Fiquei uns minutos em silêncio enquanto o médico continuava sentado olhando á prancheta.
Ele me deu aquela notícia tão friamente que parecia que não era nada... E eu achei melhor assim.—Minha mãe já sabe disso?
— Bem, ainda não.
— Não conte nada do olho nem do ouvido, apenas quero que fale sobre as cicatrizes.
Ele me olhou friamente.
— Tudo bem — Disse o médico se levantando — Se á dor aumentar ou você sentir algo diferente aperte esse botão vermelho e uma enfermeira era lhe ajudar. Se sua mãe me perguntar, irei dizer que você achou melhor você mesma conta, não quero toma um processo por oculta informações.— Tudo bem, qualquer coisa eu digo que fui eu quem não quis que você contasse á ela.
Ele confirmou com á cabeça e saiu.
Bem, acho que posso viver com isso tudo, menos um olho e um ouvido, ainda tenho mais um pra gastar...
E as queimaduras... Bem nunca fui ligada à minha aparência...Gosto salgado ná boca...
Droga! Porque estou chorando...
Isso não é nem tão grave ao menos ainda to viva... E Vlad, agora estou em dúvida se ele realmente estava lá ou se foi um sonho estranho, pois não lembro muito do ocorrido.
E bem... Tenho certeza que se minha mãe souber da visão e audição vai acabar surtando e me trancando em casa pra sempre, e isso é o que eu menos quero ágora.Um trovão forte acima do Hospital de trouxe arrepios...
Droga! É melhor eu pega meu celular e fones de ouvidos, agora só tenho que achar onde estão...Vi uma bolsa marrom encima de uma cadeira a uns dois metros da minha cama, tentei levantar, sentei na cama com um pouco de esforço e coloquei os pés no chão, um deles estava dormente... Só senti isso quando tentei levantar e cai de joelhos no chão, uma dor aguda veio à meu ouvido que me fez gemer.
Tentei levanta com o pé que não estava dormente e fui dando pulos até à bolsa, vasculhei um pouco e achei meu fone e meu celular.
Voltei para cama dando saltos, confesso que aquilo era um pouco engraçado mas eu realmente não estava com disposição para rir.Sentei na cama, e tentei liga meu celular, ele não ligou... Ou ele ainda tava descarregado ou a chuva fez ele "pifar" de vez... Deitei e coloquei ele ao meu lado.
Fechei o olho um pouco e acho que cochilei, fui acordada com alguém tocando minha bochecha com o dedo.
Abri o olho um pouco sonolenta e ví...
—Vlad... — Disse eu com uma voz de sono— Olá, esta se sentindo melhor? — Disse Vlad sentando na mesma cadeira que o médico tinha sentado.
— Um pouco
Vlad pegou o celular que estava ao meu lado, tirou do bolso do casaco preto dele um carregador.
Foi até uma tomada próxima e colocou para carregar.— Acho que ele pifou
— Só vamos saber quando ele carregar um pouco — Disse Vlad voltando à senta.
— Como soube de mim?
— Impossível não saber, sua mãe colocou todos as pessoas que moram nessa cidade pra procurar por você — Ele riu — Você saiu até na televisão como: "A garota que desapareceu no meio do Mato" — Vlad riu novamente.
— Droga...
— Não fique triste! Agora você é à pessoa mais famosa de toda à cidade. E sabe o que é mais engraçado? — Vlad deu uma gargalhada alta — Duas pessoas se perderam tentando te achar!!!
— Como elas estão?
— Já foram encontradas — Obviamente Vlad estava se divertindo com tudo aquilo, o humor negro por trás de tudo isso lhe satisfazia.
— Como você me achou?
— Eu fui te procurar por um lugar, ai lembrei que existia um pequeno bosque que tinham rosas brancas, e pensei que você tinha ido por lá e se perdeu, andei um pouco e achei um guarda chuvas vermelho, e tive certeza que era o seu, eu estava andando quando escutei um raio caindo à alguns metros, logos depois algo como se fosse um grito abafado pelo som do raio. Então corri em direção que eu tinha escutado o raio e vi você lá no chão e ao seu lado uma árvore pegava fogo, foi assustador.
Eu realmente não lembrava nem do grito que Vlad disse que escutou nem da árvore pegando fogo...
— Chamei por você e você olhou pra mim por um instante e desmaiou. Ai lhe carreguei até uma pequena caverna que eu sabia que tinha um pouco perto de lá.
Acendi uma fogueira com um pouco de madeira seca que estava lá dentro e foi ai que eu pude vê melhor seu ouvido sangrando e seu rosto um pouco vermelho.
Liguei para à polícia e para à ambulância.
Coloquei um pano na sua cabeça e você acordou mas logo desmaiou novamente.— Tava muito feio?
— Bem... Não! Claro que não!
Eu estava chorando novamente, acho que à memória daquilo tudo me abalou...
— Não minta pra mim!
— É... Estava feio sim... — Respondeu Vlad olhando para o chão — mas... Em pensar que fui culpa minha...
Dei um olhar... Ou "olho" Ameaçador para Vlad.
—Acha que foi culpa sua? Acha que foi você quem jogou aquele raio naquela árvore?— Não! Mas foi eu quem... Foi por minha causa que você foi pra lá.
— De onde você tirou isso! Obviamente que não foi! — Aumentei um pouco da voz e uma dor aguda subiu para meu ouvido, eu coloquei à mãe na atadura e gemi de dor
— Droga! — Disse Vlad... Era à primeira vez que eu escutava ele dizer algo assim.
Logo após Vlad apertou o botão que o médico tinha digo para eu apertar.
Poucos segundos após uma médica veio atender.
— Onde é à dor? — perguntou ela.
— No meu ouvido.
Ela aplicou uma injeção no tudo que corria pelo meu soro.
— Bem, me chame se à dor aumentar, vai lhe da sono, então durma, você rapaz, não pode ficar aqui, não é horário de visita. — Disse ela olhando para Vlad.— Desculpa é que nossa mãe esta dormindo no quarto ao lado então eu resolvi da uma olhadinha nela.
— Ah, você é irmão dela. Então tudo Bem — Disse à médica saindo do quarto.
— Não somos nem um pouco parecidos! — Disse eu já sentindo à sonolência chegar.
(Continua)