   - Pode deixar ela aqui comigo. Você quer,  Hope?

   Ela olhou para mim pela primeira vez. Seus olhinhos estavam com marcas de choro mesmo. Levemente, Hope assentiu e abraçou minhas pernas, largando a professora.

   - Muito obrigada, Annie.

   A professora assentiu com carinho e saiu do Salão. Abaixe na altura de Hope, imediatamente beijando sua testa e secando seu rosto.

A Princesa & O PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora