Capítulo 2

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(Encontrei esse homem maravilhoso que se assemelha MUITO com o Carter da minha cabeça... a única diferença é que eu o imagino com cabelos mais claros)

           

***





19 de Julho de 1822

Mansão de Warminster, 7h04min





Ela mal pôde se despedir de sua família apropriadamente. A duquesa passou a noite chorando no quarto pela única filha (agora deserdada). Já Oliver, que não fazia ideia do que estava acontecendo, tentava entender o motivo pelo qual sua irmã iria sair de casa de forma tão súbita. O duque fora para Londres e Richard não se encontrava em parte alguma, possivelmente ele estava evitando-a.

Na manhã do dia seguinte, suas malas já estavam postas em uma carruagem que a levaria para longe de tudo que conhecia. Ela ouvira algo relacionado ao campo, mas não podia ter certeza de que esse seria seu destino.

— Eu posso saber para onde está indo? — Oliver lhe lançou um olhar desesperador ao notar que as malas da irmã já não estavam mais ali.

— Nem eu tenho certeza do meu destino. Ouvi eles falarem algo sobre campo, mas não sei ao certo em que lugar exatamente. — ela suspirou e olhou para fora da janela, onde no céu aos poucos se reuniam nuvens negras. — Provavelmente irei para a casa de um parente. 

Oliver mostrou uma careta nada bonita ou apropriada para um jovem aristocrático.

— Só reze para que não seja a nossa tia Judith. Ela é mais azedo que creme de limão estragado — ele estremeceu da cabeça aos pés e lançou um olhar questionador à irmã. — Por que você está concordando com isso, Soph?

Ela estava tão cansada que nem mesmo o repreendeu por falar de uma dama respeitosa — e que ainda por cima pertencia à família deles — daquele modo. Sophia não queria mentir para ele, mas isso fora algo que o duque exigira, já que todos sabiam qual seria a reação de Oliver se a verdade viesse à tona. E ela não estava com forças para lidar com mais drama.

— Eu estou cansada de toda essa confusão que passei na última temporada em Londres. Preciso me afastar de discussões sobre noivado, vestidos, bailes, cortejos...

— Mas todas as garotas só gostam de falar sobre isso.

— Nem todas conseguem lidar com a pressão por tanto tempo. Além disso, é provável que eu ensine as matérias que venho estudando há tantos anos em casa. Essa será uma oportunidade para relembrar tudo.

— Você irá ser tutora de algum de nossos primos? — ele riu mas seu rosto era puramente piedade. — Boa sorte. Se for primo Lucas, então...

— Por que? Eu soube que ele é um bom garoto — ela protestou. — E, para quem já conviveu com você, Oliver, é fácil de lidar com qualquer um.

— Eu não sei como ainda me surpreendo com seus exageros — disse ao sorrir. Ele sabia que fora uma peste. Ou melhor, ainda era. — Vou sentir saudades.

Sophia sentiu uma ardência atrás de seus globos oculares. Aquele lado doce e amável do irmão sempre a desestabilizava e era definitivamente o que ela precisava para perder o controle de si mesma. E isso não podia acontecer de forma alguma. Se ele soubesse da verdade, ela tinha certeza que ele faria o que fosse necessário para ajudá-la naquela situação. E sem dúvidas brigaria com Richard e gritaria com o duque. Mas ele tinha apenas 15 anos e, além de não ter capacidade para mudar alguma coisa, nada daquilo seria justo com ele. O garoto provavelmente levaria uma surra do próprio pai — algo que ela não queria ver novamente em sua vida — apenas para protegê-la. Porque Oliver simplesmente era assim.

O Destino de Uma Dama ArruinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora