19- A Carona De Um Milionário

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Já haviam se passado alguns minutos desde o beijo e ainda estávamos no chão, algumas vezes trocávamos olhares e sorriamos, talvez nenhum dos dois soubesse dizer algo produtivo depois do que havia acontecido.

Então Trevor se vira de lado escorando um dos cotovelos no chão.

-Dorme comigo hoje.- pele ele.

-Eu não posso, minha mãe ficaria preocupada se eu não aparecesse em casa, e acho que não consigo inventar um motivo bom o suficiente pra explicar isso. Me desculpe.

-Tudo bem, você está certo. E além do mais não tenho que me preocupar, depois dessa noite tenho absoluta certeza de que isso acontecerá em breve.- então ele se levanta e me oferece o braço para que eu faça o mesmo.

-E eu acho que preciso ir, já está ficando tarde.- digo olhando para o relógio.

-Eu te levo.- diz Trevor.

-Não precisa, posso ir andando.

-Pare de bobagem, você mesmo disse que está tarde, não tem mais ninguém aqui além de nós dois.- diz, meu rosto fizer que não era uma boa idéia.- Olha aqui, não me faça discutir com a boca que eu acabei de beijar.

-Na verdade você fez bem mais do que beijar.- digo o fazendo rir.- Mas já que insiste, vamos lá.

Seguimos para o elevador e começamos a descer rumo a garagem.

-Já que você tocou no assunto, o boquete que você fez, vou te falar uma coisa, foi quente.- afirma ele de forma engraçada.

-Hum, obrigado, eu acho, foi tão diferente assim do primeiro?- questiono.

-Foi, é a primeira vez que alguém põe a boca lá depois de ter acabado de comer um monte de pimenta.- diz esfregando a nuca.

-A idéia foi sua.- afirmo antes de tudo.

-Eu sei, sempre tenho ótimas idéias mesmo.

-Tudo bem, senhor das ótimas idéias, quando for gozar se lembre que eu preciso respirar.

-Engraçado, na hora ninguém ninguém reclamou, por que?

Levanto o dedo para lhe contradizer mas percebo que não tinha o que falar, no momento estava entretido na situação em que Trevor estava, a adrenalina tomara conta de mim e talvez, só talvez, uma ereção tenha dado as caras, pensando nisso abaixo o dedo e fico em silêncio.

Quando chegamos a percebo que restava apenas um conversível preto, o de Trevor, entramos e partimos.

Depois de alguns minutos dirigindo ele puxa assunto.

-Então, sobre sua mãe, como anda o tratamento?

-Devagar, a máquina de quimioterapia do hospital universitário está quebrada, as filas ficam cada vez maiores. Sempre que ela desmaia é uma correria.

-Entendo, mas fique tranquilo, as coisas vão melhorar

-Hum.- digo eu meio indiferente, agora que ouço a situação completa percebo o quanto as chances estavam contra ela.

-Trevor liga o aparelho de som fazendo o espaço vibrar com a voz do Kelly Clarkson.

-Love So Soft.- reconheço.

-Sim, você gosta?- pergunta ele, respondo assentindo com a cabeça.

Seguimos mais algum tempo em silêncio.

Penso no que Hugo havia me dito sobre não conversar com o cliente, certamente ele estaria decepcionado se me visse agora, ente uma dúvida surge em minha mente.

-Agora que eu trabalho pra você, como fica a agência Narcisus?- indago.

-Eles ainda vão receber, assim como você, e acima de tudo, a minha honestidade em nada muda para economizar uns poucos reais.

-Nossa, assim você faz aqueles vinte mil reais parecerem uma nota de vinte.

-Vinte mil?! Foi só isso que eles te pagaram? Aqueles canalhas ficaram com oitenta por cento do dinheiro.

-Espera, você pagou cem mil reais por aquela noite?- pergunto assustado.

-Claro, foi o justo. E achava de metade desse dinheiro seria seu, mas não se preocupe, a partir de hoje entregarei sua parte diretamente a você.

Não sabia o que dizer, cinquenta mil era muito dinheiro, vinte mil já havia sido muito.

Chegamos a frente da minha casa, Trevor estaciona e olha para mim, eu sabia o que ele queria. Olho para os vidros e percebo que são escuros, ninguém nos via ali dentro. Me aproximo lentamente dele, ele faz o mesmo, então damos um beijo lento e demorado. Beijar um Homem era bem diferente, sua barba aparada roçava minha pele, e mesmo suave, Trevor tinha bem mais atitude do que Caroline.

-Até amanhã.- digo abrindo a porta, saindo do carro, corro na direção da casa e quando fecho a porta ouço o som de seu carro indo embora.

-Você voltou filho.- diz minha mãe em seguida- Já estava ficando preocupada.

-Pois é, o trabalho demorou um pouco mais, mas o meu chefe me deu uma carona até em casa.

-Nossa, que homem bondoso.

-Você não imagina como.- digo.

-Então, quer jantar?

-Não, obrigado, estou sem fome, o que quero fazer é tomar um banho e dormir.

De banho tomado e dentes escovados vou para o quarto, havia apenas mais uma pendência, um tesão tão grande que não cabia dentro de mim, tranco a porta do quarto, deito na cama e baixo o zíper da cama, era hora de me aliviar, fecho os olhos e minha mente fica entorpecida imaginando Trevor.

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