19 - Sentimentos

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Olhamos pela á janela, mas nem precisou pois á luz vermelha e azul do carro da polícia já iluminava todo o quarto.

- Vlad? - pergunto eu com um certo "pânico" na voz.

- Não faça barulhos, volto já. - Disse Vlad saindo do quarto.

Em um movimento sentei na cama, um pico de dor me fez gemer de dor.
Entre o som da chuva e os trovões ao longe, consegui ouvir alguém bater á porta e ao fundo Vlad gritar "já vai"

Logo após isso não consegui ouvir mais nada da conversa que ele teve com á polícia. Estava com medo de ir até á janela, primeiro por causa da dor, segundo por causa de alguém poderia me vê.

Um tempo se passou, pouco mais de quinze minutos, não ouvi á porta se fechar mas ouvi passos calmos vindo até o quarto, esfreguei os olhos e olhei para á porta rezando para que Vlad aparecesse.

-O que eles falaram?! - Perguntei eu um tanto quanto eufórica á Vlad.

- Perguntaram se eu sabia da que "garota que eu salvei estava desaparecida" e " se eu sabia de algo"

- E?

- Eu disse que eu tirei você do hospital e trouxe pra minha casa, porque você estava com medo de algumas infeções.

Olhei pra Vlad com um olhar fulminante.

- Claro que eu disse que não sabia de nada, eles também Perguntaram se eu poderia ajudar nas buscas e eu disse que iria arruma um tempo.

- Só isso?

- Bem, eles disseram que sua mãe estava hospitalizada - Vlad disse isso com uma certa frieza, dava pra vê nos olhos dele que ele estava se culpando.

- Não é culpa sua Vlad - Disse eu retribuindo o olhar frio - Ela tem alguns problemas de saúde e todo essa preocupação deve ter agravado, mas ela vai sobreviver.

Óbvio que era mentira, minha mãe tinha uma saúde de ferro, se ela estava no hospital é porque alguma coisa deve ter acontecido, alguma coisa séria.

- Acha que eles desconfiaram? - pergunto eu querendo mudar de assunto.

Vlad senta na cama.

- Não, e também não vão desconfiar se eu comprar remédios na farmácia amanhã, já que eu disse que iria passa na farmácia logo cedo para comprar algumas coisas caso eu lhe "achasse e você estivesse ferida"

- Ótimo, assim fico mais tranquila com tudo isso - Disse eu colocando uma das mãos no ombro de Vlad.

Vlad afirmou com á cabeça enquanto olhava perdidamente para o chão.

- Tá tudo bem? - Pergunto eu

- Bem... Não, mas vai ficar.

- O que te incomoda?

- sinceramente... Acho que não devia ter lhe tirado do hospital.

- Mas Vlad.

- Não... - Disse Vlad me interrompendo - Aurora, eu não estou "dando pra trás" agora que as coisas estão como estão não irei voltar atrás com nada, só estou falando que, acho que se você piorar não poderei cuidar de você, eu ainda tenho tempo para concertar, tenho tempo de te salvar.

Vlad fita o chão.

- E... Eu não quero perder alguém especial pra mim, de novo não, irei te salvar á qualquer custo.

Vlad põe as mãos no rosto, era á primeira vez que ele demostrava alguém sentimento profundo.
Ele tinha medo de me perder, mesmo sendo triste aquilo me trazia uma certa "felicidade" que no momento seria insensível demonstrar.

- Não se preocupe Vlad, tudo vai fica bem, eu vou fica bem!

Percebi que ele chorava, e só aí notei que ele tinha dito "de novo" quando estava dizendo que tinha medo de me perder... Acho que tinha sido isso que tinha acontecido com seus pais...

Afastei meu corpo pra mais próximo de Vlad e o abracei de uma forma meio desajeitada, ele não recusou o abraço.

- Aurora... Me desculpe.

- Eu não tenho o que desculpar Vlad, você só me ajudou.

Ele me olhou, com os olhos cheios de lágrimas e abaixou á cabeça, com uma das mãos toquei o rosto dele e segui uma lágrima que teimava em sair mesmo ele á segurando tanto, ele não queria parecer que estava chorando perto de mim, mas aquilo estava óbvio.

Em um movimento de tristeza e emoção, provei dos lábios dele...
Eram doces, meu coração disparou, minha cabeça rodou, era meu primeiro beijo, á chuva lá fora caia mais forte do que nunca, os raios e trovões estranhavam como se fosse á qualquer momento rasgar o céu em dois.

Senti uma das mãos de Vlad segurar meu rosto firmemente mas com muita delicadeza, nossos lábios começaram á dançar em um ritmo lento, minha mão que antes estava no rosto de Vlad agora, lentamente, ia em direção a nuca dele onde pude sentir seus grossos cabelos se entrelaçaram em meus dedos.

Vlad estava correspondendo o beijo com as duas mãos em meu rosto, acariciando levemente minhas bochechas com o polegar.

Paramos um pouco á dança para respirar, Vlad lentamente encostou á testa na minha enquanto respirava lentamente, já eu, estava respirando como uma atleta que correu dez quilômetros sem parar um segundo, o ar entrava e saía dos meus pulmões desesperadamente, por um momento esqueci como era respirar.

Mal recuperei o fôlego e novamente já estava nos lábios de Vlad, ele acelerava aquela dança como um louco, como se o desejo fosse uma cede que á muito não era saciada, eu sabia, porque eu sentia àquilo. Sua mão estavam na minha nuca puxando levemente meus cabelos, as minhas eu já tinha esquecido onde estavam.

Com á mesma mão que Vlad acariciava meus cabelos ele me tirou do seu beijo, finalmente abri os olhos e olhei o seu rosto, ele sorria para mim, devolvi o sorriso mas intencionalmente pois não estava controlando, Vlad levou á boca até minha testa e sussurra um "Eu ainda posso te salvar... Desculpa Aurora"

- ENTREM! - Gritou Vlad em direção á porta.

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora