Coloquei á mão no bolso só pra ter certeza que aquele não era meu celular... Mas meu bolso estava vazio...
— Não vai pegar? — perguntou o garoto me tirando dos meus pensamentos.
Peguei o celular, ainda não acreditando que tinha perdido.
—Obrigada — respondi levantando a cabeça e olhando para o rosto dele.
Ele tinha cabelos grandes que iam até um pouco além do ombro, pele bronzeada, olhos castanhos e um sorriso cínico no rosto.
— Dois cafés porfavor — Disse ele alto para á garota que atendia o balcão, acho que ela devia ter á mesma idade que eu.
Me perguntei o porque dos "dois" Pois eu já estava com o meu e ele estava sozinho... Pelo menos, pelo que eu sei.
— prazer, Vlad — Disse ele estendendo á mão até mim e novamente me tirando dos meus pensamentos...
— Aurora, e novamente obrigado pelo celular, não sei como pude deixá-lo cair.
— Eu achei ele encima de uma árvore caída lá na praia, desbloqueie e ví sua foto. — Ele sorriu.
— Como soube onde eu estáva?
— Eu não soube — ele deu uma gargalhada — Eu entrei aqui pra toma um café. — Disse ele com o maior sorriso que já vi em alguém.
A garçonete trouxe os dois copos de café que ele pediu.
— Bem, acho que deve está esperando por alguém, não quero tomar o lugar de quem você tá esperando — Disse já pegando minha capa.
— Eu não estou esperando ninguém — Ele riu — Esse outro café é pra você já que sem dúvidas o seu ta frio... —
Disse ele tocando no meu capo de café e com um sorriso maior ainda disse logo depois — Não está?
Peguei o copo e tomei um gole, já estava pra lá de frio, tentei evitar uma careta mas foi incontrolável.
— pegue esse — Ele empurrou o copo de café que ele pediu — Está mais quente.
Aquele sorriso nos lábios dele já estava me dando nos nervos, estava prestes á ir embora sem nem dizer obrigado, mas ai lembrei que se não fosse ele eu não teria minhas músicas... E teria que aguentar á faladeira de minha mãe.
Peguei o copo que ele empurrou e tomei um gole.
Esta realmente bom, porque estava meio frio e eu tava com o cabelo molhado.
— Obrigada novamente pelo café e pelo meu celular, salvou minha vida. Literalmente, mas agora eu tenho que ir — Disse eu levantando.
— Você não é daqui, não é? — Perguntou ele pegando o copo de café e se levantando junto à mim.
Lá vamos nos, ele vai me seguir... Será que ele pensa que eu estou em dívida com ele?
— Eu não vou te seguir — Ele viu com um tom um pouco alto para o local que estávamos.
Abri bem os olhos quando ele o disse
"Leu minha mente" Disse eu para mim mesma.
— Eu não estava pensando nisso. — Disse eu tentando disfarçar á surpresa.
— Eu só estou indo pagar nosso café, mas você ainda não respondeu minha pergunta — Disse ele tirando do bolso uma carteira velha, de couro, eu acho.
— Não... — respondi eu meio Fria
Ele riu
— Vai! Pode me dizer, eu não vou entrar de madrugada na sua casa e te sequestrar.
Nos já estávamos próximos ao caixa.
— Vim pra cá com minha mãe, visitar uma amiga dela. Se chama Marta, você deve conhecer, acho que se esse interior for igual ao meu, você deve Conhecer. — Disse dando as costas á ele e indo em direção à porta enquanto ele pagava.
Sai da cafeteria e escutei ele gritando lá de dentro um "espera!"
— você disse que não ia me seguir.
Ele riu novamente
— Não vou, só queria dizer que você esqueceu sua capa.
Droga! Acho que sou á pessoa mais idiota do mundo! Duas vezes no mesmo dia! Onde estava minha cabeça, porque sem dúvidas não estava no meu pescoço.
— Você só não perde á cabeça porque ta grudada né? — Disse ele sorrindo
E novamente ele leu minha mente que assustador, vou tentar tirar ele do meu pé mentalmente, vai que da certo.
— Droga
Disse e voltei lá pra dentro pra pegar minha capa que estava encima da mesa, todos estavam olhando pra mim... Isso era bem estranho, será que era minha roupa? Ou até mesmo meu cabelo? Mas eu realmente não ligo.
Voltei e ele já não estava lá fora
Menos mal, não queria ele me seguindo por onde eu fosse...
Bem, confesso que ele era bonito, o sorriso e á pele branca, os cabelos negros e grandes... Se eu tivesse um tipo, seria aquele...
Mas não tenho tempo para esse tipo de coisa, quando as férias acabarem vou cair de cara nos estudos, quero fazer uma boa faculdade, se possível á melhor do estado. E alguém como ele poderia me atrasar.
Fui tomando meu café e enquanto andava pensava em como minha mãe já deveria esta louca atrás de mim.
A chuva começava á engrossar então achei melhor anda mais rápido.
Eu amava á chuva mas odiava ter que suportar as reclamações da minha mãe.
Cheguei rápido á casa de Marta, até mais rápido do que eu esperava chegar, quando cheguei fiquei surpreendida...
Minha mãe não brigou, pelo contrário disse que voltei até rápido
E Marta me perguntou como foi o passeio...
Disse tudo, sobre á chuva, á praia e á cafeteria, mas nada sobre o garoto nem que tinha "perdido" Meu celular.
— Que bom que você gostou daqui — Disse Marta enquanto levantava pra desligar uma coisa que tinha deixado no fogão
— Bem! Está pronto nosso almoço!
— Vou tomar um banho e já volto — Disse eu indo em direção ao quarto
— Se precisar de algo me avise — Gritou Marta e eu confirmei no mesmo Tom.
Entrei no quarto, e notei que agora estava com cortinas, eram brancas e bem grossas, acho que é pra luz lá de fora não entrar, eu adorei. Abri as cortinas, lá fora á chuva forte deixada o ambiente completamente branco.
Tirei as roupas que mesmo sem está, parecia que estavam completamente encharcadas, me enrolei em uma toalha e fui para o banheiro.
Abri o chuveiro e senti á água morna toca meu corpo...
Mas por uma fração de segundos meu coração parou...
— Como? — perguntei á mim mesma...
(Continua)
