Dois dias que ninguém falava uma palavra dentro daquele Castelo. Desde o jantar de ontem, Mary Margaret se ausentou das refeições. Todos passávamos o dia fora, para então jantarmos em completo silêncio. Emma fazia falta.
No fim do segundo dia, vi que Hope não tinha comido nada, enquanto todos já tinham acabado ou já estavam perto. Com carinho, acariciei sua bochecha.
- Não quer comer, filha?
Ela me olhou, sem emoção nenhuma. Para depois, no auge de seus quatro anos, me estender o braço como fazia sendo bebê. A peguei no colo na mesma hora.
- Se o papai te der na boca, você janta um pouquinho?
Mesmo que ela tenha negado com a cabeça, tentei. O que recebi como resposta foi ver seus olhinhos inundarem, para então afundar seu rosto no meu peito.
Pedindo licença à família, levantei da mesa carregando minha princesa. Seguimos em silêncio até seu quarto. A deixei na cama para preparar seu banho.
Quando voltei, a vi chorando abraçada em um cisne de pelúcia.
- Filha?
- Eu quero a Emma.
Todos nós queremos, filha.
- Ela vai voltar logo, meu amor. Ela está bem.
- Não está! Ela precisa de ajuda.
- Como você sabe disso, Hope?
Abaixei um pouco, ficando perto de sua altura sentada na cama. Sequei seu delicado rostinho.
- Eu sonhei com ela. A Emma falou comigo.
- O quê? Filha, o que a Emma te falou? Conta pra mim.
Então, entre soluços e esfregadas em seu rosto, Hope me contou tudo que Emma, aparentemente, falou para ela em uma única noite.
E aquela conversa me deu o meu ápice de esperança entre os dois dias de espera.
[...]
Com Regina, Mary Margaret e David no quarto, Hope não conseguiu falar nada. Minha menina travou, imersa em um choro silencioso. Nenhum dos três a pressionou e eu contei tudo que ouvi antes.
Quando acabei o relato, minha filha secou seu rosto e olhou para mim. Com carinho, Mary estendeu os braços na direção da pequena, que ofereceu um sorriso carinhoso.
- Pequena, posso te colocar para dormir hoje?
Hope assentiu e passou para o colo de Mary. A mais velha sussurrou que era muito grata por isso e, depois que a acalmou, caminhou para o banho com minha menina.
- Estamos esperando o quê? Vamos buscar minha filha.
- David, é irracional. Se Hope está certa e Emma realmente está em algum lugar dessa floresta, agora é tarde e escuro demais.
- Regina, caso fosse Henry, você iria mobilizar todos atrás do seu filho. Killian, o que você acha?
- Não sei se consigo dormir hoje sabendo que a Emma está sozinha e machucada por aí.
- Regina está certa. É perigoso nos arriscarmos agora.
Olhei surpreso para Mary. Ela estava apoiada no batente da porta do banheiro, deslizando um pingente pela extensão de seu colar. Vi que ela parecia exausta.
- Mas, Snow... Nossa filha!
- Eu sei, David. A Emma tem a magia ao seu favor. Pensando nisso, nem sei porquê ela estaria perdida ainda... Não que eu duvide do que Hope falou.
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A Princesa & O Pirata
FanfictionKillian é um pai solteiro desde a morte de sua esposa, Milah. Decide se mudar para Storybrooke, tentar um novo começo com Hope. Vivendo no Reino Unido, o ex-pirata recebe de sua amiga, e Rainha, um convite para trabalhar como Ministro das Navegações...