Capítulo 12

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07 de Dezembro, 1798

Londres, 17h02min


As mãos dele percorriam seu pescoço com suavidade, provocando arrepios em sua pele desnuda. O coração de Eleanor se apertou dentro do peito, forçando-a a olhar nos olhos de Louis. O que eles tinham acabado de fazer poderia ser considerado um dos maiores ultrajes para seus pais, se algum dia eles descobrissem, mas nunca nada parecera tão certo.

Ela sorriu irremediavelmente quando os lábios do rapaz tocaram seu queixo e permearam até a boca entreaberta. O beijo começou doce e suave, mas aos poucos foi se tornando mais intenso e profundo, mais exigente até.

Ela não conseguiu parar de sorrir, fazendo-o se afastar para encará-la.

—O que foi? — ele indagou juntando-se ao riso dela.

—Nada — passou os dedos pelos cabelos castanhos curtos do homem. — Só estou muito feliz.

Louis ficou ainda mais radiante e trouxe-a para mais perto de si, juntando os corpos e ficando a milímetros do rosto da amada.

—Você é tão linda, meu amor — sussurrou.

Ao invés de responder, Eleanor voltou ao que eles estavam fazendo antes. E, pela terceira vez naquele dia, entregou-se de corpo e alma ao homem que amava. Eles estavam em uma sintonia extremamente rara, suas mentes e músculos trabalhavam em harmonia e faziam com que ambos não parassem de suspirar de prazer e felicidade.

Era sempre esse sentimento. Eles sempre tinham que aproveitar ao máximo.

Até se separarem de novo.

Quando Eleanor e Louis estavam ofegantes, um ao lado do outro, o pensamento do que logo aconteceria em seguida apareceu e pairou no ar, como uma ameaça aos dois. Não dava pra negar que subitamente a atmosfera ficou mais pesada, os olhares mais tristes e os corpos mais pesados. Eles não queriam ir embora, queriam ficar ali, juntos e sem ninguém para atrapalhar.

— Nós temos que ir — disse Eleanor sem vontade alguma.

Louis se virou, apoiou-se em um dos braços e levou a mão até o rosto dela.

— Não quero.

Ela ficou de frente para ele, imitando sua pose e deu um sorriso triste.

— Eu também não, mas você sabe que não podemos ficar. Daqui a pouco temos que nos encontrar com Garry e Bridget ou todos estaremos em confusão.

O rapaz fechou os olhos como se fosse dormir, mas ela bem sabia que ele estava pensando em algo. Era assim que Louis agia, cerrava os olhos e focava toda a sua atenção naquela pequena questão, às vezes até para elaborar uma resposta bem articulada. E Eleanor amava observá-lo ali, com as sobrancelhas levemente franzidas, os lábios não totalmente fechados atraindo-a mais e mais.

Então ele sorriu e abriu os olhos tão rapidamente que ela se afastou de susto. Mas, no minuto seguinte, estava no colo dele, encarando a íris clara, intensa e flamejante. Louis segurou o rosto dela e colou as suas testas.

— O que houve? — ela perguntou sem entender.

Ele respirou, como se estivesse criando coragem para falar.

— Não precisamos nos separar, não mais.

— Do que você está falando? É claro que precisamos.

Ele balança a cabeça e seus olhares se prendem.

— Não se você aceitar.

Os dedos dela começaram a tremer involuntariamente ao passarem pelos longos  fios louros.

O Destino de Uma Dama ArruinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora