Mesmo que minha voz tenha soado calma eu olhava para ele aflita. Eu não conseguir esperar por mais um segundo sem Jinyoung preencher aquele torturante silêncio. Ele desviou o olhar para a parede ao lado oposto da sala e disse.
- A solução seria um aborto. - Assim voltou o olhar para nós.
Nem eu nem Jaebum emitimos um som, aquelas palavras me atingiram como um entorpecente. Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser se eu tinha ouvido direito. Como ele teria coragem de dizer aquelas palavras tão fria e tranquilamente como se não significassem nada? Balancei a cabeça rapidamente como se eu tentasse me tirar do meu próprio transe e sussurrei para eu mesma.
- Sem condições. - Desviei o olhar da mesa para os olhos do presidente. Jinyoung endireitou a postura e limpou a garganta incomodado.
- Misoo, você deve pensar nas carreiras que isso iria afetar, na reputação e nas ações da empresa. Isso iria acarretar muitos prejuízos, não seja egoísta. Isso ainda não é um ser vivo...
Ele disse usando um tom de professor de primário como se estivesse tentando ensinar crianças teimosas a dividir. Isso.
Não consegui evitar minha expressão de repulsa, minha boca se abriu levemente deixando claro o quanto assombrada eu estava com o que eu tinha acabado de escutar. Não era possível. O home ao meu lado respirou fundo, olhei para Jaebum vendo seus olhos brilharem de raiva, ele apertava o braço da cadeira, provavelmente tentando se acalmar.- Tudo bem, eu saio da empresa então, não precisa avisar o público de nada. Eu simplesmente sumo da mídia. - Falei tentando não transparecer minha fúria.
Eu amo música, amo demais. Eu não iria conseguir viver sem isso nunca na minha vida, mas eu amava ainda mais minha liberdade e eu já estava cansada de viver nos limites que o público determinava, eu não precisava de ninguém me dizendo o certo a fazer e eu não iria viver simplesmente pelo entretenimento de terceiros.
Se eu precisar fundar minha própria empresa para poder expressar tudo que eu acredito, então que seja. O presidente me olhava horrorizado, incredulo. Ele simplesmente não acreditava no que tinha acabado de sair pelos meus lábios.- Então? O que me diz? Todo mundo ganha.
- Misoo, você é uma grande artista... Não perca o profissionalismo.
- Antes de ser uma artista, uma fonte de dinheiro ou sei lá como o senhor deve me enxergar, eu sou uma pessoa, e eu não aguento mais ser a marionete que todos desejam que eu seja.
Levantei bruscamente falhando no quesito "manter a calma" mas eu estava satisfeita. Fãs não deveriam interferir tanto na minha vida pessoal, certo? Eu não sou um vaso de cerâmica que pode ser moldado à vontade, muito menos um objeto de entretenimento.
Eu preciso das pessoas que me apóiam e admiram minha música e não de senhores do meu destino. Eu simplesmente não conseguia tolerar mais. Senti um toque suave no meu ombro já sabendo quem era.- Eu surtei demais? - Perguntei com um sorriso triste, Jaebum sorriu e negou com um gesto.
- Eu sei que você só quer ter o controle da sua vida em suas mãos, não a nada de errado nisso.
- Eu acho que não deveríamos ter que escolher entre ser artistas e ser nós mesmos.
Jaebum suspirou e acariciou minha bochecha dizendo mais uma vez que tudo ia se resolver.
- Vamos parar de pensar um pouquinho nisso e maratonar Steven universo, agarradinhos embaixo da coberta comendo pipoca com sorvete? -sorri e segurei sua mão enquanto brincava com seus dedos.
- Ew Ew, o dia que eu estiver assim com alguém vocês podem me dar um tiro. - Bambam disse apontando para nós dois, revirei os olhos.
- Pode deixar que eu faço questão de atirar. - Falei o encarando.
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Será Que....? (JB)
FanfictionMin Misoo entra para a empresa JYP, e acaba morando com 7 caras " desconhecidos", mas só por ela, esses caras são mais conhecidos como GOT7 *Plágio é crime *capítulos não revisados, me desculpem qualquer erro