9 - Perdida

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Finalmente meu desespero veio átona, eu estava perdida e com o celular descarregado.
Eu não tinha certeza se minha mãe tinha ouvido o que eu tinha dito na ligação.
Eu só esperava que sim.

Mil coisas se passavam na minha cabeça,  mas à principal era o quanto eu fui burra em sair andando sem saber onde ia.

A chuva caia forte. Eu não podia fazer mais nada a não ser fica parada embaixo de uma árvore.
Os trovões vindo ao longe.
Eu estava com medo de continuar andando e acaba me perdendo ainda mais,  se isso ainda fosse possível.

Sentei com o guarda chuvas encima de mim.  Não sei quanto tempo tinha ficado por lá,  até me cansa e então resolvi anda,  andei na direção que acredito eu,  na qual eu tinha vindo.
Cheguei até uma Clareira e de lá,  misturado com o som da chuva forte e os trovões ao longe, um barulho de ondas se quebrando.
Então fui seguindo esse barulho até chegar à um precipício que dava para o mar.

Lá embaixo,  as ondas se jogavam violentamente contra à costa.
Uma queda e era morte na certa, esse pensamento me fez da uns passos para trás. 
Tentei encontrar algo,  até mesmo uma praia por perto,  mas nada.
Então resolvi anda seguindo à costa,  na esperança de chegar no mínimo ao lugar onde eu e Vlad estávamos...
Vlad... Vlad... Vlad...  Não foi uma boa idéia sair andando sem ele por aí.

Andei por um bom tempo e ainda não tinha achado nada,  a floresta parecia tão igual...  As flores,  as árvores...
O que antes era lindo,  agora se tornou um labirinto cruel.

Peguei meu celular e tentei ligar.
Ele ligou e logo deu o alerta de bateria fraca,  olhei à hora rapidamente antes dele desligar novamente e já eram meio dia e quarenta.

De uma coisa eu tinha certeza,  minha mãe iria sentir falta de mim,  surtar e ir à polícia ou bombeiros...
Não sei se nesse ordem,  mas alguém viria me procurar...
Mas ao mesmo tempo eu imaginava quantas trilhas tinham nessa cidade...

Minha barriga ronco de fome.
Meus pelos se arrepiaram e num flash
uma luz forte e secante,  juntamente com um som ensurdecedor atingiu uma árvore à alguns metros de mim.
Isso fez com que meu corpo paralisasse por um segundo.

Droga...  Um raio.
Eu nunca tinha visto ou mesmo sentido um raio cair assim tão próximo a mim.
Na minha cidade também tinham tempestades de raio,  mas nunca caíram tão próximo da minha casa.

Aquilo me desesperou ainda mais pois eu estava segurando um guarda chuva de ferro e não tinha onde me abrigar.
A chuva parecia só aumentar...  Os trovões começaram à me assustar ainda mais que o normal.
O vento que vinha do litoral sobrava forte em minha direção.
O guarda chuva já não estava servindo para nada já que a chuva sempre estava mudando de direção quando ventava.

Comecei á anda um pouco mais rápido,  e mais rápido.
Quando percebi já estava correndo com os trovões ao longe.
Uma ventania me pegou de surpresa e fez meu guarda chuvas voar das minhas mãos,  ele tinha ficado preso em uma árvore e eu voltei para tentar pegar,  mas o vento parecia brinca comigo,  já que quando mais eu tentava chega perto mais o guarda chuva ia para longe de mim, a chuva me deixou encharcada rapidamente já que estava forte.

Meus cabelos grudava e davam uma falsa cegueira toda vez ventava.  Quando percebi meu guarda chuva já tinha se perdido entre as árvores.
Parei e novamente meus pelos se arrepiaram,  e veio a luz,  o som e o medo extremo que paralisava meu corpo...
Outro raio caiu,  agora um pouco mais perto.

A chuva caia entre as árvores,  o vento soprava,  tudo era assustador.
Eu estava encharcada,  com medo,  fome e frio congelante.

Logo comecei á tremer.
Me abriguei embaixo de uma árvore.
E lembrei da minha professora de química do ensino médio dizendo que o pior lugar para se está em uma tempestade de raios era embaixo de uma árvore...
Mas droga professora!  Eu não tinha muitas escolhas não é?!
Tirei meu celular do bolso e novamente tentei ligar ele para vê á hora.
Ele ligou e novamente veio o aviso da bateria fraca e como começou á desligar,  mas vi que eram quatro da tarde.

O tempo não estava á meu favor.
Meu medo aumentou quando percebi que logo iria escurecer.
Me agachei no troco da árvore para tenta me esquentar,  eu estava tão molhada que até meus ossos pareciam está encharcados.
Eu tremia,  uma reação comum do corpo tenta se aquecer...

Eu tinha muitas coisas me preocupando no momento.
O frio,  eu estava com medo de ter hiportermia,  que é uma coisa que da quando você fica muito tempo molhada, ou com roupas molhadas.
Estava com fome, muita fome  já que só tinha tomado café.
O tempo estava passando tão rápido.
Á chuva não iria parar tão cedo.
E os raios... Os malditos raios que pareciam esta brincando comigo já que uma hora caiam perto outra hora longe...

A tentativa de me aquecer foi completamente inútil.
Eu tremia mais e mais.

Nunca tive tanto medo em toda minha vida... Como uma natureza tão bela e em certos momentos Gentil poderia ter esse lado tão assustador e catastrófico.
Logo lembrei do símbolo do equilíbrio...  "Onde á o bem,  á o mau" Era o que meu professor de filosofia dizia.
Bem...  Agora á natureza estava me mostrando o lado ruim dela...

Um raios caiu muito longe, podia ser paranóia minha mas senti que um ia cair bem perto,  então comecei á correr desesperadamente para luga nenhum.
Os pingos de chuva doiam quando se chocavam contra minha pele.
Senti um gosto salgado na boca e finalmente notei que estava chorando
Mas a chuva não deixava transparecer isso.
Corri o meus rápido que pude,  o desespero e á adrenalina tomavam conta do meu corpo...

Meus pelos novamente começaram á arrepiar...
Quando senti isso comecei á gritar desesperadamente "NÃO! NÃO! NÃO! PORFAVOR NÃO! " bem alto.

Mas parece que á natureza não tinha me ouvido...

Um raio caiu em uma árvore que estava á alguns poucos metros que eu...
A luz me cegou...
Meus ouvidos tiniram...
Meu corpo de imediato paralisou...
E eu cai no chão de cara...
Á última coisa que lembro e to cheiro de queimado e meus ouvidos tinindo...

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora