Furiosa, Lisbela bateu na porta do quarto de Érick, ele teria que lhe explicar o que estava havendo, porque brincara com seus sentimentos, fazendo-a pensar que finalmente seriam felizes juntos.
- Bela? - Disse ele ao abrir a porta.
- Eu posso entrar? Afinal, precisamos conversar sobre o grande mal entendido de ontem. - Ela falou sarcástica.
- Bela você não está entendendo, eu estava esperando que os outros dormissem para que pudéssemos conversar. - Disse ao vê-la entrar no quarto e fechando a porta voltou-se para ela.
- Você realmente pretendia conversar ou esperava que fossemos para a cama outra vez me transformando em sua amante, com quem você só irá se divertir mesmo depois de casado? - Perguntou ela sem elevar o tom de voz, mas com o olhar cheio de ódio.
- Bela, por favor, você precisa saber de uma coisa, algo que eu só soube hoje. - Érick não queria que ela sofresse, mas diante do que iria lhe contar, sabia que era inevitável.
- E então? - Desafiou Lisbela -Que mentira você vai inventar agora?
- A Carolina está grávida. -Contou ele.
-O quê? - Perguntou ela, sentido que o chão sumia sob os seus pés.
- Por isso passei o resto do dia com ela. Enquanto almoçávamos ela se sentiu mal e levei-a ao hospital e depois de alguns exames, o médico veio, nos parabenizou e disse que ela está esperando um filho.
- E? - Perguntou ela, mas já sabia o que ele iria dizer.
- Eu não posso abandonar um filho Bela. - Respondeu ele. -Também não posso deixá-la sozinha nesse momento.
- Eu sei. - Disse ela chorando -Nem eu exigiria isso de você. -Lisbela entendia como ele estava se sentindo, principalmente sabendo o quanto o abandono do pai biológico o fizera sofrer, ele jamais faria o mesmo com o filho.
- Ela quer vir jantar aqui amanhã com os pais, para contarmos para todos sobre o bebê. - Disse ele.
Lisbela foi até a cama dele e sentou-se, olhando em volta mal notou a decoração tão adequada à personalidade dele. - Ela já sabe que eu voltei? - Perguntou encarando-o.
- Ainda não, quando eu ia contar sobre o seu retorno ela se sentiu mal e depois que o médico falou sobre a gravidez, eu achei melhor esperar para contar. - Explicou sentando-se ao lado dela. - Eu sei que não tenho o direito de te pedir nada, mas por favor, não me odeie.-Implorou com lágrimas nos olhos.
- Eu jamais poderia te odiar por você estar fazendo a coisa certa. - Ela segurou a mão dele - Eu te amo. - Disse entrelaçando seus dedos nos dele. - E concordo que você não pode abandonar o seu filho. - O tremor na voz dela denunciava o quanto era difícil dizer aquelas palavras.
- Eu também te amo Bela, obrigado por ser tão especial. Eu nunca vou esquecer do nosso amor. - Prometeu e abraçou-a.
- Érick, - Ela se deixou abraçar, aspirou o cheiro dele e afagou-lhe os cabelos, - De agora em diante, nós não poderemos mais ficar sozinhos e sobre o que aconteceu...
- Não se preocupe, eu não contarei a ninguém. - Falou ele interrompendo o abraço.
- Eu sei que não, mas eu ia dizer que nós temos que esquecer, pelo nosso bem e porque só assim você poderá seguir em frente e ser feliz com sua esposa e o seu filho. - Levantou-se e se afastou dele - Eu... - Sem conseguir dizer mais nada, Lisbela saiu correndo e quando chegou ao seu próprio quarto, trancou a porta e jogou-se na cama chorando.
Érick queria ir atrás dela, mas sabia que ela tinha razão, precisavam manter distância um do outro, fechando a porta, ele também deitou-se e chorou porque seu amor por Lisbela, era e sempre seria proibido e no momento que o médico contou sobre a gravidez de Carolina, ele lamentou ter criado tantas expectativas, ter se permitido pela primeira vez, sonhar com um futuro ao lado da mulher que amava e pior, ter feito ela acreditar nisso também.
- Por quê? - Ele repetiu a pergunta que não saia da sua mente. - Por que ele e Lisbela haviam se apaixonado um pelo outro quando estava claro que jamais poderiam ficar juntos?
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para sempre proibido?
RomanceApaixonar-se na adolescência é muito comum, mas no caso de Lisbela, além de inesperado, o sentimento que ela nutria por Érick era considerado um erro, até mesmo por ele, pois ele era o filho da sua madrasta e via o pai de Lisbela como seu próprio pa...