Destinada ao Inferno

Capítulo Quatorze

__Ele é mesmo o Diabo?- pergunta ainda se recuperando do encontro com Lúcifer.

Troco a marcha e a encaro por um segundo e volto a encarar a estrada.

__Sim mamãe- respondo sem querer entrar em detalhes.

__Wow...Ele é bem agradável para ser o Diabo- comenta me fazendo rir.

__Muita gente não acha isso. Ele não é agradável com todo o mundo- digo e ela concorda.

__Ele cuida de ti, ele se preocupa- engulo seco com o que ela disse.

__Sim, ele é especial- digo constrangida.

__É como te sentes com isso tudo?- pergunta cautelosa.

__Eu estou bem, Lúcifer me faz bem- digo querendo encerrar o assunto.

Sinto que já falei  demais, que já me abrir demais por hoje e estou travando não querendo mostrar e nem fazer mais nada.

__Irei dar um jantar na próxima semana, ficarei feliz se fores- convida e olho para ela.

__Não posso mãe, próxima semana é o cio da Mia- digo e ela concorda.

__Claro  querida, eu entendo- sua voz soa triste.

Ficamos caladas pelo resto do caminho, sem sabermos o que dizer uma a outra.

Estaciono o carro na entrada da minha Alcateia e desço do carro com a mamãe.

Passamos pelos lobos que nos reverênciam ao passarmos por eles.

Estou de calças jeans azuis, uma blusa branca e botas pretas de 13cm.

Entro na casa do Alfa, na minha casa nesse caso e vou para a sala encontrando Alan e Franci, sentados longe um do outro.

__Franci traga ela- Ordeno e Alan levanta vindo abraçar mamãe.

Os encaro com  um pouco de inveja, faz tempo que não a abraço de verdade, é sempre por alguns segundos.

Me jogo em um dos sofás ouvido eles conversarem como mãe e filho.

__É como a menina está se sentindo na sua casa?- pergunta mamãe e presto atenção.

__Ela cuida de toda a casa e cozinha muito bem. Ela é tão doce mamãe que me surprende o que David fez com ela.

__É triste, o seu pai foi falar com ele, pelo o que ele me disse Nicole e Alexandre o proibiram de ir atrás dela sem que esteja verdadeiramente arrependido.

__Mãe, tem como a Everlyn cortar a ligação de companheiros sem sofrer?- o encaro desconfiada.  Essa merda não pode estar acontecendo.

__Tem sim querido. Como você sabe teve um tempo que bloquearam o laço de companheiros do seu pai e eu, e apagaram a nossa memória. E só um bruxo muito poderoso pode fazer isso. É mais seguro quando o Supremo é que corta, mas para isso os dois devem concordar, ou deve ser algo grave que faça o Supremo aceitar- explica e Alan olha pra mim.

__Não me meta nisso- digo levantando as mãos__Você sabe que isso vai acabar mal, alguém vai sair destruído.

__Você precisa le ajudar Alice, ela só chora. Ela está tentando ser forte pelos filhos- pedi me fazendo revirar os olhos.

__Já perguntaste se é isso que ela quer?, tens a certeza que se David implorar pelo perdão dela, ela não o irá perdoar?- pergunto e ele se cala.

Franci entra com a mulher algemada e a coloca sentada no sofá.

Os seus olhos brilham ao me ver, posso ver a esperança renascendo dentro dela.

__Antes que me contes tudo, me diga como mataste os meus lobos?. Sendo que estás sozinha- pergunto e ela se cala.