8 - Verdades

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- Ae! Lembrou do meu nome, agora já posso me sentir especial - Disse Vlad.

Me virei e... Ele estava próximo de mais de mim, seu rosto estava á menos de um palmo, isso fez meu coração saltar.

Droga!
Dei um passo pra trás.

-O que foi? Você ta me olhando estranho - Disse Vlad com uma cara de curioso

-N-não foi nada... Tome! - Tirei do bolso o dinheiro do troco que era de Vlad.

- O que é isso?

- Dinheiro.

- Não diga! Pensei que era comida, eu sei que é dinheiro mas porque esta me dando?

- Seu troco de ontem, você me deu mais que precisava e estou lhe devolvendo.

Vlad riu um pouco alto.
- Fica, não preciso dele não.

- Não perguntei se você precisava, estou lhe devolvendo e pronto, se você não pegar, vou deixa aqui no chão. - Disse eu colocando o dinheiro que estava na minha mão levemente no chão.

- Então deixe - Disse Vlad me dando as costas e indo em direção à pracinha.

Droga!

- Vlad!! - Peguei o dinheiro do chão e fui atrás dele.

— Vamo rápido!  A chuva já vai voltar! — Disse ele enquanto andava.

— Espera!

Vlad parou.
Quando cheguei perto dele perguntei.
— Pra onde vamos?

— Pra onde nos fomos ontem.

Andamos um pouco e chegamos lá.
E uau...  Continua lindo com ou sem chuva.

— então,  o que queria falar comigo?  — Perguntou Vlad sentando no chão ainda úmido, por causa da chuva que cairá noite passada.

Coloquei o guarda chuva embaixo de mim e me sentei de pernas em cruzadas.

— Eu queria...  Bem,  primeiro eu queria te devolver seu troco — tirei o dinheiro que tinha colocado novamente no bolso — E segundo,  eu queria saber onde você estava a uns dias atrás.

Vlad ficou olhando para minha mão com dinheiro...

— Pode ficar,  eu não vou precisar — Disse ele mexendo no bolso do seu casado,  agora um casado de algodão vermelho com bolsos do lado.
E...  Droga!  Ele tirou dos bolsos uma carteira de cigarros e um esqueiro um pouco antigo.

Ele acendeu o cigarro e continuou
— (...)  Bem,  desconfiei que era você naquele janela olhando para mim,  naquele dia.

Ele novamente leu minha mente.

— Bem...  Exatamente nesse dia, mas me diz (...) — Disse eu tomando o cigarro da boca dele e jogando fora.

— Não! Era um dos meus preferidos disse ele.

Ignorei e continuei
— (...) porque estava andando na chuva naquele dia?

— Então é lá onde você mora! — Vlad riu.

— Bem,  não Moro estou lá com minha mãe,  e você ainda não me disse o que estava fazendo lá naquela rua a noite no meio daquela chuva forte?

— Eu tava dando uma volta — Respondeu ele com um sorriso.

— Aquela hora?

Vlad riu.
— E porque não? O que de ruim poderia acontecer?

— E seus pais? — perguntei eu

— Eles não ligam muito... Sabe,  gosto de você — Disse Vlad me olhando no fundo dos olhos.

Confesso que aquilo me deixou um pouco tímida.

Vlad riu,  como se tivesse notado.
—Você é diferente das garotas daqui.

— Isso era pra ser um elogio?  — Perguntei eu

—Bem... Você é "misteriosa "

— Eu?  Misteriosa? — Disse eu rindo ironicamente

— Sim... — Disse ele novamente olhando fixamente para mim.

Droga! Droga! Droga!  Ele tinha o controle daquilo...

Desviei o olhar.
— Se você está dizendo.

Vlad riu
— Não precisa fica tímida,  foi apenas um elogio

— Não estou tímida — Disse eu com uma voz incerta.

— Então o seu rosto está vermelho por causa do frio.

— Acho que é hora de ir — Disse eu querendo fugir do assunto.

— Espera! — Vlad tocou no meu braço

Eu odiava que alguém me tocasse sem minha autorização,  e deixei isso bem claro no olhar fulminante que dei á Vlad assim que ele me tocou.

— Desculpa — Disse ele.

Não respondi,  só levantei e fui embora.

— Aurora! — A voz de Vlad vindo atrás de mim

Me virei pra ele
— Não vem atrás de mim!

— Não vou...  Você esqueceu do guarda chuva.

Droga.
Fui até Vlad e tomei o guarda chuva das mãos dele,  dei as costas e fui embora,  vi de relance que ele tinha ficado me olhando enquanto eu ia em direção à estrada de terra.

Exagerei? Não!  Claro que não...
Acho que agora ele sai do meu pé de uma vez.

Segui até à cafeteria e ainda estava fechada. 
Fui até à praça e o wifi ainda não estava pegando,  então resolvi anda até à cafeteria abrir.

Peguei uma pequena estrada e terra que dava para uma trilha.

O céu começava à trovejar.
Com minha mente longe,  entrei nessa trilha.
As flores eram brancas, o céu nublado.  Tudo era tão lindo...
Parei pra tirar algumas fotos com meu celular.

O céu ameaçava joga uma chuva pesada.  Estava começando à fica muito escuro,  como se à noite já estivesse caindo,  mas ainda era cedo.

Uma pequena e fina chuva começou à cair.  Então resolvi voltar para à cafeteria.  Olhei a hora no meu celular e eram onze em ponto...

—Uau como à hora passou rápido — Disse eu para ninguém.

Peguei o caminho contrário de onde tinha vindo.
Andei, as rosas brancas por todo lado,  e à chuva começou à cair mais forte,  abri o guarda chuva e continuei andando,  andando... Andando...

Já era pra mim ter chegado à estrada de terra...  Continuei andando.  Quando olhei novamente o relógio já eram onze e meia...
A chuva aumentava, os trovões ficavam ainda mais altos,  ao ponto de doar os ouvidos quando eu os escutava.
Meio dia...  Vi quando meu celular deu o aviso de 5% de bateria.

Droga!  Que ótimo,  perdida e sem bateria.

Resolvi liga para minha mãe com os cinco que rapidamente mudaram pra quadro.
Parecia uma contagem regressiva para minha calma se torna em total pânico.

Liguei para minha mãe,  chamou,  chamou...  Caiu e ela não atendeu.
Liguei novamente e nada.
3% e eu já começava à me desesperar.
Quanto mais eu andava,  mais perdida estava ficando,  então resolvi parar embaixo de uma árvore e ligar novamente.

Liguei e minha mãe atendeu.
—Mãe? Alô?

Estática...

—Aurora... O... Voc... Alô?

—Mãe!  Está me ouvindo?

—À... Está... Falh...

—Mãe!  Só me escuta!  Eu to perdida,  entrei em uma trilha e me perdir...  Porfavor,  manda alguém atrás de mim...

À ligação caiu.
Meu celular desligou...

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora