14 - Dores e Lama

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Eu estava paralisada...
Estava quase pedindo pra Vlad acelerar e sai dali...

— Sim?  — Disse Vlad.

O homem veio até nos,  era um senhor de idade.

— Vocês sabem o que aconteceu ali dentro?  Porque todos os pacientes estão lá no anda de baixo?

— Acho que está havendo um incêndio em um dos andares — Responde Vlad.

Suspirei de alivio...

- obrigado - respondeu o velho indo em direção a entrada do hospital

-Pensei que ele iria nos parar - disse eu enquanto a moto de Vlad saia um pouco rápida e barulhenta de mais.

-É eu também pensei o mesmo - gritou Vlad

Passamos em frente ao hospital e incrivelmente ninguém sequer olhou para nós enquanto passávamos em frente ao hospital.

-Ninguém nos notou, bem, eu acho que não- disse eu a Vlad.

- Espero não ir pra cadeia depois dessa, acho que sequestrar alguém do hospital é um crime.

eu rir

-AH VOCÊ ACHA - disse eu

Não conversamos mais no caminha para... bem para algum lugar que Vlad estava me levando, no caminho notei que passávamos próximos a cafeteria...

- Para onde vamos? - pergunto eu

- Para minha casa - responde Vlad.

-É muito longe daqui?

-Um pouco, porque, está sentindo dores? - pergunta Vlad com certa preocupação 

-Bem... agora que você falou... - eu não tinha percebido a dor em minha perna e no meu olho, acho que era por causa do calor do momento.

- Ainda da tempo de voltar e pedir desculpas, sei que eles irão entender... eu acho

- TA LOCO? 

Vlad riu - estamos quase lá 

- Ótimo

Entramos em uma estrada de terra, a moto balançava muito quando passava nos buracos que eram lama, isso fazia meu pé doer bastante.

Viramos em mais uma esquina e finalmente chegamos a casa de Vlad.

Era uma casa bem simples, pelo menos por fora, algumas janelas, contei três no máximo, era uma casa de dois andares, um pouco antiga, feita de um madeira com um tom forte de marrom, era grande vista de fora.

Vlad estacionou a moto em uma pequena garagem improvisada, era basicamente três troncos segurando mais tês troncos em formato de V com uma lona azul por cima.

Vlad desceu da moto e com um dos braços me ajudou a descer também.

- Espere aqui - disse ele enquanto colocava o casaco por cima da cabeça e ia em direção a porta da casa.

Vi ele tirar uma pequena chave do bolso da calça e destrancar a porta.

minutos depois Vlad voltou com um guarda-chuva vermelho e uma toalha.

-vamos?- perguntou colocando a toalha branca em meus ombros e um dos braços envolvendo minha cintura.

-Eu consigo andar, sabia? - disse eu um pouco constrangida.

- Então ande - disse ele.

logo me arrependi quando tentei pois minha perna doeu bastante assim que a coloquei no chão.

Vlad riu enquanto me pegou novamente pela cintura e me colocou em seus braços.

-segure o guarda-chuvas. - disse ele

- Cala-a-boca.

- Você é bem pesada - disse ele com uma cara de cínico.

- Me deixe no chão então - resmunguei eu.

Vlad riu e lentamente me levou para dentro de sua casa, ao passar pela porta tomou ainda mais cuidado certificando que nenhuma parte do meu corpo que agora estava nas mãos dele iria bater em nenhuma lateral da porta.

Entrando na casa de Vlad, logo ele me pos em uma poltrona bem confortável da cor marrom, perto de uma fogueira que no momento estava apagada.

por dentro era tão simples quanto por fora, o chão era de uma madeira um pouco mais clara, não tinham muitos móveis, apenas algumas cadeiras, uma mesa de madeira, um sofá avermelhado, e alguns quadros com paisagens que claramente não eram dali, no fundo da sala tinha uma escada grande de uma madeira avermelhada que dava para o segundo andar.

-Espera um pouco, volto já - disse Vlad indo lá pra fora novamente.

meu pé doía um pouco mais, e eu sentia como se á dor estivesse subindo, era uma sensação estranha. 

Eu nem acreditava que tinha conseguido fugir daquele hospital, estava pensando que provavelmente aquilo tinha sido a coisa mais loca que já fiz em toda minha vida, e também pensava quanto tempo iria demorar para que sentissem minha falta... ou se já não tinham sentido, mas uma coisa era certa, minha mãe ia me matar quando me encontrasse.

Vlad voltou com seu casaco enrolado em alguma coisa, ele chegou perto da lareira e pude ver que eram gravetos.

- Não estão molhados? 

-Não, estavam guardados no armazém atrás da casa e eu enrolei eles em minha jaqueta quando os trouxe para cá - disse Vlad tirando uma garrafa com um liquido transparente e um isqueiro do bolso, logo a lareira acendeu.

o calor que transbordava de lá era confortante, logo lá fora a chuva voltou a cair forte, minha perna parou de doer um pouco.

Vlad puxou uma cadeira marrom e sentou ao lado da minha.

- então, o que vamos fazer? - pergunto a Vlad que fitava a lareira.

-Bem, acho que o melhor a fazer por enquanto é esperar a "poeira baixar" sua mãe sem duvidas a vai chamar a policia e talvez eles venham ate minha casa.

- porque acha isso?

- Porque eu ou o único que lhe conhece por aqui e algumas pessoas nos viram juntos então sem duvidas eles virão, mas se ninguém atender acho que eles vão embora.

- bem, e se não forem? - pergunto eu olhando para a roqueira.

-Bem... vamos nos esconder... talvez, eu não sei exatamente.

- E se fomos pegos?

- Bem, eu vou pra cadeia e você vai volta para o hospital - disse Vlad parecendo se divertir com a ideia.

nos dois ficamos em silencio por um breve momento ate que fomos interrompidos por um trovão gigantesco que rasgava o céu 

- Esta com fome? - perguntou Vlad se levantando e indo em direção a cozinha

- um pouco

- O que você gosta de comer?

- como qualquer coisa

-ok - disse vlad colocando um avental amarelo

confesso que rir um pouco alto ao vê a cena.

- o que foi? - perguntou Vlad.

Não aguentei, gargalhei ate minha barriga doer.

mas infelizmente minha barriga não foi a única coisa que doeu...

senti um calor subir em meu corpo e um zunindo sobrar em meus ouvidos...

logo apaguei e ao fundo conseguir ouvi um barulho de algo caindo e Vlad gritando meu nome...

(continua)





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