XXXI - Judicium

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Tomara que tenha alguém que leia essa fanfic ainda k Antes que me esqueça, gostaram da nova capa? Hihihi, decidi dar uma repaginada nela, espero que tenham curtido tanto quanto eu.

A foto ai de cima representa uma praia no South Pointe Park, um parque urbano bem conhecido em Miami. 

Aliás, gostaria de dedicar esse capítulo e a todas que comentaram pedindo pelo meu retorno, a todas - e todos tutupom - que não desistiram de minha pessoa e de minha história. Então, esse cap vai para você Rolf, Nicky, Bruna, Jay, Lari, Tati, Mari e inúmeras outras que não me deixaram desistir ou desanimar. E especialmente para uma garota que fará aniversário amanhã e é simplesmente uma das melhores pessoas que conheço. Apesar do capítulo ser triste, eu espero que a atualização alegre seu coração, Izzie. Eu te amo! Vocês têm um lugar especial no meu coração <3

Enfim, mais de minhas palavras estarão nas notas finais então finalizo isso daqui com um pequeno aviso: talvez esse capítulo seja gatilho para algumas pessoas. Então, se você tem problemas com depressão ou traumas de abuso psicológico, eu NÃO sugiro ler.

As músicas de hoje são:
- Light a Fire (Rachel Taylor);
- Can You Hold Me (NF feat. Britt Nicole).

PS - Elas já estão na playlist de Matter of Time lá no Spotify.

Dito isso, boa leitura. 

***

 22 de janeiro de 2007. Miami – Flórida (EUA)


Julgamento.

Segundo os dicionários, julgamento é o ato ou efeito de julgar, opinar a respeito de algo ou alguém. Muito utilizado no ramo jurídico, o julgamento é uma ferramenta forte quando se trata de sentenciar alguém a um crime, por exemplo.

Entretanto, quando se aplicado ao dia-a-dia, a ação de julgar pode se tornar letal a quem é a vítima. Infelizmente, em uma sociedade como a nossa, julgar as pessoas se tornou algo comum. Desde o momento no qual acordamos e olhamos as notícias, nós estamos julgando seja notícias, imagens, pessoas. Tornou-se algo tão banalizado que os "juízes" esquecem que do outro lado trata-se de um ser humano. Um ser humano que assim como cada um de nós possui defeitos, qualidades, inseguranças.

Julgar as pessoas de forma precipitada mata. E estava matando Camila.

A verdade é que a latina sentia-se como um réu em um tribunal. Enquanto a sociedade era a corte, que observava cada pequeno detalhe de sua sentença, seu pai era o juiz e ao mesmo tempo o responsável por encarcerá-la, afinal, havia sentido na pele que crimes como o seu não possuíam misericórdia. Não importava se você era uma criança, jovem ou adulto, você seria julgado por pais que lhe diziam amar, por uma sociedade que lhe dizia ser unida, por um mundo que se dizia o futuro.

É, Camila sentia-se um fodido réu. E como qualquer criminoso ciente de sua sentença, ela levava seus dias acreditando cada vez mais que merecia pagar por cada um de seus crimes.

E isso a estava matando, ela sabia.

O dia havia amanhecido escuro aparentando estar sem vida, mas talvez seja apenas como Camila se sentia. Nublada, a espera da tempestade que se fortalecia desde aquele fatídico dia. Ela ainda conseguia sentir a sensação exata do ardor em sua pele. Ainda conseguia escutar os gritos de Alejandro e suas palavras tão rudes, fortes e fatais. Ela ainda sentia tudo.

E por isso, doía.

Em seus 18 anos e meio de vida, Camila nunca passara um final de semana tão letárgica como este. Nem quando ficava de castigo por alguma façanha, seus pais, ou melhor, Alejandro sempre encontrava uma forma de contornar as restrições da filha e tirá-la do quarto para assistir desenhos consigo ou apenas estar no quintal inventando histórias e brincadeiras juntos. Mas agora era diferente. Agora seu cúmplice de escapadas a odiava, sentia nojo de si. Mesmo que Sinuhe tentasse passar boas horas no quarto com Karla, era diferente.

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