10 - Morte

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"—Meu amor? — á voz de um homem me chamou...
— Quem é?
— sou eu meu amor!
— Pai?
— HAHAHHA e você tem outro que te chame assim?
— Estou morta pai?
— ... Eu não sei,  minha pequena...  Eu não sei...
Momento de completo silêncio...
— pai? Pai!?  Você ainda ta ai?  Pai!?
— Aurora...
— Estou aqui pai
—Auror... A
—estou aqui!"

—AURORA!!  ACORDA AURORA! — disse uma voz com um tom de pânico

Abri os olhos, esta tudo escuto.
Eu estava tremendo,  um ouvido meu estava completamente surdo e um dos meus olhos estava com á visão embaçada.
Mas pelo outro eu consegui ver uma nítida silhueta...

—Vlad...  — Disse eu com á voz fraca.

— Aurora!  Você acordou!

O barulho dos trovões eram mais forte do que á voz de Vlad.

Acho que desmaiei novamente pois não lembro de mais nada.
Quando acordei,  estava dentro de uma espécie de mini caverna,  parecia que á enorme pedra que estava encima de nos iria cair a qualquer momento.
Um dos meus ouvidos doía muito e meu olho, esquerdo continuava embaçado,  digo porque olhei para o fogo da fogueira e mal á vi.

— Oi! — Disse Vlad.

—Onde...  — Mas antes que eu terminasse de falar

— Não!  Não levante.  Descanse,  eu já liguei pra os bombeiros e dei nosso localização,  logo eles viram.

— minha mãe...

— Sim,  também já mandei os bombeiros virem com ela,  por precaução — Disse ele chegando perto da minha cabeça e tirando um pano que estava no lado esquerdo do meu rosto.

Quando olhei pro pano branco vi sangue...
Comecei á tremer,  tentei falar mas não conseguir.
Senti uma sensação estranha,  perdi o controle do meu corpo e o senti esquenta rapidamente...
Não lembro de mais nada,  acho que desmaie pela terceira vez.

Quando acordei novamente,  já estava dentro de uma ambulância.
Vi minha mãe chorando e Marta também lá dentro abraçando ela.
Escutei baixinho quando o médico que estava lá disse pra minha mãe "ela acordou" Minha mãe olhou para mim,  e voltou à chorar.

Marta me olhou um pouco espantada,  e me perguntou baixinho se eu estava bem.
Respondi que sim,  mas acho que ela não ouviu.

A chuva se misturava com o barulho da Cirene da ambulância.
Quando chegamos no hospital,  me colocaram em uma outra maca e me levaram para um quarto que só tinha eu,  quando me mudaram da marca pra cama,  meu ouvido doeu bastante,  acho até que soltei um gemido de dor um pouco alto...

Senti novamente á sensação estranha...
E não lembro de mais nada...

Novamente acordei,  minha mãe não estava em lugar algum,  nem Marta.  Nem mesmo Vlad...
Eu estava sozinha,  tinham enfaixado completamente o lado esquerdo da minha cabeça, da nuca até o olho.

Olhei pela janela que tinha em meu quarto e vi ao longe o brilho intenso dos trovões.  
Minha cabeça doía bastante,  mas não mais do que meu ouvido.

Eu não me lembrava de muita coisa.
Somente do frio,  do meu guarda chuvas que deixei voar...
Dos trovões... Vlad...

A porta do quarto se abril e uma enfermeira veio até mim.

— Oi! Você acordou — Disse ela mexendo na sacolinha de soro que estava um pouco acima da minha cabeça — Esta se sentindo melhor?

— Um pouco,  minha cabeça e meu ouvido ainda doem — Respondi eu olhando para o soro em meu braço,  e como eu não tinha notado àquilo antes.

— Isso é normal, vou administrar um pouco mais de morfina,  à dor é por causa da cirurgia.

— O que?!  Que cirurgia?

— Bem,  eu não tenho muitos detalhes,  mas vira um médico juntamente com sua mãe pra te explicar tudo — Disse á médica trocando o saquinho de soro.

— Porfavor,  que horas são?

— Já são nove e meia,  sua cirurgia ocorreu hoje de meio dia.

Droga!  Meio dia?  Como isso é possível!  Significa que eu estou desacordada por dois dias!?

— Agora vou indo,  vou avisar que você já está acordada.

Fiz sinal com a cabeça e ela saiu.
A sensação era horrível,  a dor pior ainda e ainda o fato que eu fiz uma cirurgia!  De que eu ainda não sabia,  mas pela dor de ouvido já desconfiava.

Pouco tempo passou e um médico,  já Senhor de idade,  aparentemente entre seus 60 anos entro no meu quarto,  minha mãe não estava com ele.

—Olá — Disse ele pegando uma cadeira e sentando ao lado da minha cama com uma Prancheta na mãos.
— Como se sente Aurora?  A enfermeira disse que você está com dores.

— Sim,  um pouco de dor no ouvido e na cabeça.

— isso é normal,  você fez uma cirurgia para á tentativa de recuperação do seu ouvido e do seu olho esquerdo que também foi danificado com á queda do raio.

— Ele me acertou?  — Dorga!  Até meu olho!

— Tudo indica que ele acertou uma árvore em que vc estava muito próxima,  e por causa disso você também foi um pouco atingida,  mas o suficiente para lhe causa alguns danos.

Eu lembro do impacto do raio...  Lembro de ter perdido o controle do meu corpo,  paralisado e caído na lama...
Lembro de uma queimação repentina na lateral do meu rosto.
E um som agudo no meu ouvido esquerdo. 

— Deu tudo certo? — Perguntei eu olhando para á prancheta.

O médico me olhou
— Bem,  eu gostaria de conta isso com sua mãe por perto,  mas ela está dormindo no quarto ao lado,  já que ficou acordada por um longo tempo. Então resolvi chama...  Á uma notícia boa e uma ruim.

— Quero á ruim — Disse eu com uma certeza que nem eu mesma sabia de onde vinha,  mas o que séria assim tão ruim... As coisas não podiam piorar

— Huum,  pois bem,  você perdeu 90% da visão do seu olho esquerdo e um pouco da audição do seu ouvido do mesmo lado...  60% mais ou menos. Á lateral do seu rosto foi muito queimada e algumas cicatrizes serão para o resto de sua vida.
E é provável que você tenha um pequeno problema na fala daqui á uns tempo,  como efeito colateral.
Mas fora isso,  você não teve mais nada por um milagre...

Eu e minha boca grande.

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora