XVI - Fide

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*Moon Face*
Yo!

Música:

I Won't Give Up - Jason Mraz.

***

24 de abril de 2016. Miami – Flórida (EUA)

Fé.

Uma sílaba, duas letras. E mesmo sendo uma pequena palavra, ela possui inúmeros significados, estes na maioria das vezes ligado à religiosidade. Um sistema de crenças, como parte da sociedade costuma dizer. No entanto, fé está bem longe de significar apenas isso.

O fato de ter fé significa ter um compromisso assumido. É a asseveração, a afirmação e a mais alta confiança estabelecida entre duas pessoas ou em algo.

Nos dias atuais, está cada vez mais falho a capacidade humana em ter fé. Seja pelos ocorridos internacionais ou até mesmo o preconceito dos demais seres humanos. O mundo globalizado acredita que, se você tem fé, então você é fraco.

E mais uma vez, não é bem assim...

A fé ilumina nosso coração e nos faz enxergar o positivo mesmo quando parece não existir nada de bom. A fé nos faz persistir, caminhar e continuar na linha estreita e difícil que se chama vida. A fé nos faz respirar em meio à tormenta das tempestades.

No fim, ela nos traz um bem extremamente precioso que, infelizmente, muitos esquecem...

A fé nos traz esperança.

O que nós, meros mortais, seríamos sem esperança? Certamente monstros com espíritos fracos e desesperados. Seríamos tão carregados de sentimentos ruins que mal conseguiríamos nos mantermos sãos. Seríamos como porcos no abate.

Entretanto, ter fé em temporais, que mais se parecem eternos era realmente complicado. Ter fé em momentos negros e turbulentos tornava-se uma tarefa praticamente impossível e Lauren vivia há um bom tempo com esse peso.

Render-se à desesperança ou lutar mais um dia, acreditando que ao nascer do sol, tudo melhoraria?

Sem dúvidas essa era a pergunta que Lauren se fazia todas as noites e em todas as manhãs. A verdade era que a morena não possuía mais estruturas para lutar uma guerra já perdida.

Não possuía mais fôlego na caminhada...

Não possuía mais fé.

No entanto, quando se trata de fé, apenas uma pequena chama é capaz de reviver o extenso fogaréu.

E se tratando da Jauregui, diríamos que assim como o fogo, ela se apagaria de vez ou renasceria.

Não havia uma terceira opção.

E mais um mês se passou. Ao todo, fazia praticamente dois meses que Camila havia sofrido o acidente e estava em coma. Sem melhoras ou algum tipo de espasmo. O hospital já conversava com a família Cabello há alguns dias, pois acreditavam que de fato, a latina só continuava naquele plano por causa dos aparelhos. Já Lauren, continuava. Os dias passavam assim como ela. As esperanças quase extinguidas por tantas decepções, porém quando necessário, ela se mantinha firme para quem necessitasse de ajuda.

Mesmo que estivesse completamente quebrada por dentro...

No entanto, lá estava ela. Pelos corredores do Mercy, lidando com pacientes e cirurgias, porém naquele domingo sua paciência estava nula. Não havia dormido bem graças ao "susto" que levara ontem. Michael, seu pai, tinha dado entrada na emergência por estar sentindo dores e fadiga. No fim, os sintomas eram consequências de sua saúde um pouco fragilizada e, portanto, o homem após ficar por duas horas sendo monitorado e fazendo uma enxurrada de exames, foi liberado sem notícias alarmantes. O Jauregui já estava bem, mas Lauren não. O choque de ver sua mãe na sala de espera tinha sido aterrorizante.

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