Magia

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  Com Emma de volta, foi difícil convencer Hope a ir ter suas aulas de manhã. Tivemos que deixá-la faltar sua aula de piano de tarde na troca de ter suas aulas normais. Não julguei minha bebê por essa vontade, afinal, eu mesmo consegui pedir para Regina um dia de folga .

  Logo de manhã, pedimos nosso café no quarto para Emma ter mais tempo para descansar. Minha governanta levou para mim roupas limpas, tudo para que eu pudesse estar ali o maior tempo possível.

   Dei a ideia de sairmos do quarto um pouco, talvez ficar um pouco no sol do jardim. Como eu esperava, ela aceitou.

   Tive que a ajudar na hora de colocar outra roupa. Pelo visto, o corte em sua barriga não era tão superficial assim. Tentamos dois vestidos diferentes, mas todos a apertaram onde não deveria. No fim, ela aceitou usar uma blusa larga e calça.

   Estava arrumando a bagunça do quarto quando a ouvi fungar. Procurei, até achá-la na frente do espelho, acariciando por cima da sua marca roxa no braço.

   - Emma?

   Ela não me olhou, mas também não soltou seu braço. Devagar, soltei sua mão e olhei seu hematoma. Senti meu estômago revirar; tinha uma forma perfeita de mão ali. Não tinha reparado nisso no escuro da floresta.

   Beijei ali, abaixando a manga da blusa. Mas não tampou nem mesmo metade da marca.

   - Não quero sair mais.

   E sem falar mais nada, voltou para a cama. Sentou lá e ficou imóvel olhando o chão. Suspirei, caminhado até o seu encontro e sentei ao seu lado.

   - Quem sabe uma blusa de manga maior?

   - Está calor, Killian.

   - Não tanto. Um casaco fininho também vai resolver.

   - Vai tampar, ok. E daí? Vai me fazer esquecer esses três dias? Vai fazer toda minha dor parar? A minha magia vai voltar? Não!

   Não consegui pensar em outra coisa a fazer se não a colocar no meu colo, a envolvendo nos meus braços e beijar seu rosto. Aninhada em mim, Emma secou o rosto e suspirou.

   - Emma, eu te juro que se esse homem cruzar o meu caminho, ele não saí vivo.

   - Killian, para de falar isso. Eu não quero que ele morra. Eu só quero ir embora daqui.

   - Você quer... sair de Storybrooke?

   - Quero. Eu quero parar de viver com isso. Quero ir para um lugar que não vai me lembrar todo dia que eu tinha uma família que se foi, que eu tinha a magia...

   Com ela em meu colo, me confidenciando isso, me inclinei para beijá-la.  Nosso beijo tinha urgência e saudade, em uma mistura desesperada. Na falta de fôlego, nos afastamos. Me contentei em analisar cada detalhe do seu rosto.

   - Killian, eu queria que você fosse comigo. Você e Hope.

   - E eu queria muito que você fosse para um lugar de paz, enquanto também quero o mesmo para Hope. Não queria que minha bebê crescesse num lugar assim. E... Eu sempre quis que a minha filha tivesse uma referência materna.

   Emma ajeitou a postura, afundando seu olhar em mim. Com carinho, beijei seu canto da boca.

   - Você acha que eu sou essa referência pra ela?

   - Claro, Emma. A Hope te quer por perto sempre.

   - Eu fico tão feliz em saber disso. Mesmo. Ela é uma menina tão especial.

A Princesa & O PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora