4° Temporada- 9° Capítulo

541 46 6
                                    

MIN MISOO P.O.V

Após a despedida resolvemos ir a um café para nos livrarmos do frio, o céu nublado tingido de cinza não se diferenciavam muito dos meus pensamentos, nenhum raio de sol se passava naquele véu espesso. Eu realmente não sei o que pensar e muito menos consigo decifrar o que eu estou, e estava sentindo a instantes atrás.

- Eu não imaginei, nunca na minha vida, que eu iria encontrar meu pai. - Falei deixando um de meus pensamentos passar pelos meus lábios sem intenção.

- Foi estranho?

- Foi estranho. - A afirmação saiu quase que imediatamente quando eu ouvi a pergunta de Mark.

Eles continuaram me encarando e conservando nosso silêncio, conhecendo eles como eu faço eu tenho certeza que eles não sabem como agir ou o que falar.

- Quando eu quero ouvir o que vocês tem a dizer vocês ficam em silêncio? Dei risada observando suas expressões vazias.

- Olha eu não quero ofender seu pai, mas ele não parece um dos mais amorosos. - Bambam falou sendo o primeiro a escolher um lado.

- Tive essa impressão também, ele me deixou intrigada... - Falei ainda meio aérea.

- Eu queria saber o por que do Lucas ter tanto medo dele. - Yugyeom disse.

- Eu queria é saber o que uma moça tão simpática está fazendo do lado daquele cara. - Os sete garotos olharam com os olhos arregalados repreendendo o Youngjae que não deu a mínima. - Desculpa, falo mesmo.

- Só disse o que todo mundo estava pensado... - Jaebum completou.

- Nem conheci e já não gostei. - Jackson balançou a cabeça com certa repugnância. Até ele que gosta de todo mundo, preocupante.

- Olha, não precisam mentir, aquele cara é estranho. - Jinyoung falou balançando a cabeça.

- O que me incomoda mais é minha mãe estar perto dele, espero que ele não a procure mais, quando eu falei com ela no telefone ela parecia esgotada.

- O importante é que ele foi embora.

- Bom, vamos voltar para a empresa e esquecer esse assunto? Falar de coisa que presta? - Sugeri. - Vocês estão me devendo uma partida de banco imobiliário.

Olhei para eles que ainda pareciam em dúvida, alguns estavam prontos para sair e outros estavam bem onde estavam.

- Ta tão quentinho aqui... - O mais novo disse se aconchegando na cadeira felpuda.

- Votação! Quem quer ir?

Os membros mais velhos levantaram a mão fazendo com que ficasse cinco contra três.

- Isso! vamos!

Falei levantando empolgada com minha pequena vitória. Assim que me botei de pé senti minha cabeça rodar, uma forte tontura me invadiu. Me segurei na cadeira para ganhar equilíbrio.

- Está tudo bem, acho que levantei rápido demais.

Sorri brevemente tentando tranquilizá-los.

- Você está tendo alguns enjôos essa semana noona, está comendo direito, não é ?

Yugyeom me perguntou trazendo a desconfiança de todos os seis. O repreendi com o olhar.

- Eu tô. _ Olhei para ele numa tentativa falha de passar confiança para eles, talvez soando estérica demais. Levei a mão até minha testa suspirando.
- Eu to gente, eu juro.

- Nós nos afastamos a alguns dias por causa do seu irmão e você já se descuidou? - Jaebum me olhou com aquela decepção indiferente.

- Como assim, eu não me descuidei! Eu juro.

- Não tem problema, vamos passar na farmácia e compramos algo para isso passar OK?

Balancei a cabeça positivamente concordando com Mark. Saímos da cafeteria procurando alguma farmácia nos arredores.

- Bom dia. - Falei assim que entramos na pequena loja cumprimentando a única vendedora ali dentro, o lugar tinha poucas lâmpadas, e com todos os meninos ali quase não sobrava espaços para se movimentar dentro da farmácia
Fui até o balcão olhando em volta sem saber o que eu estava procurando.

- Você tem algo contra enjôos, por favor?

Jaebum se apressou a dizer, ele parecia inquieto e preocupado demais com a situação, mesmo que eu tenha dito para ele que não era nada demais, homem teimoso...

- Você está tendo dor de estômago?

Neguei.

- Diarréia?

- Não. - Neguei de novo.

- Algum sintoma além dos enjôos? - Ela perguntou desistindo de repetir todos os sintomas de sua lista mental.

- Não, acho que não. Sorri achando que isso poderia estar relacionados a uma coisa boa.

Ela olhou ao redor como se tentasse lembrar de algo que solucionasse o problema.

- Ah! e sua menstruação? Está atrasada? - Ela disse com um pequeno sorriso.

Dei risada pelo nervosismo que invadiu o meu corpo no momento, eu já sabia o que ela estava insinuando.

- Não, isso é impossível. Não, não...

Falei balançando a cabeça enquanto eu tentava convencer a mim mesma que aquilo era loucura, é impossível não é? Tem que ser impossível, aquela pergunta foi capaz de tirar toda minha tranquilidade, me deixando completamente anestesiada de qualquer coisa que pudesse acontecer a seguir e além disso, preocupada com o resultado futuro daquela conversa.

- Você é virgem?

- Não... - Falei quase chorando pelo desespero.

Ela me olhou com compaixão como se sentisse o mesmo que eu, A jovem mulher abaixou e retirou uma caixinha rosa e retangular do balcão de vidro onde várias remédios eram expostos. Ela me entregou o objeto frio. O meu pânico era quase que palpável e assim que os meninos conseguiram entender a situação eles me encararam perplexos quase tão surpresos quanto eu tinha ficado. Olhei para baixo sem a coragem de encará-los.

- Você pode fazer o teste aqui se quiser...

A Mulher disse apontando na direção do banheiro atrás do balcão. Andei rapidamente para o pequeno cubículo.
A ansiedade corria nas minhas veias me deixando cada vez mais inquieta.
Por um momento eu paralisei enquanto encarava o obejeto de papelão, não consegui pensar em nada, como se tudo tivesse sido repentinamente apagado de meu cérebro e até uma ação mínima fugisse da minha capacidade, senti como se tudo estivesse em câmera lenta, a minha respiração estava pesada e me fazia sentir como se o ar estivesse cheio de cinzas ainda quentes que queimavam todo o caminho até dentro do meu peito.
Resisti à ficar mais um momento naquele transe e me apressei em seguir todas as instruções escritas na caixinha de papelão. Com as mãos trêmulas segurei firme o pequeno objeto apertando as pálpebras antes de arregalar bem os olhos e torcer para que tudo fosse um trágico engano.
A cada longo segundo que passava a espera se tornava mais sufocante e as batidas do meu coração pareciam ecoar dentro da minha cabeça.

Sera que...?

Será Que....? (JB)Onde histórias criam vida. Descubra agora