11 - Efeitos Colaterais

5 2 1
                                    

Fiquei uns minutos em silêncio enquanto o médico continuava sentado olhando á prancheta.
Ele me deu aquela notícia tão friamente que parecia que não era nada... E eu achei melhor assim.

—Minha mãe já sabe disso?

— Bem,  ainda não.

— Não conte nada do olho nem do ouvido,  apenas quero que fale sobre as cicatrizes.

Ele me olhou friamente.
— Tudo bem — Disse o médico se levantando — Se á dor aumentar ou você sentir algo diferente aperte esse botão vermelho e uma enfermeira era lhe ajudar. Se sua mãe me perguntar,  irei dizer que você achou melhor você mesma conta,  não quero toma um processo por oculta informações.

— Tudo bem,  qualquer coisa eu digo que fui eu quem não quis que você contasse á ela.

Ele confirmou com á cabeça e saiu.

Bem,  acho que posso viver com isso tudo,  menos um olho e um ouvido,  ainda tenho mais um pra gastar...
E as queimaduras...  Bem nunca fui ligada à minha aparência...

Gosto salgado ná boca...
Droga!  Porque estou chorando...
Isso não é nem tão grave ao menos ainda to viva... E Vlad,  agora estou em dúvida se ele realmente estava lá ou se foi um sonho estranho,  pois não lembro muito do ocorrido.
E bem...  Tenho certeza que se minha mãe souber da visão e audição vai acabar surtando e me trancando em casa pra sempre,  e isso é o que eu menos quero ágora.

Um trovão forte acima do Hospital de trouxe arrepios...
Droga!  É melhor eu pega meu celular e fones de ouvidos,  agora só tenho que achar onde estão...

Vi uma bolsa marrom encima de uma cadeira a uns dois metros da minha cama,  tentei levantar,  sentei na cama com um pouco de esforço e coloquei os pés no chão,  um deles estava dormente...  Só senti isso quando tentei levantar e cai de joelhos no chão,  uma dor aguda veio à meu ouvido que me fez gemer.

Tentei levanta com o pé que não estava dormente e fui dando pulos até à bolsa, vasculhei um pouco e achei meu fone e meu celular.
Voltei para cama dando saltos, confesso que aquilo era um pouco engraçado mas eu realmente não estava com disposição para rir.

Sentei na cama,  e tentei liga meu celular, ele não ligou...  Ou ele ainda tava descarregado ou a chuva fez ele "pifar" de vez...  Deitei e coloquei ele ao meu lado.

Fechei o olho um pouco e acho que cochilei,  fui acordada com alguém tocando minha bochecha com o dedo.

Abri o olho um pouco sonolenta e ví...
—Vlad... — Disse eu com uma voz de sono

— Olá,  esta se sentindo melhor? — Disse Vlad sentando na mesma cadeira que o médico tinha sentado.

— Um pouco

Vlad pegou o celular que estava ao meu lado,  tirou do bolso do casaco preto dele um carregador.
Foi até uma tomada próxima e colocou para carregar.

— Acho que ele pifou

— Só vamos saber quando ele carregar um pouco — Disse Vlad voltando à senta.

— Como soube de mim?

— Impossível não saber,  sua mãe colocou todos as pessoas que moram nessa cidade pra procurar por você — Ele riu — Você saiu até na televisão como:  "A garota que desapareceu no meio do Mato" — Vlad riu novamente.

— Droga...

— Não fique triste! Agora você é à pessoa mais famosa de toda à cidade. E sabe o que é mais engraçado?  — Vlad deu uma gargalhada alta — Duas pessoas se perderam tentando te achar!!!

— Como elas estão?

— Já foram encontradas — Obviamente Vlad estava se divertindo com tudo aquilo,  o humor negro por trás de tudo isso lhe satisfazia.

— Como você me achou?

— Eu fui te procurar por um lugar,  ai lembrei que existia um pequeno bosque que tinham rosas brancas,  e pensei que você tinha ido por lá e se perdeu,  andei um pouco e achei um guarda chuvas vermelho,  e tive certeza que era o seu,  eu estava andando quando escutei um raio caindo à alguns metros,  logos depois algo como se fosse um grito abafado pelo som do raio.  Então corri em direção que eu tinha escutado o raio e vi você lá no chão e ao seu lado uma árvore pegava fogo,  foi assustador.

Eu realmente não lembrava nem do grito que Vlad disse que escutou nem da árvore pegando fogo...

— Chamei por você e você olhou pra mim por um instante e desmaiou. Ai lhe carreguei até uma pequena caverna que eu sabia que tinha um pouco perto de lá.
Acendi uma fogueira com um pouco de madeira seca que estava lá dentro e foi ai que eu pude vê melhor seu ouvido sangrando e seu rosto um pouco vermelho.
Liguei para à polícia e para à ambulância.
Coloquei um pano na sua cabeça e você acordou mas logo desmaiou novamente.

— Tava muito feio?

— Bem... Não!  Claro que não!

Eu estava chorando novamente,  acho que à memória daquilo tudo me abalou...

— Não minta pra mim!

— É...  Estava feio sim... — Respondeu Vlad olhando para o chão — mas... Em pensar que fui culpa minha...

Dei um olhar...  Ou "olho" Ameaçador para Vlad.
—Acha que foi culpa sua? Acha que foi você quem jogou aquele raio naquela árvore?

— Não!  Mas foi eu quem...  Foi por minha causa que você foi pra lá.

— De onde você tirou isso!  Obviamente que não foi! — Aumentei um pouco da voz e uma dor aguda subiu para meu ouvido,  eu coloquei à mãe na atadura e gemi de dor

— Droga! — Disse Vlad...  Era à primeira vez que eu escutava ele dizer algo assim.

Logo após Vlad apertou o botão que o médico tinha digo para eu apertar.

Poucos segundos após uma médica veio atender.

— Onde é à dor? — perguntou ela.

— No meu ouvido.

Ela aplicou uma injeção no tudo que corria pelo meu soro.
— Bem,  me chame se à dor aumentar,  vai lhe da sono,  então durma,  você rapaz,  não pode ficar aqui,  não é horário de visita. — Disse ela olhando para Vlad.

— Desculpa é que nossa mãe esta dormindo no quarto ao lado então eu resolvi da uma olhadinha nela.

— Ah,  você é irmão dela.  Então tudo Bem — Disse à médica saindo do quarto.

— Não somos nem um pouco parecidos! — Disse eu já sentindo à sonolência chegar.

(Continua)

AuroraOnde histórias criam vida. Descubra agora