17 - Decisões

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Aurora? — Me chamou uma voz familiar,  tão calma e doce ao mesmo tempo.

Senti meu coração palpitar.
Meu olho estava doendo,  eu ainda estava atordoada para assimilar tudo o que estava acontecendo.

Ainda com o olho fechado respondi.
—P-pai?

Silêncio e logo após uma risada.

—"Sim,  sou eu minha filha" — Respondeu em um tom de deboche.

Abri o olho e Vlad estava na minha frente,  com uma das mãos no meu ombro.

—VLAD! —Respondi eu saltando da cama e abraçando ele,  confesso que aquilo doeu um pouco mas eu estava tão Alegre que não liguei pra dor.

—Não me abraça assim,  seus pontos e curativos são abrir,  eu lhe trouxe uma sopa,  espero que goste — Respondeu Vlad me colocando novamente na cama.

À sopa estava encima do criado mudo.

— Então?  Dormiu bem?  À porta lá bateu um pouco com o vento,  pensei que isso tinha lhe acordado.

—Você me viu dormindo? — Perguntei com um pouco de vergonha.

Vlad parece ter notado e deu um sorriso malicioso para mim.

—Droga...

—Não se preocupa,  você ronca feito uma porca — Vlad riu.

—Idiota!

Vlad foi até o criado mudo e pegou à sopa.
—Cuidado,  ta bastante quente.

Peguei à sopa e coloquei no me colo.

— Qualquer coisa estarei lá embaixo — Disse Vlad já saindo do guardo.

—Espera! —Gritei eu

Vlad parou com à mão na maçaneta da porta e olhou pra mim.

—Você ta bem? — Perguntei eu.

—Ótimo — respondeu ele saindo do quarto é fechando à porta.

Antes de colocar à primeira colher na boca lembrei... Foi tudo apenas um sonho,  eu estava assustada e ao mesmo tempo aliviada,  foi tão real, tudo tão forte,  os policiais,  eu aparentemente morta,  o cheiro de Vlad... Vlad...

Senti algumas lágrimas descerem,  eu realmente estava chorando,  mas acho que dessa vez era de alívio.

Vlad abruptamente entrou no quarto,  quase pulei da cama,  não queria que ele me visse assim.

Ele olhou pra mim...

— À sopa ta assim tão ruim?

—Claro que não! Está ótimo — Mesmo eu não ainda não provado — É só dor...

— Entendo, tome á sopa, Jajá irei ao mercado que fica aqui perto, preciso comprar algumas coisas, também vou  passa na farmácia pra comprar alguns remédios e ataduras.

— Não precisa se incomoda! —Disse eu assoprando á sopa que estava em minha colher.

— Precisa sim, você precisa comer algumas coisas específicas que se manter e também precisa troca as ataduras regulamente.

Tomo um pouco da sopa que Vlad fez, estava muito boa, depois da primeira colherada comecei á toma várias rapidamente, não tinha notado até o momento, mas estava mesmo com muita fome.

— Pelo visto gostou, agora estou indo — Disse ele indo em direção a porta.

— Não! Espera por favor, não tem como fazer isso amanhã?

— Porquê? — Pergunta ele me olhando, confesso que aquilo me envergonhou um pouco.

—Por nada... — Disse eu abaixando á cabeça e olhando á sopa.

— Está com medo?

Bem, não é novidade que ele tem o poder de ler minha mente, eu estava com medo mas acho que foi o pesadelo, mas é óbvio que eu não iria admitir.

—De onde você tirou isso? Óbvio que não!

— Então não tem problema em eu ir agora.

Vlad, você joga muito sujo.

— Não! Talvez...

— Talvez o que? — Pergunta Vlad sentando na cama, ao meu lado.

— Talvez eu esteja com... Droga Vlad, você é um imbecil!

Vlad riu alto, aquilo fez meu sangue ferver, mas logo em seguida eu estava tremendo, Vlad colocou as duas mãos em meu rosto e aproximou seu rosto de mim, tão próximo que eu conseguia ouvir á sua respiração, logo á minha ficou um pouco pesada, minha cabeça não doía mais, ou se doía eu não conseguia lembrar, mas logo minhas espectativas morreram assim que ele encostou sua testa na minha.

— Bem, você tá com febre — Disse ele levantando da cama — Tudo bem, vou amanhã,as de amanhã não passa, beba logo sua sopa antes que ela esfrie, vou pegar uns analgésicos para á dor que você está sentindo e para sua febre.

— Eu não disse nada sobre esta sentindo dor.

— É bem óbvio você não acha?

É, realmente era bem óbvio.

Tomei o resto da sopa e olhei pela janela, Vlad demorava á voltar e o tempo pareceu voar, pois já estava escurecendo, ao longe eu consegui ouvir os trovões que novamente rasgavam o céu.

Vlad finalmente vou com um copo d'água em uma mão e uma cartela de comprimidos na outra.

—Porque demorou?

— Você está na TV

—O QUE???!

—Tome — disse ele retirando o comprimido da cartela e me dando um.

Tomei o comprimido às pressas.

—Liguei e você estava em todos os canais, sua mãe estava dando entrevista em um e sua foto estava na mão dela.

—Merda!

— Você parecia um cadáver na foto, parece que foi tirada depois da sua cirurgia.

— Não lembro de terem tirado uma foto minha.

— Bem — Vlad puxou uma cadeira e sentou ao lado da cama — Eles estão procurando um zombie agora — Disse ele se divertindo.

Era impresionante como de todo o caos ele só conseguiu notar minha aparência na foto que minha mãe segurava.

— Mas o que ela dizia?

— Estava dizendo que alguém tinha lhe tirado do hospital, pois pela sua situação você não conseguiria sair sozinha e blá blá blá. Resumindo bem, á cidade inteira está te procurando e Jajá vão bater aqui.

— Acha que eles vão querer revistar á casa?

— Não, eles precisariam de um mandato para isso. Mas acho que eles vão desconfiar se eu não me junta as buscas.

— Você não pode ir, mesmo eles desconfiando.

— Também vão desconfiar quando me verem comprando remédios e ataduras, sem dúvidas assim que eu sair de lá iriam informa á polícia, juntando tudo, logo logo eles conseguiriam um mandato e entrariam aqui.

— O que vamos fazer?! — Pergunto eu

— Bem, acho que isso é com você — Disse Vlad pegando o prato em que á sopa estava e saindo do quarto.

Era óbvio que eu não iria me entregar assim tão facilmente, não depois de todo o trabalho que tivemos para sair do hospital, e também voltar pro hospital significava perder uma perna e eu não podia suportar isso, eu já tinha perdido coisas de mais...

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora